5 filmes do mestre Akira Kurosawa foram exibidos no início do ano no canal português RTP. Como prenda para todos os fãs de cinema japonês, e do realizador, e para conseguirmos ultrapassar melhor o confinamento, a estação televisiva disponibilizou gratuitamente na plataforma RTP Play as longa-metragens que passaram no canal.
Estes filmes foram trazidos pela distribuidora portuguesa Leopardo Filmes.
Conheçam abaixo todos os filmes que podem aceder gratuitamente no website.
Filmes de Akira Kurosawa disponíveis gratuitamente na RTP Play
A Fortaleza Escondida (1958)
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Título original: Kakushi Toride No San-Akunin
Realização: Akira Kurosawa | Argumento: Shinobu Hashimoto, Ryuzo Kikushima, Hideo Oguni, Akira Kurosawa | Director de Fotografia (35mm, Tohoscope, preto & branco): Kazuo Yamasaki
Música: Masaru Sato
Interpretação: Toshiro Mifune (General Rokurota Makabe), Misa Uehara (Princesa Yukihime), Takashi Shimura (General Izumi Nagakura), Susumi Fujita (General Hyoe Tadokoro), Eiko Miyoshi (uma aia), Minoru Chiaki (Tahei, o camponês gordo), Kamatari Fujiwara (Mataschishi, o outro camponês)
Produção: Masumi Fujimoto e Akira Kurosawa, para a Toho (Tóquio) | Duração: 139 minutos
Sinopse:
No século XVI, durante as guerras civis que assolam o Japão, uma princesa, a sua família, os seus guerreiros e o seu tesouro são perseguidos. A cabeça da princesa está a prémio. A princesa parte em busca de refúgio com um general, dois camponeses que este capturara, e o tesouro. Para chegar a uma região segura, o grupo deve atravessar território inimigo.
Festivais e Prémios:
Festival Internacional de Berlim 1959 – Vencedor do Urso de Prata e Prémio FIPRESCI
O genial A Fortaleza Escondida súmula da arte de AK, que aqui utiliza pela primeira vez o cinemascope e que se tornou um tal êxito que lhe veio permitir fundar a sua própria produtora.
Os Sete Samurais (1954)
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Título original: Shichinin No Samurai
Realização: Akira Kurosawa | Argumento: Shinobu Hashimoto, Hideo Oguni, Akira Kurosawa | Director de Fotografia (35mm, 1,33, preto & branco): Asakuzu Nakai
Música: Fumio Hayasaka
Interpretação: Takashi Shimura (Kambei, o chefe), Toshiro Mifune (Kikuchiyo, o camponês), Yoshio Inaba (Gorobei), Seiji Miyagushi (Kyuzo, o mestre de combate com sabre), Minoru Chiaki (Eikachi), Daisuke Kato (Shichiroji), Ko Kimura (Katsushiro)
Produção: Toho (Tóquio) | Duração: 207 minutos
Estreia em Portugal: Lisboa (Cinema Eden), em 29 de Março de 1968; reposição (versão integral) em Lisboa (Cinema King, Atalanta Filmes), em 26 de Novembro de 1993
Sinopse:
No século XVI, exasperados com as incursões de grupos de bandidos, que lhes roubam as colheitas e as mulheres, um grupo de camponeses pede auxílio aos samurais. Seis guerreiros, chefiados por Kambei e pelo filho de um camponês, decidem defender os camponeses sem receber pagamento, apenas casa e comida, pois têm a convicção de cumprir um dever.
Festivais e Prémios:
Festival Internacional de Veneza 1954 – Vencedor do Leão de Prata
Óscares 1954 – Nomeado na Categoria de Melhor Direcção de Arte e Melhor Figurino
Os Sete Samurais, outra das obras-primas de Kurosawa, sobre a qual o realizador afirmou: “Um filme de acção pode não ser mais do que um filme de acção. Mas como é maravilhoso se ele puder ao mesmo tempo pintar a humanidade! Esse foi sempre o meu sonho desde a época em que era assistente de realização. Depois destes anos todos, sonho reconsiderar o drama antigo a partir deste ponto de vista”.
O Barba Ruiva (1965)
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Título original: Akahige
Realização: Akira Kurosawa | Argumento: Akira Kurosawa, Masato Ide, Hideo Oguni, Ryuzo Kikushima, a partir do romance Akahige Shinryodan, de Shugoro Yamamot | Director de Fotografia (70 mm, preto & branco): Azakasu Nakai e Takao Saito
Música: Masaru Sato
Interpretação: Toshiro Mifune (Kyojo Niide, o Barba Ruiva), Yuzo Kayama (Noburu Yasumoto, o aprendiz), Chishu Ryu (o seu pai), Kinuyo Tanaka (a sua mãe), Yoko Naito (a sua noiva), Ken Mitsuta (o pai da noiva), Yoshio Tsuchiya (Handayu Mori), Tatsuyoshi Ehara (Genzo Tsugawa)
Produção: Kurosawa Films – Toho (Tóquio) | Duração: 185 minutos
Sinopse:
Inícios do século XIX. Após estudar medicina durante vários anos em Nagasaki, o jovem Naburo Yasumoto regressa a Edo com a esperança de ser nomeado para a equipa médica da Corte. Apanhado de surpresa ao ser nomeado para uma clínica pública, Yasumoto desrespeita deliberadamente as regras do hospital. Aos poucos, porém, o jovem começa a respeitar o chefe da clínica, Barba Ruiva, um homem íntegro, que vê em cada doente “uma desgraça da vida”. Quando Otoyo, uma adolescente condenada à prostituição, adoece física e moralmente e procura os cuidados da clínica, o Barba Ruiva encarrega Yasumoto de curá-la.
