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Eu desisti de Grappler Baki

Eu desisti de Grappler Baki

Tiago Garcia por Tiago Garcia
15/07/2019
em Anime, Baki, Notícias, Séries, Slider, Textos/Opinião

O espírito marcial do ocidente caracteriza-se pela sua primazia em valores aristocráticos, ideias iluministas e uma escala abrangente. A teoria histórica do grande homem, central no impulsionar do desenvolvimento humano, concilia-se intimamente à especialização de história militar. Por sua vez, esta especialização permeia e informa todas as restantes áreas e considerações académicas neste domínio. Sendo assim, o ocidente, por questão de brevidade, celebra imponentes figuras militares. De suprema inteligência e astúcia, tanto no campo de batalha como na arena política. Líderes de civilizações e porta-estandartes dos mais supremos valores (na perspetiva da cultura/autor que o descreve positivamente).

 

Eu desisti de Grappler Baki

 

Homens como Alexandre Magno, Júlio César e Napoleão Bonaparte são emblemáticos deste ideal, pelo menos quando traduzidos para escritos. Por mais que, paralelamente, valores comuns de força, virtude e mérito individual também se traduziram na veneração de grandes guerreiros, servem mais de exemplos de folclore do que supremos seres humanos capazes de domar o percurso do tempo. Conhece-se a famosa Xª Legião Equestre e os seus feitos, mas nada é dito de qualquer legionário individual. Em grade parte, a disciplina de história é profundamente influenciada pelo industrialismo que marcou a historiografia moderna. Sendo assim, é difícil fazer o argumento pelo impacto de um soldado individual quando a implementação generalizada de armas de fogo demonstra que um fidalgo com décadas de treino marcial pode facilmente ser morto por um camponês com alguns meses de treino básico com a espingarda.

Isto para não falar no acordo generalizado que uma unidade de soldados disciplinada facilmente supera um qualquer prodigioso guerreiro individual. Dado isto, não é de admirar que a concepção japonesa marcial é tão impressionante para nós. Em contraste, o Japão violentamente romantiza a figura do guerreiro virtuosamente sabedor e dominador das várias artes marciais. De tal forma, que brigadas inteiras são feitas inúteis quando postas em conflito com tal perícia. Em grande parte, isto pode ser atribuído à idade do Edo na qual os samurais, agora dominados por vidas de burocracia, refugiam-se em fantasias de superioridade na qual todo o seu treino, de facto, os daria uma extraordinária vantagem no campo de batalha (em vez de inútil face a uma muralha de yaris ou uma linha de fuzilamento).

 

Eu desisti de Grappler Baki

Eu desisti de Grappler Baki

 

Porém, existe aqui uma alma que apela profundamente a qualquer pessoa. Nomeadamente, a democratização da força e o auto-melhoramento físico e espiritual que nos permite ultrapassar qualquer limitação. Esta simples ideia que qualquer pessoa, através de educação, é capaz de atingir uma característica que, pelo menos no ocidente, tem uma forte conotação de naturalismo, é extremamente sedutora. Simultaneamente, complementa a ideia de que a educação é o derradeiro equalizador, ao mesmo tempo que oferece poder de uma forma tangível. Dado este poder, pergunta-se se o propósito da arte marcial será um fim em si ou um simples meio. Esta é a temática principal do arco do venerável manga Grappler Baki, adaptado no anime do mesmo nome de 2018.

 

História e Falhas

Inconscientemente, todo o mundo vê-se abalado por um medo desconhecido e inexplicável. Um pavor primordial acompanhado de um evento em igual medida extraordinário como improvável. Em simultâneo, 5 dos mais mortíferos e perigosos criminosos do mundo libertam-se das mais impenetráveis instalações presidiárias do globo. Apesar de nunca se terem conhecido, escaparam ao mesmo tempo de forma a convergir no Japão. Aí, procuram desafiar e aniquilar os mais formidáveis praticantes de artes marciais que o mundo tem para oferecer. O seu elo unificador, além da partilha de cadastros ameaçadores, passa por uma vontade incontornável de combate e violência pura. De forma a responder a este desejo insaciável, emerge um grupo de combatentes excepcionais, unidos na sua perícia e devoção inabalável às artes marciais.

