Hibike! Euphonium | Primeiras Impressões

Título: Hibike! Euphonium
Adaptação: Manga
Produtora: Kyoto Animation
Géneros: Slice of Life, Escolar, Música
Ficha Técnica: Disponível

 

Opening

DREAM SOLISTER – TRUE

 

Enredo

A história gira em torno de Kumiko Oumae, uma jovem que participara em concursos de elevado prestigio musical na banda da sua antiga escola.

Agora no ensino secundário, decide afastar-se do mundo da música e frequentar uma escola longe dos holofotes musicais nacionais. Contudo o destino prega uma partida à tranquila e aborrecida Kumiko: numa visita ao clube de música da escola, reencontra a sua ex-colega de banda, Reina. Conseguirá a nossa protagonista afastar-se definitivamente do mundo da música?

 

 

A simplicidade da premissa coincide com o seu desenvolvimento lento e progressivo, um reflexo notório do género Slice of Life. A construção narrativa assume-se por etapas que se vão encaixando à medida que o passado e presente de Kumiko é exposto. O presente aparece como consequência de um passado exigente e dividido entre o stress de uma vida artística com fortes aspirações, versus o real sentido e objetivo por detrás da vontade de tocar numa banda.

A premissa um tanto ou quanto genérica, pode afastar os mais cépticos ou menos dados a explorar universos calmos e progressivos do género. A contrariar a tendência furtiva de distanciamento da obra, foram criados apetecíveis momentos no primeiro episódio, capazes de atiçar ou fomentar interesse em continuarem a seguir esta deslumbrante adaptação.

 

 

Uma obra feita para todo o tipo de espetadores!

O tema música, em particular música clássica, assusta a maioria pouco habituada a este tema e com escassos conhecimentos sobre a mesma. Os produtores de Hibike! Euphonium tiveram isso em conta! De tal forma que cada ponto, cada figura ou instrumento, é meticulosamente explicado e descrito, esclarecendo toda e qualquer dúvida. A inteligência da produção neste quesito não passa despercebida, sendo algo a louvar nesta pequena apreciação. Servindo-se de uma das protagonistas, a principiante no mundo da música Hazuki Katou, como reflexo do público, adequa a narrativa a todo e qualquer espetador com audácia de se compenetrar neste mundo.

 

 

Ambiente

Num cenário incrivelmente polido, somos embriagados por um festim de cores que nos aquece a alma. A condizer com a época em questão, temos as sakuras a servirem de pano de fundo, a maravilhar os nossos olhos, pouco acostumados a uma qualidade e consistência quase que inumana.

Um choque entre o estilo moe das personagens e o realismo do ambiente proporciona um espetáculo que prima pela diferença e requinte, provando que mesmo sob recursos tão dispares, o equilíbrio pode ser atingido.

 

 

Um tema tão complexo e exigente, acaba por incitar a um clima de dúvida sobre o rigor técnico e concordância entre notas tocadas e o que é visualmente transmitido, a isso me refiro às notas tocadas pelos vários instrumentos representados. O inesperado acontece quando nos apercebemos que na realidade, as notas tocadas coincidem com as transmitidas! Som e imagem complementam-se com uma sincronização inacreditáveis, sendo sem dúvida um dos pináculos de toda a animação.

 

 

O design forte e caraterístico das personagens é mesclado nas entre-linhas narrativas transportadas até ao público pela linguagem corporal fortemente esculpida e trabalhada, transbordando emoções humanas sem recorrer a palavras. Numa obra sem qualquer defeito ou inconsistência visual, a nossa atenção é mais uma vez captada pelo recurso dos vários tipos de animação. A excelência é tal que os poucos frames com recurso a 3D são dificilmente perceptíveis, culminando numa verdadeira experiência visual e auditiva.

Como não podia deixar de faltar, a banda sonora composta por grandes obras de música clássica e sons puros e instrumentais, é parte integrante da narrativa. Não podendo ser considerada pano de fundo, também ela narra parte do universo Hibike! Euphonium.

 

 

Potencial

Se depois de tudo o que disse, não se convenceram a dar uma oportunidade a Hibike! Euphonium, então vejam o primeiro episódio! Apesar do tema aparentemente pouco interessante, assistem com a certeza de que irão desfrutar de um espetáculo de cores e animação francamente a cima da média. As maravilhas decorrentes do bom uso da mais recente tecnologia de animação é um verdadeiro chamariz para os mais cépticos e/ou pouco habituados às narrativas leves e progressivas do género, contudo as vertentes narrativas a explorar revelam um potencial latente, em vias de florescer a qualquer momento.

Não se acanhem justificados pela complexidade e ignorância adjacentes ao tema, afinal todos os aspetos técnicos e bases musicais são meticulosamente clarificados no decorrer do espetáculo. Sem razões a apresentar para uma não visualização de um primeiro episódio desta obra prima da animação, desafio-vos a dar uma oportunidade a vocês mesmos embarcando neste mundo refrescante onde a acalmia e o relaxamento provido servirão de excelente calmante por entre obras mais dramáticas ou violentas.