Bleach Capítulo 665 – “The Princess Dissection”
E aqui temos um capítulo a provar o que sempre afirmei. Bleach devia, no mínimo, ser um título de lançamento quinzenal. Doente ou não, a verdade é que a pausa fez bem a Kubo, e isso refletiu-se na sua obra, tanto na construção visual como no conteúdo aqui expresso. A primeira página chega para provar isto. Num capítulo comum, teríamos a normal repetição de painéis das últimas páginas do capítulo anterior, mas desta vez, Kubo fê-lo mas numa outra perspetiva. Desta vez desenhou de novo o momento de maior impacto, aumentando a intensidade e significado do mesmo.
Os diálogos interessantes entre Urahara e Askin prosseguem, fazendo uma quase-desconstrução dos clichés do próprio Kubo. Habitou-nos a que as personagens façam todas as transformações e expliquem logo ao inimigo quais a forças e fraquezas das mesmas, e depois começam a batalha. Elemento que foi logo colocado de parte, iniciando logo a ação e os efeitos da Bankai.
Através da fácil dissecação do braço de Askin, e da reconstrução dos olhos de Urahara, aprendemos que o núcleo da habilidade da Benihime em forma Bankai, é a capacidade de reestruturação de qualquer coisa em que consiga tocar, dentro de um determinado alcance. Foi bastante inteligente colocar um limite local à habilidade, por duas razões. Em primeiro porque limita o poder da Bankai, ou seria simplesmente forte demais, pois seria capaz até de reestruturar o mundo apenas com o toque. Em segundo lugar, e diretamente relacionado com o primeiro ponto, condiciona a Bankai nesta batalha em específico, pois se não tivesse limites na distância, poderia simplesmente reestruturar a Gift Ball.
Não foi preciso mostrar muito para percebermos que esta Bankai pertence adequadamente ao Urahara, que para já não desiludiu em nenhum ponto. Ideologia inspirada no Budismo e habilidades com veia de Victor Frankenstein, que podíamos nós pedir mais?
Porém e mesmo considerando tudo isto, a luta de intelectos revela a sua verdadeira forma, sendo que a superioridade cai para o lado de Urahara. Askin sempre afirmou que era impossível escapar da Gift Ball. Mas nunca afirmou que era impenetrável. Todas as estruturas, por mais complexas que sejam, não são perfeitas, e é só uma questão de tempo até que alguém seja capaz de encontrar a sua falha. Ao rasgar as portas da Gift Ball, chega Grimmjow na primeira etapa da resurreccion: Pantera. Com a sua agilidade arranca o coração de Askin, destruindo-o, não deixando margem para regeneração.
Um excelente fim para uma batalha gostosa que tem tudo o que precisávamos. Revelação subtil da poderosa Bankai da Benihime, luta rápida a mostrar a superioridade de Urahara e por fim, Grimmjow a marcar pontos na narrativa. Seria uma pena se Askin se regenera-se no próximo capítulo, estragando por completo este momento.
Kubo pensa bem no que vais fazer, se for preciso, tira mais uma semana. Ficaremos à espera.