Título: Rakudai Kishi no Cavalry
Adaptação: Light Novel
Estúdio: Silver Link (Koroko Connect, Non Non Biyori)
Géneros: Ação, Ecchi, Vida Escolar, Romance, Fantasia
Ficha Técnica: Indisponível
Rakudai Kishi no Cavalry | Enredo e personagens
Rakudai Kishi conta-nos a história de uma escola de Cavaleiros Mágicos, onde os alunos se defrontam em torneios constantes a fim de subir de Rank. No anime, acompanhamos Ikki, um cavaleiro de Rank F mal falado por toda a gente e Stella, uma guerreira de Rank A.
Rakudai foi um dos ecchis lançados no Outono de 2015. Por esta altura, grande parte dos fãs de anime já se tinham fartado das premissas monótonas e repetidas dos ecchis. Sendo assim, ninguém esperava que este fosse especial. Digam-me, quantas vezes já viram animes onde uma trama repleta de magia se cruza com um harem de raparigas com os melhores atributos?
Na verdade, Rakudai iniciou-se como a maioria das obras do seu género: sem se diferenciar em nenhuma área específica. Contudo, ouve uma coisa que chamou à atenção desde do primeiro episódio: as lutas brilhantemente encenadas. Devo dizer que, pessoalmente, foi este o principal motivo de eu não ter dado drop no anime.
Para começar, temos um protagonista que apesar da sua fama duvidosa, possui um tremendo poder e uma capacidade de luta brilhante e temos uma tsundere que por uma “infelicidade” é obrigada a dormir no mesmo quarto que ele. A vida é mesmo injusta, não é mesmo?! Os dois defrontam-se logo no primeiro episódio e nos dois ou três seguintes, mais mulheres vão sendo introduzidas na narrativa, formando assim o nosso conhecido “harem”.
Quando já toda a gente esperava um anime carregado de clichés e de peitos, Rakudai decide mostrar que na realidade não é só mais um ecchi.
Rakudai possui vários fatores que o diferenciam dos demais, começando pelo romance. Quem já viu animes de harem sabe que, regra geral, o protagonista não escolhe nenhuma das mulheres que o rodeiam e demonstra interesse em todas. Aqui esse cliché é completamente abolido. Ikki decide-se facilmente e muito rápido, sendo que no quarto episódio começa a namorar com uma das raparigas. Obviamente que este pormenor deixou toda a gente surpreendida. Afinal, não foi só o facto de o romance existir, mas também o realismo com que o mesmo evoluiu. Sejamos sinceros, na maioria dos animes, o casal precisa de cinquenta e dois episódios para avançar – na vida real as coisas não funcionam assim e em Rakudai também não.
É muito interessante ver a construção da relação de Ikki e Stella. Como já referi, Stella é uma tsundere e como tal lidar com ela não se revela a tarefa mais fácil do mundo, mas Ikki leva-a a cabo de maneira exemplar. De episódio para episódio a interação entre ambos vai fluindo. E mesmo que tenham brigas e percalços – como qualquer casal – eles tentam sempre arranjar uma solução.
É aqui que Rakudai soma pontos. As personagens do anime são muito bem trabalhadas e as mulheres bonitas não funcionam apenas como adereços ou bibelôs. Todas tem personalidades fortes e um desenvolvimento coerente. Lembrando que também existe um travesti homossexual que é provavelmente o ponto forte da narrativa.
E engane-se quem pensar que as surpresas ficam por aí! De episódio para episódio Rakudai vai quebrando uma série de clichés. Mesmo tratando-se de um ecchi, um pormenor que eu venero nesta obra é o facto de a narrativa não parar para o protagonista cair de cara nas mamas de uma das mulheres, por exemplo. Sim, existem cenas eróticas, mas estas são encaixadas na trama de maneira subtil, sem forçar os acontecimentos.
Por esta altura, já devem pensar que Rakudai é uma obra de arte e o anime da década. Porém, não é bem assim. Mesmo tendo pontos muito positivos a seu favor, o anime tem alguns problemas. Nomeadamente o facto de haverem vários arcos durante os doze episódios. Ou seja, a narrativa muda o seu foco pelo menos umas três vezes e nem todos os arcos são tão interessantes assim e senti várias vezes que o anime passou de um romance erótico para um drama com flashbacks, passando no fim para uma obra de amor outra vez. Isto corta ligeiramente a linha narrativa.
Rakudai Kishi no Cavalry | Ambiente
Como já referi anteriormente, um dos pormenores que chamou imediatamente à atenção dos espectadores, foram as lutas. Estas têm uma coreografia muito bem elaborada e os efeitos especiais sem dúvida que ajudam a torná-las mais empolgantes. No geral, só as lutas mais importantes é que possuíam uma fluidez digna de aplausos.
Pessoalmente, tenho uma relação de amor/ódio com a Silver Link. De vez em quando revela ser um estúdio competente e entrega projetos bem finalizados porém, em algumas obras, a cena muda de figura. Em Rakudai realizaram um trabalho bem-feito confesso. O design de personagens consegue ser visualmente atraente e as cores bem vivas – um pormenor importante em ambientes de magia. Com cortes limpos e sequências de batalha uniformes, podemos dizer que a nível gráfico Rakudai não fica a perder.
Quanto à banda sonora, Rakudai é um anime acima da média. A soundtrack da obra é, em sua maioria, construída para conseguir deixar as cenas de luta mais empolgantes e para gerar um certo clímax. Contudo, existe uma diversidade enorme na sua composição. Durante todo o anime podemos ouvir faixas que oscilam desde um jazz alegre a músicas mais dramáticas.
Rakudai Kishi no Cavalry | Juízo Final
Tendo em conta todos os pontos em que toquei durante a minha análise, é claro que adorei Rakudai. É um anime que consegue diferenciar-se dos demais do género ecchi/harem e ir contra os típicos clichés, entregando-nos personagens carismáticas e batalhas emocionantes. Sem contar com o final tocante e inesperado.
Seria de esperar que eu recomendasse este anime a quem gosta de romance, porém tenho que discordar. Penso que se trata de uma obra que vai agradar a muita gente, quer prefiram ecchi, ação ou romance. Afirmo isto pois Rakudai possui um pouco de tudo, sem exageros e extremos. Sendo assim, é um anime a considerar por todos os que gostam de uma boa história.
Análises
Rakudai Kishi no Cavalry
Um ecchi diferenciado com boas personagens e lutas envolventes.