Será o concerto da Big Hit Labels, uma tentativa de aumento do valor da marca da empresa, face ao seu desejo de expansão e crescente domínio na indústria do K-Pop?
Após o sucesso incrível do grupo masculino BTS, a sua agência Big Hit Entertainment também catapultou para a fama internacional pela sua criação e gestão do grupo de estrelas. O presidente Bang Si Hyuk, que fundou a empresa em 2005 e criou os BTS em 2013, foi recentemente nomeado um dos líderes de negócios mais influentes pela revista americana Variety, na lista Variety 500 que se destina a nomear os 500 líderes de negócios mais influentes que moldaram a indústria da media global em 2020.
No entanto, o domínio global dos BTS deixou Bang Si Hyuk com um desafio:
Como provar que a Big Hit poderá sobreviver sem os BTS, futuramente?
O grupo de sete membros ainda está em alta rotação, mas a alta dependência da Big Hit no grupo, em termos de receita, tem sido eleita como a maior vulnerabilidade da agência. Aliás, os BTS contabilizaram cerca de 70 porcento da receita total da Big Hit em 2020, de acordo com a Hyundai Motor Securities, uma empresa de investimento financeiro.
Para o portefólio da diversificação em 2020, a Big Hit adquiriu ações da Pledis Entertainment, casa dos conhecidos grupos masculinos SEVENTEEN e NU’EST, e a Source Music que é a casa das GFRIEND. Em 2019, fundou a BELIFT LAB com o gigante do entretenimento, a CJ ENM, numa colaboração que representa o grupo masculino rookie, ENHYPEN, que foi formado no programa da Mnet, “I-LAND”, sendo assim que foi constituída a Big Hit Labels.
O próximo passo para a Big Hit foi realizar o concerto online “2021 New Year’s Eve Live” na véspera de Ano Novo, sob o tema “We’ve connected“, juntando os cantores das agências para demonstrar o novo valor de marca e criar um sentimento de união entre os grupos e os fãs.
O momento mais notável durante o espetáculo de 180 minutos foi quando os cantores de vários grupos colaboraram para atuarem músicas de Shin Hae-chan, prestando tributo à estrela icónica dos anos 90.
As atuações iniciaram com a introdução do Suga dos BTS, tendo dito “Agora, vamos voltar ao passado”. O Suga regressou recentemente depois da sua pausa devido à operação à qual foi submetido.
A Yuju das GFRIEND, o Baekho dos NU’EST, o Taehyun dos TXT, o Heeseung dos ENHYPEN e o cantor/produtor Bumzu iluminaram o palco com uma atuação do êxito de 1994, “To You”. No plano de fundo apareceu um holograma realista de Shin Hae-chan e liderou a atuação na qual o quinteto demonstrou a sua proeza no canto, graças às suas vozes harmoniosas. Eles foram acompanhados por um grupo de atuantes de música tradicional, que acrescentaram um sabor único coreano à música.
O Ren dos NU’EST, o Huening Kai dos TXT e o Jay dos ENHYPEN também entusiasmaram os espetadores com “What Do You Really Want” de 2002. A cantora coreana de música clássica, Jang Seo-yoon acrescentou a sua voz ao grupo, misturando sons tradicionais e modernos.
Lee Gyu-tag, um professor de antropologia cultural na George Mason University Korea disse o seguinte:
Algumas pessoas não chegaram a perceber porque é que a Big Hit Labels subitamente decidiu prestar tributo a Shin Hae-chan, dado que nenhum dos grupos tem alguma ligação especial ao falecido cantor. Eu acho que a Big Hit o fez para ter um conceito distinto para o concerto que juntaria todos os cantores.
Ou talvez Bang Si Hyuk tenha sido inspirado por Shin Hae-chan, não só pelos seus feitos musicais mas também pela sua voz para a justiça social. O Shin Hae-chan valorizava a auto-reflexão tal como os BTS também valorizam.
Houve uma grande variedade de atuações espetaculares, entre elas:
- “Let Me In (20 CUBE)” dos ENHYPEN;
- “Puma” dos TXT;
- “Beautiful” do Bumzu;
- “The Best Of Mine” de Lee Hyun;
- “Mago” das GFRIEND;
- “Drive” dos NU’EST;
- “MIC Drop” dos BTS.
Com a ajuda da realidade aumentada e de cenários coloridos, os cantores demonstraram um mood tanto sentimental como festivo aos espetadores à volta do mundo.
Os BTS em particular, atuaram cinco outras músicas tais como “Dynamite”, “Best Of Me”, “Make It Right”, “Boy With Luv” e ainda “Life Goes On”. Os artistas que colaboraram com o grupo, Steve Aoki, Lauv e Halsey, juntaram-se a eles (virtualmente).
No final do concerto, os membros expressaram gratidão para com os seus seguidores, desejando um bom ano novo e partilhando as suas esperanças de os poder ver, cara-a-cara. O Jungkook disse o seguinte:
Em 2020, pensei muito sobre o que a felicidade é. No meu caso, a felicidade é quando estou em palco e sou capaz de ver os nossos fãs. Como sempre, em 2021, ambiciono aproveitar oportunidades de interagir com vocês.
O líder RM disse:
2020 já passou e o momento pelo qual temos esperado virá em breve. Por favor fiquem connosco.
No entanto, nem toda a gente gostou do concerto. Alguns fãs mostraram o seu descontentamento para com a Big Hit, pela sua mensagem de “união e família”, acusando a empresa de “promover exageradamente” o nome dos BTS para fornecer marketing para os seus outros cantores.
Para expressarem o seu descontentamento, enviaram uma carrinha para o local do concerto, com uma mensagem que dizia “Somos fãs dos BTS e não da Big Hit.“. Foram partilhadas outras mensagens como:
Todos os grupos sob a Big Hit são originalmente de outras agências e não têm ligações familiares.
A Big Hit juntou-os para seu próprio benefício mas não deve forçar os fãs a unirem-se a apoiar todos os cantores.
O preço do bilhete, que é entre 29€ e 44€, também é muito alto para um concerto de empresa.
Apesar de tudo isto, a Big Hit disse que irá realizar um concerto de agência todos os anos. Lee Gyu-tag disse:
Para as agências de K-Pop, a identidade de marca desempenha um papel central porque ajuda a promover cantores rookies mais facilmente e cria sinergia.
Por exemplo, grupo feminino aespa causou agitação imediatamente após a sua estreia em novembro graças à base de fãs sólida da sua agência SM Entertainment. É isto que a Big Hit está a tentar fazer para atingir um valor de marca maior. Embora alguns seguidores não encorajem eventos como concertos de agência, é provável que a empresa continue a organizá-los no futuro. Continuará a enfatizar a necessidade de união entre grupos e os seus fãs para melhorar a sua presença na indústria da música.
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Fonte: The Korea Times