Tokyo ESP – Análise

Tokyo ESP surge na temporada de verão, como adaptação de uma manga com o mesmo nome. A obra original não possui um sucesso ou até vendas que justifiquem realmente a aprovação da sua adaptação, mas bem, isto não significa que o anime não se torna-se em algo bom, pois exemplos como este não faltam ao longo da história da animação japonesa. O primeiro episódio surpreendeu-nos verdadeiramente para o lado positivo da balança, mas terá ele conseguido manter o nível que criou?

 

História

Quando tudo se assemelhava a mais uma noite nas movimentadas ruas de Tokyo, eis que surgem cardumes gigantescos de peixes brilhantes que “nadam” sobre o ar. Aparentemente, quando um destes seres atravessa um ser humano normal, desperta um determinado poder.

 

 

Com uma maré gigante de poderes novos, surgem dois lados, aqueles que os pretendem usar para o mal e aqueles que os pretendem usar para o bem. Obviamente, isto vai gerar uma discórdia inicial e básica entre estes dois lados antagónicos, mas também acarreta outro tipo de consequências. Como irá o Japão, como grande potência, gerir todo este alvoroço repentino?

 

Conseguiu o enredo viver ao bom primeiro episódio que a obra nos entregou?

Não! Bem, a resposta poderia ficar por aqui, porque é bem simples, principalmente para quem viu ou tentou ver este desastre narrativo. No entanto, e por norma, gosto de analisar de forma a persuadir o leitor a ver mais uma boa obra. Infelizmente, e muito de vez em quando, surgem estas relíquias que nos obrigam a tentar evitar que os nossos queridos leitores caiam nas masmorras do mau anime.

 

 

Como já vos tinha alertado nas primeiras impressões relativas a esta obra, tudo que nos foi mostrado no primeiro episódio, tem um nível de interesse um pouco a cima da média, principalmente nos poderes e na forma como foram empregues. Contudo, a forma como o episódio foi estruturado não terá sido a melhor. Porque, além da confusão proveniente da absorção de tantos acontecimentos em tão pouco tempo, fica-nos duas questões bastante pertinentes que não nos deixam decidir se prosseguimos com a visualização da obra. Será tudo isto fogo de vista? Ou terá realmente algum potencial para ser uma obra, pelo menos, a cima da média?

 

 

Respondendo então à questão, e até as previsões realizadas no artigo acima citado, sim era tudo fogo de vista, o potencial não passa de uma completa ilusão. O máximo de qualidade que vão obter encontra-se no primeiro episódio, a partir daí, não passa de uma montanha russa com destino à má qualidade e à pobre escrita narrativa. Infelizmente, até aquele conflito mais interessante: todo o conjunto de consequência políticas e sociais que o mundo preenchido de ser-humanos com poderes acarreta, não passa de uma cópia mal realizada de uma história de mutantes muito bem conhecida e reconhecida pelos lados mais ocidentais do globo, denominada por X-Men.

 

A bola de neve de desastres não se fica pelo enredo, e estende-se a todo o visual! 

O primeiro episódio deve ter sugado todo e qualquer orçamento destinado a esta série. De duas uma, ou o orçamento foi sendo cortado com a progressão do desenvolvimento do anime, ou realmente existiu aqui uma péssima gestão orçamental destinada aos aspetos técnicos. A estreia do anime possui uma qualidade técnica acima da média, a animação estava fluída, bem construída, os cenários brilhavam com uma excelente coloração e composição artística.

 

 

Contudo, com a progressão do anime todos estes bons elementos, que nos foram apresentados outrora, acabam por ser deixados para trás. O character design no seu sentido original e puro é muito bom, no entanto, começou a ficar desleixado, perdeu todo o nexo de proporcionalidade, assim como todos os respetivos pormenores . A animação transformou-se em algo horrível de ser assistido, na medida em que perdeu toda a fluidez que nos apresentou numa primeira instância. Os combates e todas as cenas de ação, revelaram-se pobres, vazios e anti-climáticos.

A banda sonora passa completamente despercebida, acabando por ser tornar mais uma ponto completamente desfavorável nesta salada de elementos que constroem esta obra.

 

 

Com tanta coisa má, existe algo a salvar a obra?

Não. A obra não é de todo algo recomendável, sendo que não existe realmente um único ponto interessante, ou no mínimo, um menos mau.

Incoerência narrativa, onde tudo e mais alguma coisa fica por explicar, personagens vazias e sem qualquer tipo de desenvolvimento de início ao fim, designs que fogem por completo ao original, uma banda sonora cliché que não se faz ouvir, uma direção de arte pobremente realizada, tudo isto e muito mais é aquilo que podem encontrar nesta obra.

Se gostarem de alguma das coisas a cima citadas, então este anime poderá ser aquilo que procuram, caso contrário, não valerá (de todo!) o vosso tempo.

 

Trailer