Quatro animadores Japoneses que trabalharam no filme animado Spider-Man: Into the Spider-Verse, partilharam as suas experiências na produção do filme com a revista Japonesa, CG World. Os animadores discutiram as diferenças culturais entre produções de animação Americanas e Japoneses, as inspirações anime para Spider-Verse, o que eles crêem que os animadores Japoneses podem aprender com Spider-Verse, entre outras coisas.
Spider-Man: Into the Spider-Verse – Animadores Japoneses partilham Experiências:
Yuko Ikeda disse que trabalhar em Spider-Verse expandiu a sua visão enquanto animadora. Retratar o pai do Miles foi um desafio para ela porque ele é um homem negro, e Ikeda não podia usar as suas próprias expressões como referência. Então ela teve que estudar vários filmes e clips de vídeo para entender como pessoas de diferentes culturas e etnias se movem.
De maneira a criar animação que a pessoas de todo o modo possam compreender facilmente e desfrutar, tens que estudar não apenas técnica, como também ‘background’ cultural, de forma a poderes criar expressões e movimentos convincentes.
Takuro Togo, o qual trabalhou em vários anime, incluindo Knights of Sidonia e Show By Rock!!, divertidamente disse que veio para a América a pensar que ele iria fazer animação frame-a-frame (“em ones“), a qual é típica no Japão. Mas Spider-Verse foi geralmente animado “em twos“. Ele acabou por criar cenas numa maneira muito similar ao seu trabalho em anime. Contudo, uma notável diferença é que key animators no Japão desenham os layouts, mas este não é o caso no estrangeiros. Togo disse que ele gostaria de ter tido mais liberdade criativa com a direção das cenas que a ele foram atribuídas.
Outra grande diferença que Togo sublinhou, foi o quão mais cada cut individual demorou a ser criada quando comparado com produções Japonesas. É geralmente possível criar duas ou três cenas num dia no Japão, mas para Spider-Verse, até uma pequena sequência demorava uma semana, enquanto que longas cenas de acção demoravam até um mês. Contudo, uma vez que cada cena no filmes está repleta de tanto detalhe, uma semana não parecia ser muito tempo. Uma cut que tinha menos de um segundo, demorou três semana devido ao número de retakes.
Ikeda entrou na conversa para dizer que por causa dos animadores terem tido eles mesmos que aplicar os efeitos de linha de tinta, isso alterou o agendamento mais frequentemente do que seria no caso de uma animação normal.
Kentaro Komiya e Ryo Wakasugi ambos disseram que apesar de terem trabalhado em animação no Japão, eles apenas haviam trabalhado em produções completamente em CG, então Spider-Verse foi a sua primeira vez a animar “em twos“. Komiya mencionou que os animadores tiveram a liberdade de escolher se queriam animar partes em ones ou twos, e eles podiam trocar sempre que quisessem para melhor se ajustar ao que estavam a tentar transmitir. Se um movimento parecesse “choppy” quando animado em twos, eles podiam mudar para ones.
Enquanto parecer cool, é permitido.
Disse Komiya.
Komiya fez modelos proxy para cada uma das personagens, os quais Wakasugi disse que ele pessoalmente deu uso. O entrevistador da CG World observou que no Japão é comum usar modelos que são fáceis de manusear, porque a prioridade é em fazer o trabalho rápida e eficientemente de forma a poder acompanhar os apertados calendários. Contudo, aos animadores em Spider-Verse foi-lhes dado muito mais flexibilidade, o que lhes permitiu experimentar com ferramentas e modelos e partilhar o seu know-how com toda a equipa.
Wakasugi sublinhou ainda outra diferença entre produções Japonesa e Spider-Verse: não havia folhas de referência de personagem ou outros materiais para as poses e modelos. O único princípio unificador era “fazer o que parecer cool”. Então Wakasugi aprendeu a olhar para outros animadores da produção a trabalhar.
A atmosfera do escritório era também muito relaxada. Togo disse que os animadores tinha concursos de decoração de secretárias, onde todos devoravam as suas secretárias com coisas que evocassem Spider-Man e colocar fanart nas paredes. Foi iniciado por uma pessoa e toda a gente foi arrastada para tal, eventualmente.
Toda a gente estava de certa forma a brincar. O facto que toda a gente levou a sua brincadeira a sério foi uma coisa boa. Fez-nos sentir a todos mais motivados.
Também, em vez de terem o seu trabalho revisto a cada duas semanas, eles eram revistos todos os dias. Komiya disse:
Cada dia parecia um ‘deadline’.
Para concluir a entrevista, Wakasugi disse:
Spider-Verse teve nove Japoneses a trabalhar nele. Senti que é bastante raro ter tantos Japoneses numa produção estrangeira deste tipo. Então quero que isto sirva de encorajamento para criadores Japoneses: vocês também o podem fazer.
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Fonte: Anime News Network