Indústria dos Videojogos – Inovação e Tendências para 2022

A indústria dos videojogos dita algumas das tendências tecnológicas e procura sempre cativar os jogadores com inovação. Com um mercado global estimado em mais de 150 mil milhões de Euros, os jogos são um dos primeiros nichos onde os inovadores tecnológicos esperam vender as suas novas ideias, na esperança que os desenvolvedores de jogos abracem as inovações e as incluam nos seus novos projetos.

O ano de 2022 tem os ingredientes para ser um ano próspero em inovação. Os rumores sobre um metaverso web-3 crescem, enquanto ferramentas baseadas em IA e RV ajudam a melhorar a experiência de jogo.

Eis algumas das inovações mais importantes esperadas para este ano.

 

Indústria dos Videojogos – Inovação e Tendências

Háptico na boca

Uma das características do metaverso é que o jogo parece o mais real possível. O háptico na boca é um exemplo disso, resumindo: é um dispositivo conectado a um fone de ouvido RV projetado para imitar sensações em torno da boca.

O que significa isto para os jogos? Bem, imagine jogar um jogo de aventura e interagir com vários objetos no mundo virtual: isso pode significar sentir a sensação de beber água de uma fonte, ou até mesmo ter insetos a rastejar na sua boca.

Esta tecnologia funciona com uma grelha de transdutores ultrassónicos instalados no dispositivo háptico que produz frequências capazes de criar sensações de pressão na pele. Os nervos em torno da boca são particularmente sensíveis, tornando a boca um alvo perfeito para investigadores da Carnegie Mellon University.

No entanto, a sensação tátil na boca, é um projeto que ainda está a dar os primeiros passos. Vários dos voluntários do grupo de teste não sentiram nada, e os criadores admitiram que ainda há um longo caminho a percorrer. Por outro lado, o final de 2022 pode ser o momento em que veremos versões de teste disponíveis nos jogos, o que adicionaria uma nova dimensão a alguns dos nossos jogos favoritos!

 

 

NFT e blockchain

Atingiram a fama em 2021, quando o artista Beeple vendeu a sua obra de arte por 21 milhões de dólares, uma quantia que faz muitos dos jackpots de lotaria parecer pequenos.

No entanto, a história desviou a atenção do que os NFTs – e a tecnologia blockchain que as suportam – podem proporcionar à tecnologia dos jogos.

Os jogos Blockchain existem desde 2018, quando o Axie Infinity da Sky Mavis introduziu a sua economia no jogo baseada em NFT. Desde então, jogos ao vivo como Thetan Arena e Upland evoluíram de uma forma sem precedentes: neste último, por exemplo, pode possuir propriedades no jogo que são NFTs que pode negociar com outros jogadores.

Agora, jogos como o Highrise têm planos para criar um metaverso de terras NFT cuja propriedade pertence aos jogadores, onde os utilizadores podem gerar e rentabilizar o seu próprio conteúdo ao partilhar e negociar com outras pessoas.

Até Snoop Dogg está em ação neste ramo. No início deste ano, criou o seu próprio ‘ Snoopverse ‘ através da plataforma Sandbox, onde os jogadores podiam comprar as suas próprias propriedades. Um fã empenhado pagou 450.000 dólares para ser vizinho do rapper no seu mundo virtual.

 

Jogos na cloud

A maioria dos jogadores está familiarizada com o conceito de jogos na cloud (nuvem), ou jogos como serviço – jogos online executados num servidor remoto ou cloud – e 2022 pode ser o ano em que esta prática se torna o padrão da indústria.

O Google Stadia e o Xbox Cloud Gaming procuraram criar uma fórmula vencedora, mas o preço das assinaturas e a falta de entusiasmo dos jogadores não produziu os resultados desejados.

O Stadia está a migrar para um serviço de etiqueta branca, que pode vir a ser aplicada aos jogos. Isso daria aos demais operadores do mercado a possibilidade de lançar os seus próprios serviços de cloud para os seus jogos, melhorando a facilidade de acesso para os fãs.

Promoções úteis, como a da Xbox, que tornou o Fortnite gratuito para jogar na sua cloud – sem mencionar que as consolas das Series X/S e One agora são compatíveis com a cloud – ajudará a impulsionar o projeto.

 

Mais dispositivos portáteis

Podemos estar prestes a ver os jogos móveis tornarem-se um grande negócio. O Steam Deck, um PC portátil para jogos, estava programado para um lançamento pioneiro em 2021, mas foi adiado até este ano.

Embora as reviews não tenham sido as melhores, abriu as portas para outros operadores neste ramo. O Analogue Pocket permite que jogue todos os seus jogos clássicos de Game Boy e Game Gear num dispositivo, enquanto o Playdate tem a capacidade de armazenar uma enorme coleção de jogos.

O maior desafio, no entanto, será saber se os novos portáteis podem assumir o poder do novo chip móvel personalizado da Qualcomm, construído especificamente para jogos em dispositivos móveis. As consolas de jogos com Android podem ser apenas o próximo grande passo.

 

E aí, que inovação lhe desperta mais curiosidade? Ter o seu próprio PC portátil ou sentir aranhas virtuais a rastejar na sua boca?

Pode ser que 2022 seja o ano em que poderá tirar as suas dúvidas…