[Análise] Black★Rock Shooter (Anime)

Lançado 2 anos após a OVA, este título atinge os ecrãs orientais na temporada de Inverno do ano de 2012. À volta dele foi criada alguma ânsia e expectativa por parte do público. Estes, esperavam ver muitas respostas e com elas uma narrativa mais desenvolvida e coesa. Será que foi isso que obtiveram?

 

Black Rock Shooter Análise Anime – A História

A história não difere em nada da OVA para o anime, a não ser na forma como os eventos se desenrolam. Desta forma, a sinopse continua a mesma do título anterior.

Esta é uma pequena história que segue Mato e Yomi. Duas jovens que acabam de entrar para o primeiro ano do secundário. Até à data elas não se conheciam, mas rapidamente desenvolvem uma amizade muito forte. Com o avançar do tempo, são colocadas em turmas separadas. Mato conhece uma nova amiga chamada Yuu, com a qual começa também a criar uma nova relação de amizade.

Visto que passa mais tempo com ela do que com Yomi, a relação começa a ficar mais fraca e as dúvidas e ciúmes começam a assolar a cabeça de uma e de outra. No entanto, vemos Mato sempre a lutar pela amizade que se vai perdendo aos poucos. Em contrapartida, Yomi tenta sempre afastar-se mais e mais para não sair muito magoada da situação.

 

 

Ambiente e Enredo

Todas as expectativas criadas em quem viu primeiro a OVA foram arrancadas episódio a episódio. Esperávamos mais explicações, mais desenvolvimentos, mas aquilo que obtivemos ficou muito aquém do esperado. Em contrapartida, foi-nos entregue um enredo que desmistificou apenas algumas coisas. E, mesmo assim, no descortinar de alguns destes elementos, o enredo entrou num processo no qual acabou por criar apenas mais pontas soltas e, por consequência, mais mistérios que ficaram por esclarecer. Ainda assim, o enredo vai incluindo algumas pistas sobre o mundo sobrenatural e o seu significado, bem como algumas ligações entre um mundo e o outro.

Contudo, estes aspectos não vão muito longe, ficando-se apenas a entender um pouco melhor a conclusão que já se suspeitava: no mundo real, as personagens projectam de forma inconsciente todas as emoções. Por outro lado, estas quando atingem o mundo sobrenatural são intensificadas e exteriorizadas de forma física. Claro que, assim sendo, as emoções acabam por perpetuar confrontos emocionais no mundo real e confrontos físicos no mundo sobrenatural.

 

O ambiente continua o seu ponto forte, melhor ainda do que na obra anterior. O estilo de desenho utilizado nas personagens é extremamente semelhante ao anterior, contudo as características peculiares que se faziam sobressair estão agora mais decalcadas. A luz, sombras e os contrastes construídos foram muito bem aplicados, pois criaram aproximação com a realidade e uma maior densidade nos momentos de carga dramática.

 

 

A animação, nomeadamente nas lutas do mundo sobrenatural são soberbas, desde as coreografias à cinematografia de cada cena de acção. B★RS é um dos poucos animes contemporâneos onde a utilização de tecnologia CGI para criação do visual está bem gerada e bem utilizada. A composição da animação e desenho criados através de computação gráfica possui uma qualidade subtil, que a grande parte dos olhos passará como animação 2D. Não é que este tipo de animação fosse realmente necessário para estas lutas, mas o seu bom uso revelou-se um enorme ponto a favor, criando lutas com uma sensação mais poderosa e devastadora.

 

 

As Personagens

A caracterização das personagens já foi realizada na análise da OVA. Nada mais existe a acrescentar, além dos traços já descritos. Não foram desenvolvidos nem foram mostrados muitos mais que valham a pena serem referidos.

Num enredo no qual as emoções são o assunto principal, esperam-se personagens fortemente desenvolvidas que sejam capazes de carregar e exteriorizar estas emoções. Contudo isto não acontece a não ser com Mato e com Yomi.

Muitas das personagens são introduzidas, mas constantemente deixadas por desenvolver, não passando apenas de elementos necessários para se criar conflitos exagerados entre as duas amigas.

 

 

Black Rock Shooter Análise Anime – Juízo Final

Este título falha redondamente em conectar todas as peças que lança para o ecrã. Infelizmente, acabou por seguir o mau caminho da OVA, pontas soltas por todo lado, personagens desnecessárias e demasiada repetição de emoções que levaram à criação de uma estereotipização de grande parte dos sentimentos das personagens.

Com a sua grande animação e com a combinação dos elementos desenhados em 2D com os criados em 3D, é o estrondoso visual que leva todo o enredo às costas, não esquecendo a música calma e frenética preenchida de excelentes composições.

A conclusão que se retira é igual à da OVA, não é um “must see“, mas é uma obra da qual poderão retirar algum proveito devido aos seus excelentes aspectos técnicos.

 

Trailer