 

Eu desisti de Grappler Baki — ptAnime

 

Organizados por um descendente da ilustre linhagem Tokugawa, este acredita piamente que se presencia um extraordinário momento de destino. Organizador de um circuito de lutas ilegal, alegremente disponibiliza toda a cidade de Tóquio como palco para este torneio inédito. Além disso, convoca para o lado doméstico um membro já bem conhecido nos círculos marciais. É aqui que entra o jovem Baki Hanma, um prodigioso artista marcial que, com apenas 15 anos, venceu o mais disputado e letal torneio ilegal de luta no mundo. Daí, dá-se uma implacável luta entre tradição e pragmatismo. Estilos anciães como Karaté, Kenpo e Jujutsu irão defrontar o no-nonsense da força bruta, o vale tudo e treino militar. Disciplina e implacabilidade irão ter aqui o seu derradeiro choque, banhando as areias da arena com o sangue, lágrimas e suor dos mais determinados lutadores da Terra.

Grappler Baki, apesar de ter apenas entrado em proeminência muito recentemente, é um manga profundamente influente. No que diz respeito ao género de lutas e artes marciais, Baki consiste no seu maior expoente. Pegando na extravagância e loucura muitas vezes vista no género shounen mas assentando-o num contexto mais, diga-se, realista. Pelo menos na maneira como toma cuidado e carinho em expor as virtudes das disciplinas e capacidades das suas personagens. Graças à indelével influência de Super Eye Patch Wolf e o marketing da Netflix, Baki rapidamente tornou-se num objeto de interesse para a comunidade. Mesmo a breve descrição dada acima promete uma premissa intrigante, uma ideia de infindáveis possibilidades. Além de ser relevante na discussão acerca do valor de artes marciais como úteis para a defesa na vida real.

 

Eu desisti de Grappler Baki

 

Promete, mas, infelizmente, não cumpre. Lamento dizer que Grappler Baki é, muito provavelmente, o maior desapontamento, não só de 2018 como, se inalterado, de 2019. Uma série que, além de não ser capaz de capturar o ambiente da obra que adapta, comete um pecado de tal forma fatal que singularmente a arruína. Vamos fazer isto por partes. No que diz respeito a história e personagens, devo dizer que, ao menos, o elenco é bem traduzido em movimento. As personalidades bombásticas e espírito indomável dos diferentes participantes permanece intacto em comparação com a obra original. A parte mais interessante destas, a ânsia pelo combate e a devoção irredutível pela paixão marcial, estão absolutamente intactas.

Porém, como virtude, é vã. Tais caracterizações são pedestres em anime, mais que comuns. Dado que também existem anteriores adaptações, não é como se não tivesse sido feito antes. Fora essa observação, são mais que aceitáveis e cativantes para a audiência. O verdadeiro problema passa pelas duas outras componentes que mais dou atenção em crítica. Especificamente, as componentes de ambiente e história. Começando com o mais simples e talvez mais grave, o ambiente é lastimavelmente insuficiente quando comparado com o seu source material. A direcção artística mais limpa e bem iluminada, a meu ver, retira imenso à grittiness e ar rufião que permeia o manga. Isto é particularmente evidente quando cenários mais sujos estão em jogo. Além disso, sinto que a violência perde imenso impacto nesta mesma medida pois carece da fealdade que a daria peso.

 

 

Porém, o maior pecado passa pelas cenas de combate. Por menos que uma pessoa soubesse desta obra, não seria descabido imaginar que o combate seria o foco de todo o programa. Mais que isso, que seria a componente do mesmo que mais acesso teria a recursos de produção. Porém, parece que esta minha lógica é irrazoável. Algum virtuoso da inteligência na produção decidiu que a melhor maneira de transmitir a visceralidade do combate nesta série seria através de CGI que não estaria fora de lugar em Berserk 2016. E daí temos o pecado mortal que rebenta completamente com esta série. Dado o subject matter e estética do programa, pensaria que o ideal seria aspirar às partes marciais de Cowboy Beebop. Qualquer coisa que não destrua completamente o intuito artístico subjacente ao manga original.

