Quando há uns meses atrás fiz a análise da primeira temporada de Kaleid, deixei claro a minha opinião sobre obras deste naipe. Sendo um derivado da aclamada série Fate, este mahou shoujo é um dos animes mais desvalorizados de sempre.

 

 

Fate kaleid liner Prisma Illya 2wei! | Enredo e Personagens

Na sua primeira temporada, o anime afirmou-se essencialmente como uma história de bruxinhas moe com tendências lésbicas e com lutas épicas. Resumidamente é isto. Contudo, se analisarmos um pouco mais criticamente percebemos que Kaleid é bem mais do que isso.

Nesta segunda parte, a trama principal gira em torno de Kuro – como foi apelidada pelas personagens do anime. Kuro é basicamente uma rapariga vestida de Archer muito parecida com Illya. Perante isto, as heroínas do anime terão de descobrir quem ela é, de onde veio e o porquê de nutrir tanto ódio pela pequena Illya.

 

 

O enredo de Kaleid mudou significativamente de rumo. Na primeira temporada o anime focou-se na jornada de Illya, Miyu, Rin e Luvia para encontrar as cartas dos espíritos heróicos. Agora entendemos que existem segredos óculos neste mundo de magia e que muitos deles são mais negros do que o esperado.

Nos primeiros episódios o anime é praticamente um Slice of  Life num ambiente escolar. As protagonistas são bruxas da escola primária que fazem meia dúzia de feitiços quando aparece um inimigo. Quando chegou o momento de introduzir uma nova personagem na história, decidiram levar a vertente yuri do anime a sério. Kuro surge como uma espécie de “clone” de Illya que beija apaixonadamente jovens de dez anos para obter mana. Contudo, as pessoas pensam que quem anda a cometer esses atos obscenos é Illya e rotulam-na de pervertida. Perante este cenário, Illya começa a ficar desesperada e deseja com todas as suas forças voltar a ter uma vida normal.

 

 

A maior parte do anime é essencialmente focada no desenvolvimento de Kuro e da sua relação com os demais. Mesmo sendo a vilã da história, é impossível não gostar dela. O facto de ter um carisma único e um sentido de humor perverso fazem com que todas a adorem (menos a Illya). Porém fica sempre a dúvida: Porquê que ela quer tanto matar Illya? De onde ela surgiu e porquê que é um Archer ambulante?

Essas perguntas são todas respondidas a seu tempo e tenho de ser muito sincera. Eu já adorava Kaleid só pelo conceito fofo e engraçado, mas nesta segunda temporada a trama superou todas as minhas expectativas. A história que desenvolveram à volta da Kuro foi surpreendente. E mesmo sendo um anime de comédia tosca, este teve drama. E não foi um drama colocado à sorte no meio de cenas homossexuais. Foram cenas tristes e credíveis, que atribuíram todo um novo valor a Kuro.

 

 

Deixando a vilã de lado, falemos dos restantes personagens. A meu ver o desenvolvimento das outras magas foi quase nulo. A Miyu já tinha tido um progresso bastante grande na primeira temporada e agora apenas confirmamos que este continua. A Illya continua a ser uma heroína feita para ser protagonista. É cobarde a maioria do tempo, mas na hora H lembra-se de ser corajosa. De facto não me consigo apegar a ela. Não a considero intragável, mas é chatinha.

 

Fate kaleid liner Prisma Illya 2wei! | Ambiente

Fate/Kaleid tem uma arte acima da média. A animação além de fluída é polida. As batalhas do anime são excecionais. Se pararmos para pensar que se trata de um anime de bruxas lésbicas, é difícil acreditar que possa ter uma produção técnica tão detalhada. Mesmo com a arte moe, quando é hora de lutar, as coisas ficam sérias. O mesmo vale para a banda sonora. Música ideal no momento certo e um tema de abertura adequado ao tipo de obra que é.

 

 

Fate kaleid liner Prisma Illya 2wei! | Juízo Final

Fate/kaleid liner Prisma☆Illya 2wei é superior ao seu antecessor. Apesar de ser um pouco mais parado e não ter lutas tão frequentes, a coesão narrativa é algo digno de aplausos. Para mim, Kaleid continua a ser um anime com um público-alvo bastante restrito, contudo este tem parâmetros que reunidos resultam numa obra acima da média. Fate/Kaleid não é perfeito e está longe disso. No entanto é uma obra subvalorizada que vive na sombra da série Fate.

Mantenho a minha opinião, quem gosta de lolis fofinhas e de ação vai-se deliciar com o design lindíssimo das protagonistas e com o traço e pormenor das batalhas. Para os que costumam ser agradados por mahou shoujos, posso afirmar que este aqui não vos vai desiludir.