Mob Psycho 100 | Primeiras Impressões

 

 

Título: Mob Psycho 100
Adaptação: Manga Digital
Produtora: Bones
Géneros: Ação, Comédia e Sobrenatural
Ficha Técnica: Disponível

 

Mob Psycho 100 | Opening

“99” – MOB CHOIR

 

Mob Psycho 100 | Enredo

Kageyama Shigeo, a.k.a. Mob,  é um aluno do 2º ano do ensino médio, na “porta de entrada” para a fase mais conturbada e determinante da vida de um ser humano: adolescência.

Parafraseando a introdução do segundo episódio: Uns aproveitam a fase para se destacarem no desporto, outros trabalham arduamente nos estudos, alguns dedicam-se a hobbies, outros a polir os seus talentos, uns rebelam-se, outros apaixonam-se. Esta amalgama de desejos combina-se para formar: a adolescência.

 

 

E Mob… Bom, Mob passa este período único da sua vida a trabalhar como psíquico assistente do auto-proclamado “Maior Psíquico do Século XXI”, Reigen Arataka.

 

 

O carismático charlatão olha para os incríveis poderes psíquicos de Mob como elemento de validação definitivo do seu dúbio negócio. Com a sua personalidade vincada, Reigen, coloca o reservado Mob “sob a sua asa”, nomeando-se como o grande mentor capaz de orientar Shigeo, no uso dos seus poderes e na sua vida.

Não fosse a clara inocência e reserva emocional de Mob, e este facilmente veria através da falta de talentos do seu “Mestre” e como é, na verdade, usado para resolver os casos reais de exorcismo que chegam às mãos da agência.

 

 

Contudo, a forma “controlada” como Mob vive e encara o uso dos seus poderes, é uma “espada de dois gumes”. O seu nível emocional aumenta progressivamente, como se fosse o gás numa garrafa de champanhe e, assim que atingir 100%… bem… preparem-se!

 

 

À superfície este parece ser o cocktail ideal para uma refrescante comédia que, aliada a cativantes e incríveis momentos de ação psíquica, nos leva a seguir as aventuras e desventuras de Mob e do seu, quase sempre presente, mestre Reigen.

Mas será apenas isso..?

 

PS: Fiquem atentos aos deliciosos easter eggs que vão aparecendo.

 

Mob Psycho 100 |  Subjetividade Artística

Se o enredo já emanava subjetividade, graças aos fortes elementos de comédia, o pungente “aroma” do gosto pessoal está em força total no que toca à produção visual.

Na minha opinião, a verdadeira apreciação de Mob Psycho 100 prende-se na forma como degustamos a arte do anime, que tem a sua génese na obra manga de ONE e é brilhantemente adaptada e reinterpretada pelo fantástico Studio BONES.

 

 

Este é o ponto de encruzilhada que desponta dois possíveis caminhos.

Por um lado, podem ver a arte como uma extensão da própria história e das personagens e, como se de Tarantino se tratasse, apreciar a assinatura artística de ONE tal como ela é.

Por outro, a história e personagens podem não chegar para vos prender ao anime, e olham a ação e produção visual como a forma definitiva de “tábua de salvamento”, à espera de ver animação no mesmo espetro, do que foi possível assistir, em outra adaptação de ONE, One Punch Man.

 

Mob Psycho 100 |  Pedro e o Ambiente de Mob

Pessoalmente, adoro a forma como a BONES está a adaptar Mob Psycho 100.

A arte de ONE é tão humilde e simples, que permite ao veterano estúdio exercitar os seus “músculos criativos” ao mais alto nível e apresentar uma plasticidade incrível, no que toca à animação apresentada.

 

 

Como exemplos da gama de diferentes estilos apresentados, temos:

– Animação com fortes sombreados que dão personalidade às cenas;

– Fantástico uso de stills com frames que parecem autênticos desenhos a lápis 2HB (e outras que parecem coloridas a lápis de cera);

– Animação fluida, usada maioritariamente em excertos de ação, que consegue transmitir uma deliciosa sensação de tri-dimensionalidade.

 

 

A produção visual será esmiuçada com mais detalhe na análise, que farei quando a temporada terminar, mas não podia deixar de apresentar alguns dos elementos artísticos que definem o anime e que nos assaltam a vista, qual caleidoscópio desgovernado.

Ainda respeitante ao ambiente da série, não podia deixar de destacar a banda sonora e a atuação vocal do elenco.

No que concerne à banda sonora, além do fenomenal opening (em repeat durante a elaboração deste artigo) quero ressalvar todos os excertos sonoros que acompanham as cenas, em particular o tema de Mob, que aparece sempre que o nosso protagonista se prepara para utilizar os seus poderes contra forças sobrenaturais.

A atuação vocal é, até ver, estelar. Seja na exuberância de Reigen ou no tom inocente, esperançoso e suavemente monotónico de Mob, o compromisso e paixão do elenco é inegável e ajuda na construção deste possível (e segundo creio, provável) milagre que é Mob Psycho 100.

 

 

Mob Psycho 100 | Potencial

Agora a parte difícil: vale a pena ver Mob Psycho 100 esta temporada ou de todo?

Sinceramente, VALE!

Quem deve ver e, que fãs anime devem evitar colocar a obra na sua lista de prioridades?

TODA A GENTE deve ver Mob Psycho 100, nem que seja apenas o primeiro episódio. Este encapsula em 20 minutos, os elementos essenciais da obra e que apresentei aqui. Esses 20 minutos vão dizer-vos se Mob merece ou não a vossa atenção.

Os cerca de 1200 segundos irão, sem dúvida, ser mais benéficos para os vossos ávidos olhos de fã anime, do que prejudiciais e, ficarão sem dúvida a par de como a expressão anime pode ser tão diferente daquilo que consideramos o convencional.

PS: Obrigado ONE e obrigado BONES!

 

Mob Psycho 100 | Trailer