Skip Beat! | Análise

Skip Beat! é uma animação japonesa criada pelo estúdio Hal Film Maker, com 25 episódios e que teve a sua linha de vigência de 6 de Outubro de 2008 a 30 de Março de 2009. O seu enredo foca-se bastante na comédia, romance e drama, tratando-se de um Shoujo por excelência! Contando com uma honrosa pontuação no MyAnimeList de 8.36, o anime reproduz a história criada e desenhada por Yoshiki Nakamura, também autora de Tokyo Crazy Paradise e Blue Wars.

 

 

A História de Skip Beat!

Kyouko Mogami é uma inocente e sonhadora rapariga de dezasseis anos, apaixonada por contos de fadas. Devido a uma má infância e desprezo da sua mãe, a protagonista foi acolhida pela família de Shoutarou Fuwa, ao qual se ligou profundamente. Esta ligação amorosa levou a que Kyouko fugisse da sua vida, abandonasse a escola e fosse viver para Tóquio a pedido de Shoutarou – relutante em aceitar a continuação dos negócios de família, já que este, na verdade, queria tornar-se num ídolo.

A vida de Kyouko em Tóquio acabou por se transformar numa escravidão camuflada: a personagem principal foi “obrigada” a trabalhar em vários empregos para conseguir sustentar o seu amado, que só aceitava viver no luxo. Todo este esforço levou a que Sho (como as fãs o chamam) se tornasse numa das celebridades masculinas mais famosas do Japão!

Todavia, um dia Kyouko decidiu fazer uma surpresa a Sho (levando comida na empresa onde este trabalhava) e descobriu algo que iria virar a sua vida do avesso: o ídolo japonês comentava com a sua empresária que a nossa protagonista era pobre e chata. Kyouko, no fundo, apenas servia para ser sua empregada doméstica!

O mais extraordinário acontece a seguir: em vez da jovem começar a chorar desesperada pelo que tinha ouvido… ela abre a sua “Caixa de Pandora” (conhecida como a caixa que continha todos os males do mundo) e jura vingança a Sho!

 

 

 Sho provoca ainda mais Kyouko e diz-lhe que para ela se poder vingar, terá de se transformar numa estrela mais famosa que ele.

A verdadeira histórica de Skip Beat! começa com o novo objetivo de Kyouko: superar Shoutarou!

 

Kyouko: Um exemplo de mudança!

Para esta nova etapa da sua vida, a protagonista decide fazer uma alteração radical na sua aparência.

 

 

Após a mudança de visual, a personagem decide tentar entrar para a empresa de entretenimento rival da que representa Sho: LME, uma das maiores indústrias neste ramo! Contudo existe um “pequeno” problema… Kyouko não possui qualquer talento nem interesse nesta área, o que transforma em impossível o acesso a este novo mundo.

Porém, apesar de não possuir talento, ela possui algo muito precioso: a persistência, a insistência, a teimosia, ou, por outras palavras, Kyouko nunca desiste! Esta sua qualidade consegue-lhe uma entrada para o teste de novos talentos que a empresa LME está a realizar. Aqui é o momento onde vocês pensam que todos irão descobrir que ela possui um grande talento e será logo contratada! Ledo engano, apesar de, a muito custo e de forma bastante original, Kyouko ter passado pelas fases iniciais, um teste de representação com foco no amor faz com que seja desqualificada.

 

 

Só que tudo não termina por aqui. A sua insistência aliada a um diretor fora do convencional (doido descreve melhor) leva a que Kyouko consiga aceder à LME! Mas o acordo possuía uma cláusula especial: a rapariga tinha de entrar na nova secção Love Me (destinada a pessoas que necessitam de “aprender a amar”) ajudando em todo e qualquer pedido que lhe fosse destinado (por mais ridículo ou desagradável que fosse), tendo como objetivo principal o ganho de 100 pontos pelos serviços prestados. Só assim poderia ascender a membro oficial da LME.

 

 

A protagonista aceita este novo desafio e a verdadeira aventura da sua vida começa! Kyouko é apresentada com as mais diversas demandas e isso resultará, por um lado, no seu crescimento pessoal e, por outro, na descoberta do seu verdadeiro talento o que a levará a deixar (um pouco) de lado a vingança por Sho.

