Pessoas a interpretar personagens de Comics, filmes épicos ou simplesmente personagens que povoam o nosso imaginário infantil, é algo comum aquando eventos de elevada magnitude. Muitas vezes encarada como uma brincadeira, uma modinha para se destacar na imensidão de pessoas que visitam os grandes eventos dessa temática, a arte do Cosplay ainda é encarada com ignorância e estranheza pela sociedade em geral.
Lentamente, este novo conceito começa a povoar no dialeto comum. Apesar de ser algo habitual e com anos de história nas mais populares convenções de ficção cientifica, Comics e Anime/Manga, perpetuou durante muitos anos a ideologia que tais representações de personagens não passariam de algo banal e de seriedade discutível.
A sociedade, pouco susceptível a mudanças e originalidade artística, recebe com algum desagrado e desconforto esta nova forma de manifestação pessoal que tanto nos tem para oferecer. Desde costura e fabrico de fatos, acessórios de elevada qualidade e rigor, maquilhagens que nos fazem questionar a realidade que nos é apresentada e, claro está, a interpretação soberba de inúmeras personagens que de tão complexas e extraordinárias apenas existem no mundo mágico de animação.
Num país onde cultura é um luxo, arte uma ostentação e o diferente uma afronta, poucos são aqueles que desafiam as leis da sociedade e apresentam o que de melhor pode ser feito e reproduzido pelo Homem. O ptAnime decidiu explorar um pouco a arte do Cosplay sobre as sábias e experientes palavras de uma maravilhosa Cosplayer que, apesar de jovem, conseguiu deixar a sua marca no Cosplay em Portugal. De nome artístico Tat-Tat, esta é uma simpática Cosplayer da região do Porto que muito tem para nos ensinar.

Entrevista Cosplayer Tat-Tat | ptAnime
ptAnime: Desde 2011 que praticas a arte do Cosplay, de onde surgiu a ideia de ingressar numa área tão pouco explorada e conhecida em Portugal?
Tat-Tat: Bem tudo começou há três anos. Estava com um grupo de amigas na minha antiga escola e retiramos um flyer acerca de um evento de Cosplay que iria ser realizado no Palácio de Cristal – o Iberanime. Como eu na altura adorava Anime e já sabia um pouco sobre o que era o Cosplay e a Cultura Japonesa, decidi ir ver de perto o que realmente era viver um evento daqueles e estar perto de uma comunidade que gosta do mesmo que eu. Foi então que, quando vi inúmeras pessoas vestidas de diferentes personagens e lhes pedi para tirar fotografias com elas, pensei para mim mesma: “Eu também tenho de experimentar”. Parecia tão divertido, tão criativo e artístico que me chamou a atenção. E a partir desse momento, Cosplay tornou-se algo viciante, algo que eu sei que não irei desistir nunca.
PA: Foi sem dúvida algo de inovador e desafiante entrar neste mundo. Inspiraste-te noutro Cosplayer português ou decidiste por ti mesma entrar no meio?
TT: Nunca me inspirei em nenhum Cosplayer português e nunca decidi entrar em nenhum meio. Quando dei por mim já estava incluída nele. Simplesmente comecei a criar outfits simples e a representar várias personagens que gostava juntamente com um grupo de amigas. Até que um dia resolvemos marcar um encontro de Cosplay (só para nós) no Palácio de Cristal como fazíamos antes, e de repente já não estávamos no nosso encontro, mas sim com dezenas de pessoas num outro que estava a decorrer no mesmo sítio, à mesma hora. Por isso, rapidamente fui incluída na comunidade sem sequer me aperceber.
PA: Infelizmente grande parte dos Cosplayers têm receio de se expor publicamente. O número de artistas sobe consideravelmente em eventos, no entanto, pouco se sabe sobre os mesmos. O que te levou a expor as tuas produções e encarnar personagens ao público?
TT: É verdade, o número de artistas tem subido consideravelmente. Principalmente no ano passado, o que me deixa bastante feliz. Quanto mais pessoas a aderir ao conceito melhor.
Acerca de expor as minhas produções: nunca foi a minha intenção criar uma página apenas para Cosplay e ter tantos seguidores. Quando comecei não tinha noção de metade das coisas e Cosplay para mim sempre foi uma forma de expressão artística e de criatividade, algo que me põe à prova na medida em que faço o imaginário parecer o mais realista possível. Porém, muitas pessoas que conheci na comunidade e que seguiam o meu trabalho em eventos e encontros, sempre me encorajaram a criar uma página online apenas para o meu trabalho como Cosplayer. Na altura eu dizia sempre que não, pois eu não tinha conteúdo para mostrar numa página e tinha começado há 1 ano e alguns meses. Não sabia como transmitir o meu trabalho a outros. Entretanto, 2013 foi um ano de grandes mudanças no meu trabalho como Cosplayer, uma vez que comecei a aprender a fazer craftings e diferentes tipos/temas de Cosplay. Por isso pensei que, após 3 anos de trabalho, já estava preparada e conseguiria mostrar aos outros que estão a começar o que devem fazer e como devem fazer algo, da mesma forma que também aprendo com eles.
