A banda SCANDAL em entrevista à Anime News Network, na qual falaram sobre a sua carreira, a próxima tour e ainda o que se segue no futuro. Para relembrar, o grupo de rock feminino, SCANDAL, formou-se em 2006 quando as jovens do ensino secundário Haruna Ono, Mami Sasazaki, Tomomi Ogawa e Rina Suzuki começaram a fazer atuações no Parque Osaka Caslte até que, em 2008, assinaram com a Kitty Records. A explosão da banda surgiu com a criação de temas para anime, como Shoujo S para Bleach e Shunkan Sentimental para Fullmetal Alchemist: Brotherhood, e estão prestes a embarcar na sua primeira tour mundial.
A banda foi ainda querida o suficiente para deixar uma mensagem aos leitores da Anime News Network e que pode ser vista seguindo o link da fonte da notícia.
É possível ver as SCANDAL atuar ao vivo em qualquer das datas da próxima tour aos Estados Unidos, incluindo: 16 de maio na Anime Central, 22 de maio na House of Blues em Los Angeles e 23 de maio na House of Blues em Downtown Disney, Anaheim.
SCANDAL em entrevista à Anime News Network:
ANN: As Scandal apareceram na Sakura-con em 2008, por isso a visita aos EUA não é algo novo para a banda. Mas, como é que surgiu a World Tour? Era um objetivo chave tentar atuar numa variedade de locais internacionais?
RINA: O nosso mais recente álbum representa o que somos presentemente e, queríamos trazer os temas de “HELLO WORLD” aos fãs internacionais. Então o fato de podermos viajar pelo mundo através da nossa primeiríssima tour mundial, deixa-nos fora de nós. Este último álbum expressa emoções e diferentes estações do Japão, então queremos definitivamente que os fãs internacionais ouçam o álbum! Se as pessoas puderem amar o Japão através de nós (e da nossa múscia), será uma grande alegria!
Não são muitos os artistas japoneses que conseguem realizar uma tour nos EUA. Vocês vêem-se como embaixadoras culturais, ou modelos a seguir, ou só mais uma banda de rock?
MAMI: Quando iniciámos o grupo, não tínhamos verdadeiramente experiência em tocar instrumentos ou no conceito de banda. Portanto, refletindo sobre isso, não poderíamos imaginar que toda esta gente iría ouvir a nossa música e vir aos nossos espetáculos. Senti-mo-nos muito felizes e abençoadas.
Vocês reparam nalguma diferença notável entre a indústria musical nos EUA e no Japão, ou entre cultura musical? Por exemplo: CDs estão em declínio nos EUA. Uma das grandes revelações das Scandal foi via Tower Records Japan, mas a Tower há muito que se foi nos EUA. Isso surpreende-vos?
HARUNA: Para ser honesta, mesmo no Japão, as vendas de CD não têm sido o que eram. Eu acho que é muito bom que existam plataformas como iTunes que tornam ouvir música um processo mais fácil. Por outro lado, os artistas investem tempo e ideias no design de uma caixa de CD com o layout e as fotos. Adicionalmente, a qualidade de som de um CD é única. Por isso acho que se os fãs têm a oportunidade de obter uma cópia física nas suas mãos, é uma experiência especial.
Vamos falar sobre “Image”, o single principal no vosso novo álbum. O ‘peso’ do baixo é grande, e parece enfatizar textura acima de melodia. Isso foi algo planeado intencionalmente, ou vocês trabalharam com o produtor para encontrar um som particular para a música?
MAMI: “Image” é uma música que tem muita atividade do baixo. Eu acho que é uma bass line muito fixe! Os instrumentos e a melodia são tocados em sintonia, criando uma harmonia perfeita. Dissemos ao editor de som a nossa visão e foi criada como tal.
A letra de Mami em “Image” fala sobre novos começos. Quão pessoais são as tuas letras? Retiras muito das tuas próprias experiências, ou pensas em mensagens para os fãs?
MAMI: Dependendo dos meus sentimentos na altura, as letras que crio podem refletir isso. Depois de termos finalizado a nossa arena tour o ano passado, esta deu-nos a razão para tocar este tema. Pessoalmente e como banda, eu penso que esta música representa o nosso primeiro passo para o próximo nível.
Outra faixa no vosso álbum é “Your Song” – um esforço conjunto de toda a banda. Como foi colaborar para a criação dessa música.
RINA: Foi escrita durante a nossa JAPAN TOUR. Durante os nossos ensaios (antes dos concertos), nós gravávamos os arranjos e composição. Depois, reunia-mo-nos no quarto do hotel e trabalhávamos mais nela. Esta música foi inspirada pelas cartas de fãs que recebemos pelos espetadores do programa televisivo “J-MELO”. Por isso esta foi uma música que criámos em conjunto com os fãs. Quando a tocamos em concerto, gera uma atmosfera incrível.
Vocês muitas vezes trabalham com compositores e produtores para completar as músicas, mas as letras vêm, normalmente, diretamente da banda. Como funciona o vosso processo criativo? Vocês têm um bloco de notas? Sentam-se a uma secretária, ou escrevem letras no comboio?
