Título: Kangoku Gakuen
Adaptação: Manga
Estúdio: J.C. Staff (Bakuman, Nodame Cantabile, Shokugeki no Soma, DanMachi)
Géneros: Seinen, Ecchi, Comédia e Romance
Ficha Técnica: Disponível
Opening
“Ai no Prison” – Kangoku Danshi
Kangoku Gakuen | Enredo
A Hachimitsu Private Academy é uma escola preparatória com disciplina austera e incríveis resultados académicos, e está neste momento a atingir um ponto de viragem na sua história. Pela primeira vez, a escola vai ter rapazes a estudar dentro das suas portas, são eles: Kiyoshi Fujino, Morokuzu Takehito a.k.a. Gakuto, Shingo Wakamoto, Jouji Nezu a.k.a. Joe e Renji Andou a.k.a. Andre.
Numa primeira instância, ficamos com a ideia geral de que estes rapazes apenas têm uma coisa na sua mente, interação com raparigas, e quando o rácio é de 1:200 é caso para deixar qualquer rapaz fora de si. Desde cedo percebemos que a mentalidade de Kiyoshi é ligeiramente mais leve que a dos demais. Grande parte da sua personalidade parece revolver na interação genuína entre homem e mulher, sentimento que se intensifica quando, “por um feliz acaso”, ele começa a falar com Chiyo.
Contudo, nas sombras sente-se uma tensão palpável, que ganha forma com o avançar do episódio e da qual temos uma breve antevisão antes do opening do anime. O verdadeiro motivo que torna a escola tão especial e austera é então revelado quando o interior pervertido e curioso dos nossos rapazes vem ao de cima, e assistimos à introdução do Underground Student Council, o grupo de submundo da escola que é juiz, júri e carrasco de todas as transgressões da escola e que se revela um verdadeiro inferno para o grupo masculino da instituição, sobretudo com a sua entrada na “prisão” da escola.
A introdução deste grupo marca o ponto de viragem da série para o seu verdadeiro foco: a violência pura e violência sexual como punição para os mais impuros pensamentos e ações dos “rastejantes seres do género masculino”. E é original a forma como a obra torna um tema tão visceral de uma forma tão marcante e crua ao mesmo tempo que nos faz rir de tão absurdas que são as ações das personagens, tanto dos reclusos como das dominadoras, e ainda as reações dos nossos prisioneiros favoritos a toda a panóplia de abusos que sofrem.
A adaptação está fiel e transmite a alma da obra que lhe deu origem. Contudo e talvez por ser o primeiro episódio, que geralmente é o episódio teste, é exposta demasiada informação aos espetadores o que leva a um sentimento de exaustão no final do episódio, tal a velocidade e quantidade de detalhes que são atirados ao monitor.
Kangoku Gakuen | Ambiente
Se a originalidade do tema, enredo e personagens já parecia aliciante o suficiente, vou agora focar o que é capaz de ser o maior empurrão para que considerem fortemente incluir esta série na vossa agenda: o ambiente. Este compreende a produção visual e banda sonora (temas principais e efeitos sonoros).
Para falar de tudo isto é importante sublinhar o incrível trabalho do estúdio J.C. Staff, que ultimamente tem abraçado vários projetos de sucesso e que ocupam posições diferentes no “espetro” anime: desde Shokugeki no Soma a DanMachi e agora Kangoku Gakuen.
E apesar da animação dos outros exemplos ser estelar e única, pela sua originalidade e criatividade, a animação de Kangoku merece um destaque especial. O foco principal recai sobre o design de personagens que é absolutamente inovador e dá uma identidade própria a esta obra. A forma como estas se mexem e a maneira como as expressões são animadas com o sombreado e os retoques nos tons da face, são fatores que devem ser louvados.
A animação dos cenários, os ângulos de “filmagem”e o jogo de luz e sombra, servem para complementar na perfeição as personagens desta louca escola. As cores e o foco das cenas antecipam muitas vezes o tom da cena que está a ocorrer. A fechar com laço bem grande cada cena estão os efeitos sonoros, que não devem ser ignorados.
Como apontamento final do som, há que reconhecer que os nossos protagonistas fazem um excelente trabalho sobretudo no tema opening.
Kangoku Gakuen | Potencial
Apesar de tocar em todos os pontos onde a adaptação acerta e faz um excelente trabalho para nos agarrar, quero começar este tópico por focar a quem se destina Kangoku Gakuen e o porquê de não ser uma obra para todos.
Apesar de temas mais subentendidos, o anime tem um cariz violento e sexual muito forte e bastante visceral, e embora tome contornos mais cómicos aos adeptos de obras mais diversas e com tons de humor negro, não são tópicos para os fãs mais casuais.
É relevante referir que apesar da existência de alguma censura, há que ter em conta que os estúdios ainda estão à mercê da vontade das cadeias televisivas e devemos agradecer o facto de uma obra destas ter sequer a chance de ver a luz do dia. No final teremos a versão “nua e crua” que tanto merecemos e por isso é que não coloco a censura como ponto fraco, apesar de custar um pouco.
Posto isto, reforço que a animação apenas é motivo suficiente para “espreitar por debaixo das saias” de Kangoku Gakuen, mas serão as personagens e o enredo que vos vão agarrar.
Apesar do acelerado primeiro episódio, cheio de explosão de informação, há que ter esperança que o ritmo irá baixar para que possamos desfrutar verdadeiramente desta jóia luxuriosa de verão.
Análises
Kangoku Gakuen
Apesar do acelerado primeiro episódio, cheio de explosão de informação, há que ter esperança que o ritmo irá baixar para que possamos desfrutar verdadeiramente desta jóia luxuriosa de verão.
Os Pros
- Conceito original com uma animação magnifica e criativa, que marca a identidade da obra.
- Personagens peculiares que ficam na retina.
Os Contras
- O tema ousado e cru pode afastar as massas.
- Muita informação injetada no primeiro episódio faz acelerar demasiado a história.