Resident Evil 4 Remake

A Capcom tem por hábito manter a franquia Resident Evil bastante ativa. Sendo uma das franquias mais rentáveis da desenvolvedora, quase todos os anos os fãs têm alguma forma de se entreterem com novo conteúdo da série. No final do ano passado, por exemplo, os jogadores tiveram uma chuva de novo conteúdo na mais recente entrada da franquia, Resident Evil Village, desde a adição de um modo de 3ª pessoa a uma secção de história completamente nova.

Assim, na mesma Capcom Showcase em que foi anunciado este novo conteúdo para o Village, foi anunciado que haveria remake de um dos mais aclamados jogos da franquia – Resident Evil 4 – tendo o seu lançamento previsto para este ano, no dia 24 de março. Este remake foi rumorado durante anos e os fãs ficaram bastante entusiasmados por finalmente o ver acontecer.

Algumas semanas antes do jogo ser lançado, foi anunciado a Resident Evil 4 Chainsaw Demo, que cobria um pouco das primeiras secções do jogo. Esta demo, anunciada e lançada no mesmo dia, deixou-me com bastante boas expetativas para o Remake – com ambientação linda, ótimo combate e exploração bastante intuitiva e cheia de atenção ao detalhe.

E sem grandes surpresas, o jogo lançou tendo sido aclamado universalmente – tantos fãs como críticos ao redor da internet elogiaram as decisões tomadas para trazer esta aventura de Leon Kennedy para as consolas da nova geração. Mas, o que torna este remake assim tão bom? Vamos analisar o porquê de Resident Evil 4 ser, possivelmente, o melhor remake da franquia.

Agradecimento em especial à Ecoplay por nos ter dado acesso ao jogo para análise!

Resident Evil 4 Remake – Análise ao Jogo

Exploração e Atenção ao Detalhe

Algo que salta logo à vista de qualquer jogador, mesmo a partir da demo, é o cuidado investido no desenvolvimento dos níveis deste novo remake. Apesar de terem sido cortados, ou mudados, alguns aspetos ao longo do jogo relativamente ao original, isso não tira nenhum tipo de mérito a este novo lançamento, uma vez que o conteúdo que vemos aqui, pela primeira vez, não só é extenso como de imensa qualidade.

Ao explorarem o mundo de Resident Evil 4, os jogadores podem contar com níveis cheios de atenção ao detalhe e segredos. Em todos os cantos, podem estar escondidos coletáveis para apanhar em troca de recompensas, ou munição e vida para ajudar na aventura, entre muitas outras possibilidades.

Esta complexidade já existente desde raiz no jogo é ainda mais intensificada nesta sua nova vida nas consolas da nova geração, que permitiu aos desenvolvedores serem muito ambiciosos na criação tanto dos cenários como dos níveis. Os gráficos do jogo são de tirar o folgo, e a forma como estão complementados com a estrutura de cada secção, resultam num ótimo trabalho de imersão que torna o jogo extremamente viciante.

É construída uma sensação de terror e tensão extremamente bem conseguida e que nunca recorre a truques baratos para a atingir. É resultado de toda uma ambientação que, por mais que vá numa direção consideravelmente diferente do clássico, é bastante boa na sua própria maneira de o ser.

Jogabilidade

Além de uma ambientação sólida, algo que é essencial para qualquer jogo de Resident Evil é um bom combate, e isso é mais um dos aspetos onde o remake não nos deixa ficar mal.

Para além das armas terem beneficiado das expectáveis melhorias em qualidade de vida, como miras mais precisas e consequentemente uma maior diversidade de estratégias disponíveis ao jogador comparativamente à mobilidade mais presa do clássico da PS2, é possível ainda contar com uma mecânica completamente nova do remake: o parry.

A partir do momento que o Leon esteja equipado com uma faca, é possível dar parry a qualquer tipo de ataque: sejam estes ataques básicos dos inimigos, balas perdidas, ferramentas voadoras, etc. – tendo isto sido, sem dúvida, uma das melhores adições do remake como um todo uma vez que permite ao jogador ter uma interpretação mais criativa e interessante de como agir perante uma situação de combate.

E as qualidades da jogabilidade não terminam no combate: este é um dos principais fatores para contribuir para a tensa e incrível ambientação do jogo que já referi, pondo o jogador constantemente em situações em que é preciso pensar e agir rápido para conseguir completar o objetivo.

A jogabilidade é muito bem conseguida e bastante polida, sendo uma melhoria em diversos aspetos relativamente aos jogos anteriores da franquia, contando com as entradas principais e não apenas os remakes.

História

Resident Evil 4 coloca o jogador no papel de Leon, 6 anos após os acontecimentos de Raccoon City, a investigar o desaparecimento de uma rapariga chamada Ashley, e a desvendar os mistérios relacionados com a ocorrência de diversos fenómenos sobrenaturais em pequenas aldeias rurais espanholas.

A história é bastante simples, mas também não precisava de ser mais do que já é: os personagens são bastante carismáticos e a narrativa sabe como manter o jogador intrigado e ansioso para saber tudo sobre o que está por vir.

No que se diz respeito à acessibilidade da história: para os jogadores novos, independentemente de terem jogado os seus antecessores ou não, Resident Evil 4 Remake aparece como um ótimo ponto de entrada. Desde o começo, é dado ao jogador uma recapitulação rápida dos acontecimentos importantes dos jogos anteriores, sendo mais do que suficiente para entender a maioria do que se desenrola nesta narrativa.

Por outro lado, para quem já está familiarizado com o clássico e/ou bem contextualizado na franquia como um geral, pode contar com a preservação da maior parte das cenas mais clássicas e icónicas do jogo original de 2005, algo que é notável logo desde as primeiras horas da história.

Veredito Final

Resident Evil 4 Remake é um dos melhores remakes de todos os tempos – extremamente divertido, bem conseguido, e polido. Mantém o devido respeito ao jogo original enquanto faz mudanças criativas bem-vindas para dar uma nova interpretação refrescante e bem conseguida do clássico, sendo uma entrada bem-vinda à franquia tanto para novos fãs como para aqueles de longa data.