PA: A expressividade e sensualidade estão patentes em muitos das tuas caraterizações. Sempre te sentiste à vontade para posar em frente a uma câmara?
TT: Essa é uma boa questão. A resposta será não. Nem sempre me senti à vontade para posar em frente de uma câmara. Durante parte da minha vida, não me sentia confortável como era, não tinha confiança em mim e só queria passar despercebida, por isso odiava quando a minha mãe, em passeios de férias, ou mesmo algum professor na escola (para qualquer evento) tirava-me fotos. Mas cresci e percebi que não valia a pena sentir-me assim, porque se eu não gostar de como sou ninguém vai gostar. Ninguém gosta de alguém que não é confiante em si próprio e que não consegue tomar posse da sua própria vida, por isso aprendi a ultrapassar os meus problemas. Agora a câmara não me incomoda. Estou segura e confiante daquilo que sou e daquilo que não sou. Por isso, trabalhar com personagens que transmitem sensualidade não me incomoda, muito pelo contrário: diverte-me pelo simples motivo que não têm nada a ver comigo, na minha opinião, e é desafiante trabalhar esse lado que nunca trabalhei, uma vez que sempre escolhi o lado mais “fofo” das personagens.
PA: Cosplay é a arte de representar uma determinada personagem. Contudo, cada vez mais é igualmente a arte de fabrico dos próprios fatos. Achas que tanto é Cosplayer aquele que fabrica o seu próprio fato, como aquele que compra um pronto a utilizar?
TT: Questão difícil. Quem compra não é menos Cosplayer que aquele que fabrica o seu próprio fato, pois muitas pessoas não sabem costurar. No entanto, obviamente vou dar mais valor àquela pessoa que fez o seu fato e teve trabalho em fazê-lo do que aquela que comprou. Isto porque hoje em dia vejo muita gente que não se dá ao trabalho de aprender. Digo isto porque já dei conselhos a pessoas de como podem melhorar ou fazer algo, e tenho muitas respostas como por exemplo: “É muito difícil, prefiro fazer outra coisa” ou “É muito difícil prefiro comprar”. Noutras vezes tenho respostas positivas que mais tarde se tornam negativas.
Vejo consecutivamente preferirem comprar uma peça inteira bem mais cara apenas para não terem trabalho de fazerem um pequeno detalhe. O que me leva a crer que as pessoas não querem saber da essência o Cosplay. Penso que isto responda à pergunta, querendo desde já dizer aos novos Cosplayers que não importa se o teu Cosplay não estiver perfeito. Importa seres humilde o suficiente para perceberes que tens de o melhorar e que tens de te esforçar.
PA: É notório o pormenor dos teus fatos e acessórios, comparados com facilidade a artigos de marcas de renome. Isto mostra que é necessário um vasto conhecimento em costura e design. Onde aprendeste a manufaturar as tuas próprias roupas?
TT: É preciso algum conhecimento em costura e design sim. Não é impossível fazer aquilo que eu ou outros fazem. É simplesmente um processo de aprendizagem que pode levar algum tempo e esforço. Eu, atualmente, ando num curso de Design de Moda, por isso, parte do meu conhecimento vem desse mesmo curso. No entanto, em casa também tive quem me introduzisse à confeção das minhas próprias roupas. O facto de ter sido sempre alguém ligado às artes também me dá certa sensibilidade para a criação dos pormenores dos fatos e acessórios. Contudo, o importante mesmo é ter criatividade e imaginação para perceber que material fica bem com qual, ou seja, muita experimentação.
PA: Muito do material utilizado no Cosplay é específico e peculiar, dificilmente encontrado em comércio habitual. Como consegues adquirir os produtos? São de difícil acesso?
TT: Correto. Alguns produtos, e refiro-me agora aos tecidos, consigo adquiri-los em duas lojas de tecidos no Porto. Uma em Cedofeita e a outra perto da Trindade. Embora às vezes seja preciso encomendar tecidos online, nunca o precisei de fazer até à data. Referindo-me agora a materiais para crafting, esses são um pouco mais difíceis de encontrar. Dependendo dos materiais que procuro, parte dos materiais que uso compro-os em lojas de ferragens, lojas de produtos artísticos e também lojas chinesas que costumam ter por vezes os mesmos produtos que outras lojas, mas a baixo preço.
PA: Para um “simples” fato são necessários imensos materiais, dos mais variados géneros, cores, feitios. A quantidade e qualidade exigidas devem pesar nos bolsos dos Cosplayers mais dedicados. O preço dos materiais necessários para a confeção é acessível a todos?