 

A Comédia e o Amor em Skip Beat!

Skip Beat! é um anime que aposta fortemente no sentido de humor, não possuísse ele como personagem principal uma jovem inocente, distraída e bastante exagerada.

As cenas cómicas são muito bem apresentadas no decorrer da obra, fazendo com que as situações sejam até mais marcantes e o público entenda melhor os sentimentos dos personagens. Tanto para o lado positivo como para o negativo.

Um dos recursos que mais me cativou foi o uso do lado macabro (os verdadeiros pensamentos de Kyouko) em forma de “fantasminhas” que parecem possuir personalidade própria.

 

 

E também o seu lado agressivo quando presente com Sho ou pessoas que a incomodavam.

 

 

O amor é também um tema bastante presente nesta animação. Ao entrar como membro da secção Love Me da empresa LME, Kyouko conhece Ren Tsuruga: um ator de prestígio, considerado o homem mais atraente do Japão e, principalmente, rival de Sho! Ren é uma pessoa muito gentil e dedicada ao seu emprego e, por causa disso, é bastante severo e desagradável com quem não leva o seu trabalho a sério. É o caso de Kyouko, que apenas quis entrar no mundo do entretenimento para se vingar do homem que partiu o seu coração. A relação entre estes dois será a tão conhecida amor-ódio. Apesar de ser cliché no mundo do romance, foi um recurso bem conseguido, sendo engraçado e apelativo aos olhos de quem a vê.

 

 

Produção Visual e Sonora

Como foi possível visualizar nas imagens apresentadas até então, o ambiente criado para este anime é bastante leve, claro e, poderia dizer, brilhante. Para quem está acostumado a ver romances repara que o método de produção utilizado é bastante similar aos seus companheiros de género! O que não seja de todo um aspeto negativo; veja-se que a história aposta imenso na comédia e no culto ao amor. Um ambiente leve, colorido e divertido é sem margem de dúvidas a escolha mais acertada, acompanhado de personagens excelentemente bem desenhadas e, uma vez mais, de acordo com “os gostos do público Shoujo”. Tudo foi meticulosamente bem planeado, de modo a atrair o público-alvo esperado. O estúdio Hal Film Maker sabe, com certeza, a quem se dirigir e como se expressar – os cenários com um toque “moderno” conseguem captar mais o espectador.

 

 

A banda sonora do anime não pode ser considerada de todo marcante; Do meu ponto de vista, os temas musicais utilizados ao longo da animação não conseguem cativar o público de forma a que este se lembre das músicas (e até posteriormente as procurem). A banda sonora utilizada é generalista e simples mas adequa-se perfeitamente ao enredo proposto pela obra, não sendo tediosa ou incomodativa de ouvir. Contudo, e na minha experiência, muitas foram as vezes em que abandonei a opening e avancei para o que realmente brilha neste anime: a sua história!

 

Juízo Final

Skip Beat! apresenta-nos uma história simples e de fácil entendimento, mas que demonstra muito por meio das ações dos seus personagens. Para além disso, mostra-nos um pouco do mundo do espetáculo em que nem tudo “são rosas” e a ideia de que só vence nesta indústria quem realmente for apaixonado por ela e estiver disposto a fazer sacrifícios.

Considero este anime algo que todos os otakus deveriam ver pois, apesar de a personagem principal no início não possuir personalidade própria, ao longo da obra ela vai tendo um crescimento pessoal bastante satisfatório, no qual começa a esquecer-se de viver para a vingança e começa a viver para ela mesma. Aliado a isto, Kyouko aprende valores muito importantes como a amizade, a humildade, o respeito, o amor e que o sucesso só vem acompanhado de muito esforço e dedicação!

Este shoujo possui imensos pontos positivos, todavia apresenta um negativo de muito peso! O anime acaba com um final em aberto. O romance, a vingança, a recompensa do esforço de Kyouko… nada disto nos é mostrado. Seria mesmo necessário uma segunda temporada, que foi cancelada visto que a primeira não possuiu vendas suficientes. Todavia, é possível continuar a ler a aventura desta enérgica rapariga no manga que é mesmo muito bom! E acreditem, a história evolui bastante.

 

 

E tu, já viste este anime? Que achaste desta análise? 🙂