Na sequência do RPG de mundo aberto Final Fantasy XV, assim como diversos jogos a expandir a saga de remakes do Final Fantasy VII, foi lançado a 22 de junho de 2023 um novo jogo para a tão aclamada e popular como sempre franquia: Final Fantasy XVI.
Este novo jogo, exclusivo para a PlayStation 5 e lançamento previsto para mais tarde no PC, desenvolvido sob a produção de Naoki Yoshida, produtor de Final Fantasy XIV, conta com diveresos outros membros da staff de produção desse jogo, que deixaram a sua marca neste novo projeto em diversos fatores, que vão desde a decisões de jogabilidade como à composição de música.
Desde o seu lançamento, o jogo já conta com mais de 3 milhões de unidades vendidas, sendo um dos jogos mais bem sucedidos da PlayStation 5 desde o seu lançamento, especialmente no Japão onde já vendeu, por si só, mais de 400 mil unidades. Para além disso, tem sido bastante elogiado por diversos críticos ao longo do mundo, assim como fãs, que consideram este como um dos melhores pontos de entrada da franquia, seja pela sua acessibilidade ou pela sua história.
Vamos, então, analisar o jogo para perceber de que forma é que Yoshida colocou a sua magia para fazer este jogo mais um título especial na saga e de que maneiras é que poderia ficar talvez até melhor, caso alguma vez pretendam expandir o seu universo e jogabilidade tão únicos na franquia.
Final Fantasy XVI – Análise ao Jogo
A História & Mundo de Vailisthea
Final Fantasy XVI é um daqueles jogos em que é escusado começar a falar sobre a jogabilidade sem primeiro percebermos quais são os conceitos fundamentais da sua história, e de que forma é que estes são fundamentais para a forma como o mundo do jogo funciona.
A narrativa centra-se num território denominado de Valisthea – um local onde existem diversos países em guerra pela posse dos Mothercrystals, enormes montanhas cristalinas que são como um centro de toda a vida.
Desde o início do jogo, é nos mostrado como estes cristais são fundamentais para como o mundo funciona, sendo o que dá fogo às lareiras, iluminação às casas e todo o tipo de poder àqueles que mais precisam (ou não) de o obter.
Porém, nem toda a gente precisa da ajuda destes cristais para usar magia em Valisthea, uma vez que existem alguns tipos de pessoas “especiais” – os Dominants, que são aqueles capazes de guardar criaturas poderosas e mágicas dentro de si, os chamados Eikons (onde são possíveis encontrar algumas entidades soberanas que já apareceram sob outras formas na franquia no passado, como Shiva e Ifrit); os Bearers, sendo aqueles que conseguem controlar magia sem o uso de cristais; e aqueles que têm o poder passado por um Dominant.
Tanto os Dominants como os Bearers são vistos de formas diferentes pelos diversos países, sendo que alguns tratam os Dominants como uma forma de soberania no país e outros tratam-nos como se fossem meros escravos de guerra. Quanto aos Bearers, são mais comuns a escravidão e o desprezo, por mais que em alguns casos também se verifique o contrário.
O jogador vê todo este mundo sobre a perspetiva de Clive Rosfield, filho do rei de Rosaria, um país que sempre viu Dominants como um membro da família real, e escudo do seu irmão mais novo Joshua, herdeiro do poder da Phoenix, que controla o poder do fogo, fazendo deste um Dominant e como por consequência o herdeiro do trono de Rosaria.
É na construção de todo este mundo, dos seus conceitos e nações, que o jogo brilha. Todos os países são construídos com uma atenção ao detalhe fenomenal, assim como toda a história que os rodeia e a forma de pensar da sua população – e tudo isto faz parecer a narrativa e drama que o jogo quer contar parecer perfeitamente natural, como resultado do quão familiarizado o jogador já está com todos os conceitos quando eles são colocados em prática. O mundo do jogo é bastante imersivo e cheio de locais para descobrir, algo que é ainda mais expandido com as missões secundárias.
