Bleach Capítulo 670 – “The Perfect Crimson”
Obviamente ainda era cedo para o Deus dos Milagres – Gerard – atingir o seu fim. Mesmo cortado a meio, volta a regenerar-se e ainda mais forte que antes. Muito mais forte. O facto de não ter atingido o seu fim não é de todo algo forçado tendo em conta tudo o que já foi explicado. Gerard só pode ser derrotado de duas formas. Ou é completamente obliterado, ou é selado. Enquanto existir uma célula para se regenerar, Gerard vai voltar sempre.
Com isto obtemos duas respostas. Em primeiro lugar, pela conversa de Byakuya com Hitsugaya, e pelo que já vimos no último capítulo, Kenpachi perdeu a consciência. Em segundo lugar, e por último, temos mais uma abordagem à sua Bankai. Como tinha referido, a Bankai de Kenpachi está longe da liberação total. O monstro que vimos não passa de uma pequeninha percentagem do poder da Bankai, doseada pela própria Yachiru.
Quando Kenpachi se preparava para continuar a batalha contra Gerard, o braço de ataque rasga-se a meio. O corpo dele terá que ser treinado para dominar este novo poder, terá que ser construído de forma a ser um receptáculo poderoso ao ponto de dominar a sua própria Bankai. Isto mostra de novo que se existe uma Bankai em que o Kubo pensou, foi a do Kenpachi. Não surgiu em cima do joelho. Não foi inventada ontem. Posso estar muito enganado. Mas esta Bankai já estava arquitetada há muito. Mostrou-nos ainda que as críticas pesadas sobre o capítulo passado foram completamente injustificadas. Estas foram relativas ao facto da personagem que não sabia Bankai aprender-la a meio de uma batalha. Ele não aprendeu Bankai, ele não sabe o nome dela, ele nem consciente estava durante todo o processo que foi desencadeado pela própria Yachiru.
Agora vamos à segunda parte do capítulo. Kenpachi para um lado, braço e zanpakuto para outro. Gerard não quis correr mais riscos. Com isto sobra de novo Hitsugaya e Byakuya. Este era um excelente momento para Kubo trazer Shinji a liderar os Vaizards, e colocá-los de uma vez por todas a liberar Shikais, Bankais em conjugação com a Hollowficação. E até com isto colocar Byakuya a mostrar tudo o que aprendeu no reino da divisão zero, a sua nova Bankai, etc. Em vez disso, decidiu que estava na altura do Hitsugaya passar de pito para galo e “desmistificar” o caso de – o que acontece realmente com a Bankai se as pétalas terminarem? Supostamente a Bankai terminaria. Porém, não é isso que acontece. Então… quando as pétalas terminam é quando o Hitsugaya se transforma no Ichigo?
Fora de brincadeiras. Esta maturação tem muito significado, tem muita lógica e tem algum interesse tendo em conta toda a estrutura da Daiguren Hyourinmaru, e da personalidade de Hitsugaya. Em nada se deve desvalorizar o aspeto narrativo se o isolar-mos, porque visto desta forma, não temos como atacar esta evolução. Foi desenvolvida ao longo do tempo, e se a memória não me falha, foi justificada. Em contrapartida, foi colocada na pior altura possível. Colocá-la neste ponto narrativo vai afastá-la da coerência de desenvolvimento narrativo. Vai dar a sensação que apareceu do nada. Vai dar espaço para questões como “porque não a usou mais cedo?”; “porque treinou para aumentar o tempo das pétalas?”; “porquê é que evitou sempre que as pétalas terminassem”. Bem, pode ser algo definitivo, pode ser uma linha que uma vez ultrapassada não se pode voltar atrás.
Mas isto já foge um pouco ao ponto, e o que é importante reforçar aqui é que, não foi o momento que foi mau, mas sim o quando foi inserido. Dar protagonismo ao menino prodígio depois de vermos Kenpachi em versão Berserk, é aquele tipo de ideias parvas que nos faz amarrotar o papel e atirar-lo ao lixo.