TT: A resposta será não. Não é que seja o preço dos materiais, embora hajam alguns muito caros (como por exemplo o Worbla, ou tecidos de pêlo, napas, sedas, etc). Tem sim a ver com a quantidade de materiais necessários que faz com que a conta possa chegar acima dos 100 euros. Daí ser importante passar-se semanas/meses somente à procura dos materiais exatos, fazendo comparações de preço consoante as diferentes lojas. No meu caso, tento sempre procurar materiais baratos ou recicláveis para os meus craftings, de modo a que consiga fazer o que quero a um preço acessível. No que diz respeito aos tecidos, sou capaz de gastar desde 10 a mais de 80 euros, dependendo de quais e quantos tecidos irei precisar. A qualidade muitas vezes não depende do preço, embora muita gente pense isso e culpe os produtos pelo preço e não pelo simples fato de que não os saber usar.
PA: Quanto ao Cosplay em si, o que achas mais difícil na execução da caracterização de uma personagem?
TT: O que acho mais difícil na execução da caraterização de uma personagem talvez seja interpretar a própria e o trabalho de maquilhagem.
Interpretar a personagem é difícil porque muitas das escolhas que faço contrastam completamente com a minha personalidade e também porque, por exemplo, se a minha personagem for um(a) vilão(a) que não respeita as pessoas e utiliza calão, eu não posso propriamente passar o dia a desrespeitar quem vier falar comigo num evento ou num encontro. É bastante confuso ter de gerir quando interpretar e quando não interpretar a minha escolha. Na maior parte das vezes não o faço em público, tento transmitir apenas nas fotos.
Em relação á maquilhagem, digamos que não sou nenhuma profissional nesse ramo, embora tente aprender com a ajuda de vários tutoriais. Muitas das minhas personagens requerem maquilhagens muito precisas e únicas, no sentido em que cada personagem tem traços que lhe são muito caraterísticos . Representar tudo isso, para já é impossível para mim porque não percebo muito bem as técnicas, mas tento sempre procurar personagens muito caraterizadas, para que possa aprender e melhorar.
PA: Tendo já alguma experiência no ramo, qual a tua opinião sobre a Comunidade Cosplayer a nível nacional?
A comunidade é um pouco difícil. São demasiadas pessoas e demasiados gostos, é difícil agradar a todos. Parte da comunidade aceita-te e outra parte não. Existem muitos comentários negativos sem qualquer sentido entre Cosplayers e entre público que não pratica Cosplay. Mas também existe quem aceita como és, os cosplays que decides fazer e quem goste do que fazes. O importante é saber gerir com qual parte da comunidade tu queres estar. Eu escolhi não me identificar com a comunidade. Apenas faço Cosplay e quando vou a eventos estou com amigos e pessoas que fui conhecendo. Claro que sempre que estou com eles estou na comunidade, mas não quer dizer que me identifique e escolha estar na mesma.
PA: Pelo que já vimos nas tuas páginas, o teu reportório de personagens já vai num número considerável. Qual foi o teu primeiro Cosplay?
TT: Sim , é verdade. Cosplay é algo muito importante para mim, por isso eu não consigo estar dois meses sem estar a trabalhar em algum projeto, por mais simples que seja, daí o meu número de cosplays subir constantemente, na minha galeria. O meu primeiro cosplay foi a versão do fato da Rin Kagamine (Vocaloid), adaptada para Outono/Inverno, pois o fato original é considerado Primavera/Verão, onde apenas fiz o lacinho no peito, o cinto e a fita do cabelo. Tudo o resto deste Cosplay foi com roupas que tinha em casa, visto que na altura não sabia costurar.
PA: Por vezes aquilo que perspetivamos não obtém o resultado desejado. Isto no mundo das adaptações é algo bastante comum. Já te aconteceu tal, ao ponto de desistires de algum Cosplay? Se sim, Porquê?
TT: Nunca desisti de nenhum cosplay embora não tenha gostado do resultado de alguns. Nunca desisti de nenhum porque consigo arranjar sempre forma de resolver um problema depois de pensar em como fazê-lo. Contudo, como costumo ser muito exigente comigo própria, penso que muita coisa nos meus cosplays poderia ter um resultado diferente, desde a maquilhagem ao detalhe de um sapato.
PA: Se fosse socialmente aceitável, usarias Cosplay como roupa diária?
TT: Embora não esteja muito de acordo com a visão da sociedade perante o que atualmente é aceitável ou não, seguindo-me por esse padrão atual, a minha resposta seria: sim, usaria cosplay como roupa diária. Porém, sou um pouco realista. Andar com um fato do século XVI ou um macacão de vinil na rua não é propriamente confortável, por isso talvez reconsidere a minha resposta como um sim e um não. Talvez usasse cosplay como roupa diária se fosse algo confortável.