Além disso, o jogo conta ainda com a opção de ativar um menu de “Real-Time Lore” a qualquer momento durante a história, que adiciona informações e curiosidades sobre os países e alguns dos personagens que não são contados diretamente durante a história e que, muitas vezes, ajudam a compreender de forma melhor todos os conflitos em causa.
Jogabilidade
Tal como esperado, Final Fantasy XVI traz um grande conjunto de conceitos novos à franquia, tanto no combate como quanto à forma como se interage com o mundo.
No que se diz respeito ao combate, pode ser associado a jogos como Devil May Cry, na forma em que se utiliza um botão para alterar entre diversos modos e se utiliza um Limit Breaker para conseguir dar mais dano em menos tempo.
Também é possível contar com a típica árvore de habilidades para o jogador escolher quais é que quer levar para as batalhas, contando ainda com a possibilidade de serem devolvidos os pontos gastos em caso de arrependimentos.
Apesar destas “inspirações”, mesmo para quem não está familiarizado com mecânicas deste género, o combate é bastante rápido de aprender, tornando-se até que bastante fácil com o passar do jogo, à medida que se desbloqueiam mais habilidades para o Clive e armas/armadura mais fortes. A partir do momento que se entende que padrões de habilidades usar, é possível derreter completamente inimigos a partir do momento que estes estejam presos.
Isto não quer dizer que o jogo alguma vez fique aborrecido, uma vez que a falta de dificuldade é compensada com boas animações e com as completamente incríveis batalhas de Eikons. Nestas batalhas, em que tomamos controlo de um dos Eikons de fogo, Ifrit ou Phoenix, podemos encontrar uma banda sonora completamente incrível (possivelmente as melhores músicas do ano!) acompanha de ótimas coreografias e eventos de reação rápida.
Além disso, graficamente, é dos jogos que melhor se aproveita do hardware em que está para ir o mais além quanto possível, com os seus gráficos e cenários lindíssimos. É impressionante, mesmo que infelizmente, às vezes venha um bocado a custo da performance.
Já sobre conteúdo secundário, infelizmente o jogo não tem assim tanto a oferecer, contando apenas com as típicas missões secundárias à Final Fantasy de ir buscar um item, ou ir matar um inimigo, ou ambas; e as introduzidas mais tarde missões de caça, onde o Clive é mandado para ir matar um monstro com um determinado bounty algures no mapa, e não mais que isso. O maior incentivo para fazer coisas fora da história, no final do dia, são os troféus da PlayStation para quem quer conquistar o Platina.
Música
Por fim, mas não menos importante, é de destacar a banda sonora deste jogo. Sendo esta uma das melhores do ano e cheia de composições épicas de extrema qualidade, foi confirmado pelo seu compositor que o jogo usa ainda uma tecnologia para acompanhar o estilo de combate do jogador, adaptando a música para fazer até os encontros contra uns meros goblins soar de maneira mais épica possível.
Veredito Final
Final Fantasy XVI é mais uma adição espetacular à franquia. Apesar das suas falhas bastante notáveis, os seus pontos altos, como a história, personagens e mundo incrivelmente profundo, são tão altos que consegui passar à frente algumas dessas falhas, e considerar um dos meus jogos favoritos em tempos recentes. Se tens uma PlayStation 5 ou um PC capaz de aguentar com a besta, sem dúvida que deves experimentar!
Análises
Final Fantasy XVI
Um jogo com uma história e personagens excelentes, que apesar das suas imperfeições, mostra o que a ambição da equipa de produção consegue levar à atual geração de consolas.
Os Pros
- História Excelente;
- Mundo e Personagens Excelentes;
- Banda Sonora Excelente;
- Visualmente lindo;
- Combate divertido.
Os Contras
- Combate pode tornar-se demasiado fácil na fase final do jogo;
- Problemas de Performance;
- Falta de mais conteúdo secundário.