HARUNA: Coisas que vêm a cabeça diariamente, coloco-as no meu smartphone e transfiro-as posteriormente para um bloco de notas. Existem muitas alturas nas quais ideias simplesmente aparecem, durante a minha viagens de comboio.
O que vos inspira a criar música? Alguma coisa recente vos vem à cabeça
TOMOMI: Livros, filmes e conversas com os amigos.
Acontece-vos ficarem com bloqueio criativo? Como lidam com isso?
RINA: Sim, há alturas em que esgotámos as nossas ideias e a nossa mente fica em branco. Quando tal acontece, eu normalmente ouço músicas novas ou vejo o meu filme favorito. Acho que é importante fazer coisas que dão estímulo à nossa mente e nesse sentido, a tour mundial é muito boa para nós.
O vosso género musical está muito bem definido. Existe algum tipo de música que gostariam de criar fora do vosso género, como jazz ou funk ou hip hop?
TOMOMI: Eu gosto de música funk por isso acho que gostava de experimentar.
Usam muito a media social? Seguem o twitter de outras pessoas, ou páginas de Facebook ou Tumblr/Instagram?
RINA: Usamos as nossas contas oficiais de media social SCANDAL! Para a nossa conta de Twitter, conseguimos tirar o tempo para pensar no que queremos escrever, por isso está em japonês e inglês. Recentemente iniciámos uma conta oficial no Instagram e nessa fazemos as atualizações todas em inglês, para dessa formar poder-mo-nos ligar mais com os nossos fãs internacionais! Por favor sigam-nos!
Em criança, qual foi o primeiro álbum que alguma vez compraram com o vosso próprio dinheiro?
RINA: O melhor álbum de Morning Musume. Na altura, estava no ensino elementar e elas eram extremamente populares. Eu criei uma equipa de dança e copiei as coreografias delas.
Quando eram mais jovens, vocês ouviam punk rock japonês como Blue Hearts, ou focavam-se em atuações musicais ocidentais?
MAMI: Antes, eu não ouvia atuações de muitas bandas. Mas desde que formámos a nossa, ouvimos muitos tipos diferentes de música, independentemente do género.
Li que a Rina vê Steve Gadd como uma das suas influências. Isso é uma escolha muito interessante – ele é um gajo de sessões, não uma grande estrela rock. Cada uma de vocês sente afinidade para outras atuações populares, ou vocês procuram cautelosamente por nova música para ouvir?
RINA: Na mesma altura que comecei a tocar bateria, comecei também a comprar revistas sobre o tema. A primeira revista de bateria que comprei tinha o Steve Gadd na capa e ele era, na verdade, o baterista favorito do meu pai. Ao ler a entrevista, aprendi que ele fazia sapateado e isso fez-me interessar por um mundo totalmente diferente. Quando ouço música nova eu não penso se é popular ou não e, embora tenha os meus próprios gostos, ouço praticamente tudo!.
Como é que os membros de Scandal se conheceram, como estudantes? Eu sei que vocês frequentaram a mesma escola de dança, mas foi realmente tão simples quanto isso? Conseguem recordar a primeira vez que se conheceram?
TOMOMI: Conhecemo-nos durante as férias de verão e inverno, durante os nossos campos de treino (de dança). No início, não tínhamos falado muito umas com as outras mas a Rina era a mais assertiva, por isso demorou um pouco a desenvolvermos a nossa amizade.
Como foi a primeira atuação ao vivo das Scandal como banda? Ensaiaram muito para ela? Quantos fãs estavam presentes?
HARUNA: A nossa primeira atuação ao vivo, foi baseada no nosso primeiro álbum e nós ensaiamos imenso. Houveram tantos fãs que apareceram na casa concerto onde atuámos, que tivemos que adicionar mais espetáculos.
Como foi começar como indie, e depois fazer a transição para uma marca de renome? As Scandal demoraram apenas 2 anos entre a sua formação à sua associação a uma grande editora. As expetativas mudaram?
MAMI: Quando nos anunciaram a estreia (numa grande editora) ficámos tão felizes. Tornou ainda mais forte a nossa resolução de ter sucesso como banda.
Tiveram várias das vossas músicas a marcar presença em animes populares, e ganharam alguns dos vossos fãs estrangeiros dessa forma. Gostam de usar anime como uma espécie de ponte para chegar a novos fãs?
MAMI: Eu adoro manga e anime! Eu sinto que é algo maravilhoso quando a cultura japonesa atravessa fronteiras e é amada por muitas pessoas. Eu fico tão feliz quando as pessoas descobrem SCANDAL através de anime e deve haver muitas pessoas que se tornaram nossos fãs dessa forma.
Vocês conseguem alguma vez ver anime, ou estão simplesmente demasiado ocupadas?
MAMI: Eu adoro ler/ver manga/anime diariamente! Recentemente, tenho andado a ler Shingeki no Kyojin!
7 anos passados, como é que se sentem relativamente a Scandal? Expetantes com a tour, ou já estão a planear para o futuro?
TOMOMI: Eu sinto que somos uma banda que evolui a cada geração. Claro que estamos extasiadas com a tour mundial e ao mesmo tempo estamos a pensar no nosso próximo passo.
Fonte: Anime News Network