Festivais e Prémios:
Festival Internacional de Veneza 1965 – Prémio San Giorgio, Prémio OCIC e Prémio Volpi Cup para o Actor Toshirô Mifune
O Barba Ruiva marca o fim de uma época: a crítica rende-se por inteiro ao cineasta, e este filme é um dos objectos mais fascinantes que realizou, mas fala-se também agora da “megalomania” dos seus projectos, do seu exagerado perfeccionismo, da sua “desmesura”, do tempo demasiado que levou a fazê-lo. E, apesar de um razoável sucesso de bilheteira, o filme não conseguiu pagar-se.
Yojimbo, o Invencível (1961)
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Título original: Yojimbo
Realização: Akira Kurosawa | Argumento: Akira Kurosawa e Ryuzo Kikushima | Director de Fotografia (35mm, Tohoscope, preto & branco): Kazuo Miyagwa
Música: Masaru Sato
Interpretação: Toshiro Mifune (Sanjuro Kuwabatake), Eijiro Tono (Gonji, o vendedor de saké), Kamatari Fujiwaea (Tazaemon, o mercador de seda), Takashi Shimura (Tokuemon, o mercador de saké), Seizaburo Kawazu (o escudeiro de Tazaemon), Isuzu Yamada (Orin, mulher de Seibei), Hiroshi Tachikawa (Yoichiro, seu filho)
Produção: Filmes Kurosawa e Toho (Tóquio) | Duração: 110 minutos
Estreia em Portugal: Porto (Cinema Estúdio), 8 de Julho de 1969
Sinopse:
Uma pequena cidade a norte de Tóquio vive sob o domínio de dois grupos de bandidos: um deles protege os mercadores de seda, o outro os de saké. Um samurai mercenário, Sanjuro Kuwabatake, vende os seus serviços às duas quadrilhas e assiste à destruição recíproca dos inimigos. Porém, a chegada de Unosuke, irmão de um dos chefes rivais, munido de uma arma de fogo única em toda a região, vai endurecer o conflito.
Fingindo aliar-se a Unosuke, Sanjuro Kuwabatake mata vários dos seus asseclas até ser finalmente descoberto e preso. Entretanto, a batalha final aproxima-se.
Festivais e Prémios:
Festival Internacional de Veneza 1961 – Prémio Volpi Cup para o Actor Toshirô Mifune e Prémio Novo Cinema
Óscares 1962 – Nomeado na Categoria de Melhor Figurino
Yojimbo, o Invencível, o seu filme mais popular, um dos maiores êxitos do cinema japonês de sempre. Kurosawa dizia que na base desse sucesso estava o carácter do herói, Sanjuro (extraordinária interpretação do grande actor Toshiro Mifune, que fez 17 filmes com o realizador), um verdadeiro herói, que, quando luta, tem uma razão para o fazer.
O Trono de Sangue (1957)
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Título original: Kumonosu-Jo
Realização: Akira Kurosawa | Argumento: Shinobu Hashimoto, Ryuzo Kikushima, Hideo Oguni, Akira Kurosawa, segundo Macbeth de William Shakespeare | Director de Fotografia (35mm, 1,33, preto & branco): Asakazu Nakai
Música: Masaru Sato
Interpretação: Toshiro Mifune (Taketoki Washizu – “Macbeth”), Isuzu Yamada (Asaji -“Lady Macbeth”), Minoru Chiski (Hoshiari Miki- “Banquo”), Takamaru Sasaki (Kuniharu Tsuzuki rei “Duncan”), Takashi Shimura (Noriyasu Odagura), Akira Kubo (Yoshiteru, filho de Miki -”Fleance”), Yoichi Tachikawa (Kunimaru NIDU “Malcolm”), Chieko Naniwa (uma bruxa), Takashi Shimura (Noriyasu Odagura – “Sirward”)
Produção: Shojiro Motoki, Akira Kurosawa, para a Toho (Tóquio) | Duração: 110 minutos
Sinopse:
O general Washizu e o general Miki perdem-se na floresta e encontram uma bruxa, que prevê que Washizu será rei e que será sucedido pelos herdeiros de Miki. É então que Washizu mata o seu senhor, Kuniharu Tsuzuki, e Miki. A bruxa prevê agora que ele estará a salvo enquanto a floresta não se puser em movimento. Mas o filho de Miki ataca o castelo de Washizu, usando as árvores da floresta como camuflagem. O filho de Washizu nasce morto, a sua mulher enlouquece e ele é traído pelos seus homens. Adaptação livre de Macbeth de William Shakespeare, O Trono de Sangue introduz pequenas diferenças em relação à peça (uma só bruxa, ao invés de três) e acrescenta novas cenas (quando a floresta se põe em movimento, os pássaros fogem e invadem o castelo).
Festivais e Prémios:
Festival Internacional de Veneza 1957 – Nomeado ao Leão de Ouro
O Trono de Sangue um dos filmes maiores do realizador, uma das melhores adaptações do Macbeth de Shakespeare ao cinema (como escreveu Manuel Cintra Ferreira, “aquela em que melhor se sente o som e a fúria da tragédia do grande do isabelino”).
Aproveitem esta oportunidade que a RTP nos disponibilizou para ver ou rever estes magníficos filmes do mestre Akira Kurosawa.
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Fonte: RTP Play
Imagens: Press Leopardo Filmes