Há uns tempos cruzei-me com o manga Kami-tachi ni Hirowareta Otoko, também conhecido como By the Grace of the Gods. Foi-me sugerido tendo em conta os meus gostos de mangas mais slice of life e good feeling mas, por se tratar de um isekai, torci o nariz.

Todavia, mesmo sem nunca o ter lido, despertou a minha curiosidade após ler tantos comentários positivos sobre o mesmo. Resumindo a ideia, no geral diziam que era uma história relaxante, suave, ideal para lermos após um dia de trabalho. Ao contrário do habitual não explorei o manga, em vez disso, aventurei-me no anime afim de o saborear sem esperar nada. E digo-vos que isto é melhor que chá de camomila.
By the Grace of the Gods – Primeiras impressões
A história segue Ryouma Takebayashi, um humano de 39 anos que morre durante o sono. Quando acorda, 3 deuses o encaram (o deus da vida, a deusa do amor e o deus criador) para o informar que morreu e, sensibilizados com a sua vida austera e repleta de infelicidade, irão reencarná-lo num novo mundo. Assim, o nosso protagonista é reencarnado na pele de uma criança de 8 anos com um “passado” no novo mundo totalmente criado pelos deuses.
Tal como acontece em muitos outros isekais, o mundo para onde Ryouma foi enviado é repleto de magia, seres fantásticos, um ambiente medieval e aventuras a cada esquina. Para acentuar o cliché, Ryouma é o derradeiro overpowered capaz de muitas façanhas impossíveis para um cidadão comum naquele universo. E assim, com a benção dos deuses, Ryouma Takebayashi começa a sua nova aventura.
A narrativa tem início 3 anos após a chegada de Ryouma ao novo mundo. Agora com 11, domina a arte de treinar slimes, de todos os tipos, cores e funções! A sua vida pacífica é abalada com a chegada de uns soldados muito gentis…
O enredo é simples e genérico. Até agora, passados 3 episódios, nada de extraordinário aconteceu que me faça acrescentar à sinopse acima. Contudo, a questão não está no quão inovador é o plot mas sim no quão interessante é o story telling. Narrada sobretudo pelo protagonista – e que voz belíssima a deste – a história é vivida na primeira pessoa, passo a passo, como se também nós estivéssemos a viver uma nova vida, longe de todo o stress e maldade do nosso mundo.
By the Grace of the Gods é uma série leve, com acontecimentos também eles suaves e encadeados uns nos outros de forma natural. Há bondade, amor e simpatia em toda a esquina e todo o minuto é uma aprendizagem para o Ryouma e para nós.
As personagens mais fofas!
São só fofos! Mas tão fofos! Mesmos os adultos são uns fofinhos. O character design claro que contribuiu para o efeito mas o destaque vai para o incrível voice acting, doce e extremamente adequado a cada personagem e à personalidade de cada um.
Não possui uma animação acima do normal, mas não é má. Em boa verdade, não me recordo de ver nenhum momento menos bom. Até agora, estão a fazer um bom trabalho, com consistência e fluidez na animação e uma palete de cores que realça a “fofura” das personagens e daquele mundo.
Juízo Final
Honestamente, após 3 episódios não acho que vá existir um vilão para ele eliminar, um ultimate boss, acredito que a linha será puramente slice of life connosco a acompanhar o dia a dia do Ryouma. Após o primeiro episódio conseguem perceber bem o feeling da obra, afinal desde o primeiro segundo somos envolvidos por uma música medieval suave e uma doce narração do dia a dia do Ryouma, feita por ele mesmo. E ficamos minutos a ouvi-lo falar sobre os slimes, o que comem, o que fazem, quais os tipos… Uma espécie de BBC-Vida Selvagem versão slimes!
Se gostarem, ficarão como eu: feliz e serena a ver e ouvir o dia a dia do protagonista.
Apesar de parecer muito básico, a verdade é que é um vasto mundo, com várias espécies e tipos de magia. Já abriram o leque em relação à alquimia, por exemplo, e terminaram com a inserção de uma espécie humano-animal. Deduzo que a cada episódio, novos elementos sejam inseridos e por isso não cairá no aborrecimento.
Considero By the Grace of the Gods uma obra cuja visualização depende do nosso “mood“, ou seja, se queremos ou não algo neste feeling mais calmo e sereno. Posto isto, não é recomendável a quem procura ver algo excitante e desafiante – não é esse o objetivo da obra!
Agora se quiserem algo para desintoxicar do stress e pressão do dia a dia, então esta é uma excelente aposta!
Análises
By the Grace of the Gods
Deixando o resto da história para vocês verem, os primeiros episódios são extremamente simples e explicativos. Não há pressas de contar toda a história. Nada em By the Grace of the Gods é acelerado! É tudo repleto de bondade, respeito, paz e amor. E penso que é esse o objetivo do anime, criar um espaço de 25 minutos capaz de relaxar quem quer que o veja.
Os Pros
- Voice acting
- Encadeamento dos acontecimentos
- Mundo e protagonista interessantes
Os Contras
- Há o risco de se tornar aborrecido