No passado dia 12 de março, no Parque de Exposições de Braga, realizou-se mais uma edição do Aonime, o maior evento de Anime, Manga e Cultura Japonesa do Minho.
As atividades perpetuaram-se espalhadas pelo recinto do Parque de Exposições de Braga, com a excepção dos workshops que decorreram num local privilegiado, o grande Auditório. A adesão ultrapassou em grande escala as suas antecessores, tendo todo o recinto sido preenchido por centenas de visitantes. O ambiente familiar que tanto fascinou nas edições passadas, continuou em escala superior, tornando-se num derradeiro meet de cultura pop japonesa mascarado de convenção.
O Aonime 2016 provou, uma vez mais, que a mudança do local foi realmente a melhor escolha. Agora com um espaço a fazer jus à comunidade de aficionados que o visita, conseguiu oferecer um espaço amplo e agradável, com tudo para satisfazer as necessidades dos participantes.
Aonime 2016 – Um evento jovem!
A condizer com o logo da cidade berço do evento, o Aonime 2016 foi assaltado por uma comunidade jovem, muito jovem. O cenário juvenil era demarcado e a presença de crianças era algo frequente, tal como a alegria das mesmas por se encontrarem numa convenção. Para os mais jovens, este é sem dúvida um evento fortemente apetecível. As atividades lúdicas são poucas mas interativas o suficiente para captar a atenção até do visitante mais recatado, e a comunidade alegre e com imensa vontade de partilhar o gosto por Anime, Manga e Cultura Japonesa. Do mais velho ao mais novo, não havia limite para a paixão pela cultura e arte em foco, uma clara melhoria e evolução num país tipicamente conservador.
A diversidade de pessoas envolvidas continuou, ainda que em menor número comparativamente ao ano passado. Ainda assim, foi possível observar representantes dos mais variados nichos ligados a subculturas.
Aonime 2015 – Lojas e merchandise
A presença de lojas ligadas ao merchandise Anime e Gamer é bastante usual no Aonime. O número de parceiros envolvidos manteve-se, pelo que a diversidade de lojas era reduzida, ainda que tenham conseguido colmatar as exigências do público com relativa eficácia. O número de produtos e tamanho das bancas de expositores eram francamente diminutos, tendo em conta um evento desta envergadura. Com um número substancial de aficionados presentes no evento, foi de estranhar tamanho desleixo quanto à quantidade e variedade de produtos expostos. Unicamente focadas em merchandise de Anime, pouco foi visto nas outras vertentes, como manga e jogos.
Aonime 2015 – E viva o Cosplay!
Se restavam dúvidas quanto à presença de cosplay de qualidade em mais uma edição, essas dissipavam-se assim que caminhávamos de encontro ao Pavilhão. Uma azáfama de cosplayers acumulavam-se na entrada do recinto, sendo que o melhor ainda estava para vir à medida que entravamos no espaço que albergava todas as atividades. O cosplay foi o ex-líbris de toda a convenção. Cada vez mais jovens, os participantes desta arte aumentaram em diversidade e exuberância. Quem sabe para o próximo Aonime sejam a maioria dos visitantes?
O concurso cosplay foi outro ponto forte do dia e com muitas novidades! Primeiro o espaço! No ano passado, infelizmente o local foi restrito a poucos metros em pleno recinto, sem qualquer divisória, destaque, ou sequer bancada. Desta vez, ocorreu no auditório do Parque de Exposições de Braga. Um local grande o suficiente para albergar todo o público, com espaço e equipamento para satisfazer as necessidades dos cosplayers.
A banda J-Rock, Kishi Kaisei, fizeram as honras da casa e atuaram pela segunda vez do dia, antes de dar início o concurso mais esperado. Com músicas bem conhecidas para qualquer amante de cultura japonesa e anime, o auditório foi preenchido com prontidão.
A diversidade e número dos participantes do concurso de cosplay foi sem dúvida das maiores diferenças comparativamente ao ano anterior. O número de participantes duplicou, dividindo-se em duas categorias (grupo e individual). Mais uma vez, os artistas da arte do cosplay proporcionaram um saboroso momento ao público. Nota-se uma clara evolução não só nos cosplayers que estamos acostumados a ver nos eventos, como nos novos, sendo as roupas e as atuações cada vez melhores e mais fidedignas. A vencedora, Catarina Monteiro, com o cosplay de Dark Magician Girl, do anime Yu-Gi-Oh!, brindou-nos com uma fantástica e surpreendente atuação.
Infelizmente nem tudo correu pelo melhor, sobretudo no que diz respeito à organização do Aonime Cosplay Masters. A confusão e desorganização desde a apresentação do concurso passando pelo apoio logístico, foram transparentes para o olhar do público.
Foi evidente o zelo na preparação do palco, na utilização dos melhores recursos possíveis para o concurso, escolheram inclusive ótimas juradas, verdadeiras especialistas na arte do cosplay, das melhores de Portugal, no entanto, o resto não correu assim tão bem. A apresentadora apesar de acarinhada pela comunidade, notava-se que não era conhecedora da arte envolvida e muito menos estava preparada para interpretar o papel de apresentadora do concurso, parecendo tratar-se de um improviso da direção. O apoio logístico foi “atrapalhado” e sem a eficácia exigida num evento desta magnitude. Muitos são os pontos a evoluir neste quesito, pelo que é esperado que numa próxima edição os erros crassos sejam colmatados.
O Aonime 2016 demonstrou-se ser uma réplica muito bem concedida do seu antecessor. Com ligeiras melhorias em alguns quesitos, manteve-se muito linear sem grandes inovações no que diz respeito a atividades adicionadas. Continua a ser um evento de elevado destaque e peso na comunidade do norte do país, pelo que é esperado um aumento gradual de participantes, ainda assim, e tendo em conta a grande margem de progressão, quem sabe para o ano conseguimos ter muito mais que um meet de amantes de Anime, Manga, Jogos e Cultura Japonesa.