Este serve de exemplo-tipo como adaptação de estático para movimento é vital para anime e aqui falha redondamente. Além disso, a história é meio formada e mal executada desde a sua génese. Admitidamente, é um defeito que se estende ao manga. Em particular, acho que a premissa inerente não só não tem peso como é resolvida a priori. Se tomarmos como temática central a ideia do conflito entre formalismo marcial e o vale tudo, então já temos a resposta logos nos primeiros 3 episódios. Desde já, os combatentes mais poderosos do lado dos criminosos são, inequivocamente, treinados formalmente em artes marciais. Mesmo o russo assustador, tanto quanto saiba, pratica sambo, uma variante militar russa de judo. Apenas um dos sujeitos é que é mais self-thaught e selvagem e esse é o primeiro que vai abaixo no programa.

 

Eu desisti de Grappler Baki — ptAnime

 

Por amor de Deus, até o americano, supostamente caracterizado por lutar sujo à gangster e calhorda, é revelado como sendo secretamente um supremo mestre de Kenpo, coincidentemente da mesma escola que um dos protagonistas. Esta foi daquelas revelações que me mistifica. Porquê passar de lutador sujo e impiedoso para alto prodígio marcial tradicional, apenas distinguido pela sua atitude egoísta perante o estilo que pratica? Claramente que o autor do manga, e por extensão o anime, tem um profundo amor pelas artes marciais. Daí, fará de tudo para realçar como a disciplina e dedicação inerente à prática dará uma inalienável vantagem ao seu praticante. Mesma face a um oponente que descura de cortesia e formalismo para puro pragmatismo e implacabilidade. Tal reverência acaba por dar um mancar fatal à obra.

 

Eu desisti de Grappler Baki – Conclusão

A sério que não sou tão pessimista com isto, a sério que não. Afinal de contas, eu vejo filmes de artes marciais desde que tenho memória e sou profundamente interessado pela componente espiritual e filosófica das artes marciais orientais. Porém, quando a ideia básica do conflito da história é inconsistente, quando as cenas de luta são atrozes e o ambiente é desinteressante, então não percebo porque devo gastar o meu tempo a ver isto. Apenas ficaria pelo machismo vão e a faux bravata. Mais cedo prefiro ver um qualquer filme dos Shaw Brothers. Por mais que o sangue e membros cortados sejam falsos, ao menos têm mais impacto que falsidade a computador. Talvez possa melhorar no restante da temporada (pois acaba em aberto a meio de um confronto), mas duvido seriamente. Precisaria não só de nova direção artística, como a garantia do desaparecimento do CGI.

 

Eu desisti de Grappler Baki

 

Porém, duvido mesmo que uma série, muito provavelmente já completa, seja capaz de fazer isso. Mesmo a única luta sem CGI nesta primeira parte deixa muito a desejar. Só não é um loop de Goku vs Vegeta a subir ao ar porque fizeram um esforço por variedades de ataques. Uma variedade que é recontada através de testemunho em vez de presenciada ininterruptamente. O que estou a tentar dizer é que, mesmo na excepção, não só estou insatisfeito como tenho novos problemas. Não só pedestre como também desperdiça o seu potencial. Mais vale ir rever Ninja Scroll ou Sword of the Stranger. Melhor que isso, rever as anteriores adaptações animadas de Baki. Podem ser velhas mas ao menos dão-se ao trabalho de desenhar as suas lutas apesar das maiores limitações do seu tempo.

 

Tags: AnimeBakiEu desisti deKeisuke ItagakiNetflixOpiniãoTextosTMS Entertainment
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Tiago Garcia

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