PA: No que diz respeito aos cosplays que possuem uma maior dificuldade de desenvolvimento, qual é aquele que pretendes fazer mas consideras ainda não te ser possível?
TT: Um dos cosplays que irei fazer um dia, mas que ainda não faço por dois motivos, sendo o primeiro não ter tempo e o segundo não conseguir deixar de fazer mais que um cosplay por ano, é o Cosplay da Freya de Lineage 2. É um cosplay bastante complicado a nível de realização, pois tem imensos pormenores e imenso que construir/trabalhar. É também bastante complicado a nível de tempo, pois vou precisar de um ano inteiro para o realizar e existem centenas de personagens que quero fazer e que não consigo desistir delas e pôr-las num canto para apenas realizar um Cosplay. O meu problema, e acho que é o problema de muitos Cosplayers, é haver demasiadas personagens para tão poucos dias do ano. Nós apaixonamo-nos por 20 personagens, e dessas temos que escolher 4 para realizar.
PA: Apesar de não serem muitos, existem alguns Cosplayers de qualidade. Nacional ou internacionalmente, há algum Cosplayer que admires ou que te inspire de alguma forma?
TT: Existem poucos Cosplayers que me inspiram. Existe, porém, uma Cosplayer internacional que adoro. A Yaya Han, devido ao facto de conseguir transmitir a sua identidade no trabalho que realiza, graças à sua criatividade e detalhe.
PA: Entre os mais variados Cosplays que já produziste, qual o teu favorito e o que menos gostas?
TT: Questão muito difícil. Começando pelo que menos gosto, será o meu Cosplay de Ciel Phantomhive de Kuroshitsuji. Foi o primeiro cosplay que levei para um evento. Na altura não estava muito preocupada com que tecidos usar e como não tive muito tempo para o realizar ficou incompleto. Os cosplay que mais gosto, não conseguindo escolher apenas um, são os cosplay de Mercedes (Odin Sphere), Maleficent (filme Maleficent) e também Merida (filme Brave da Disney). Mas penso que irei gostar mais dos cosplays que irei fazer para o Iberanime OPO deste ano.
PA: Imagina que poderias ficar presa num Cosplay, qual seria a personagem de escolha?
TT: Não sei se a pergunta se aplica apenas ás personagens que já fiz ou a personagens no geral. Mas, respondendo em relação às personagens que já fiz, talvez Nidalee (League of Legends), porque ela é uma representação de uma mulher que vive numa selva, é independente, agressiva e, no entanto, sensual. Sempre adorei personagens ou mulheres históricas que conseguem ser tudo isso. Em relação a personagens no geral, talvez Lia de Beaumont (Chevalier D’eon), por ser uma personagem que se encontra em Paris, no século XVIII, durante o reinado do Rei Luís XV, e eu adoraria viajar no tempo e poder viver nessa época.
PA: Como fãs, temos igualmente curiosidade relativamente aos teus gostos no universo nipónico de produções. No que diz respeito a Anime/Manga, quais os teus favoritos?
TT: Não costumo ler muito Manga, embora esteja agora a ler Girls of the Wild’s e esteja a adorar uma vez que a história é bastante boa. Já em relação a animes, os meus preferidos são Chevalier D’eon, Red Garden, Paprika, Black Lagoon, Ghost in The Shell e Ranma ½.
PA: Para terminar, que conselho darias para aqueles que estão a começar ou pensam em começar?
TT: O meu conselho para todos os que estão a começar ou estão a pensar em começar será, em primeiro de tudo, divertirem-se. Comecem por algo fácil e vão gradualmente aumentando o grau de dificuldade. Tentem sempre desafiar o vosso “eu”, esforcem-se e dêem o vosso melhor. Sejam humildes e aceitem que ainda têm de melhorar. Aceitem opiniões, ajudem e deixem outros ajudar-vos. Cosplay é algo diferente para todos nós, mas tem algo em comum: é suposto unir, não separar. Obviamente que não é suposto serem amigos de toda a comunidade, isso seria demasiado utópico. E mesmo que os vossos cosplays não sejam os melhores, o esforço e a dedicação é que contam. Na minha opinião, prefiro cosplays que no final não tiveram um bom resultado mas que foram feitos com dedicação, do que cosplays cujo resultado final ficou perfeito, mas é apenas um fato.
Bastante mais esclarecidos e de certa forma maravilhados pelo trabalho e dedicação de Tat-Tat, damos como terminada a nossa entrevista sobre a Cosplayer em questão e a sua visão de um mundo tão desconhecido para a maioria de nós. Mais uma vez agradecemos a sua colaboração e simpatia.
Mais informações em relação ao trabalho da Cosplayer Tat-Tat podem ser obtidas nos links correspondentes às suas páginas pessoais:
WorldCosplay Cosplayer Tat-Tat