“One Piece Filme 4: Dead End no Bouken” surgiu precisamente um ano após a estreia do seu antecessor. Uma data que confirmou os planos da Toei Animation em lançar um filme desta franquia todos os anos. Se foi por ter que cumprir com o prazo estimado, ou por outras razões desconhecidas, certo é que os resultados foram muito semelhantes aos obtidos nas produções anteriores.
One Piece Filme 4: Dead End no Bouken | A História
Já com muitas aventuras para contar, os Straw Hats deparam-se com um problema que não conseguiram atenuar nas suas últimas viagens. A falta de dinheiro! Uma circunstância que os obriga a procurar algo que lhes permita ganhar bom dinheiro, em tempo recorde.
No local certo, à hora certa, os Straw Hats inscrevem-se numa corrida marítima repleta de grandes grupos de piratas. O primeiro a chegar ao local de destino será o grande vencedor, tendo um prémio de 300 milhões de berries à sua espera.
O prémio chorudo reflete os perigos e as circunstâncias da competição. Digna da palavra “piratas”, também nesta prova vale tudo. Para muitos, tal significa ludibriar, aniquilar e conduzir os adversários a morte certa. Uma vez inscrito, o grupo de Luffy tem rédea curta. É ganhar para sobreviver!
One Piece Filme 4: Dead End no Bouken | Enredo
Retirando o trio principal do filme: Monkey D. Luffy, Gasparde e Shuraiya Bascùd – que falarei mais à frente em específico – nem a parte sentimental criada por Anaguma e as constantes falas dos companheiros de Luffy se destacam. De salientar que, por esta altura, Robin já faz parte do grupo. Com um número considerável de elementos na tripulação, as intervenções de toda esta gente são, na sua maioria, sem valor, irrelevantes ou incapazes de despertarem o espectador.
Relativamente à competição entre piratas, com o prémio de 300 milhões de berries para o vencedor, tem uma boa premissa, mas não o melhor dos desenvolvimentos. Com o tempo de transmissão disponível, podia-se ter feito algo bem melhor.
Grande parte das cenas até ao encontro dos Straw Hats com Gasparde, ainda que tenham algum espírito de aventura, não possuem qualidade suficiente para convencerem o espectador. Valem os momentos em que são feitas associações à história original de Eiichiro Oda. Nomeadamente, o paralelismo com a Reverse Mountain aquando da partida para a competição. Assim como a referência a Arlong, por intermédio de um outro fishman, e a Brogy and Dorry com a presença de outros dois gigantes em competição.
Monkey D. Luffy, Gasparde & Shuraiya Bascùd
Como já referenciado, “One Piece Filme 4: Dead End no Bouken” gira à volta destas três personagens. Luffy todos conhecem. Gasparde é o grande vilão, tendo pertencido em tempos à Marinha, para agora ser um pirata bem valorizado. Shuraiya Bascùd é um bounty hunter (“Caçador de Recompensas”) com um passado negro à procura de fazer justiça pelas suas próprias mãos.
Na verdade, quando tento fazer uma retrospetiva de “One Piece Filme 4: Dead End no Bouken”, as cenas que me lembro com claridade são as que envolvem este trio e pouco mais. Nomeadamente:
- a introdução do filme: agradou-me a cena do bar onde os Straw Hats estavam e o clima de suspense envolvente;
- a luta entre Luffy, Shuraiya e os piratas de Gasparde: além de ser uma parte do filme bem animada e repleta de ação, funciona como uma introdução às personagens principais. Dos raros momentos com capacidade para despertar algum interesse no espectador;
- os combates finais: que envolveram os três grandes artistas e Needless, o “braço direito” de Gasparde. Bons momentos de ação, ainda que o Akuma no Mi de Gasparde esteja a léguas dos melhores de One Piece.
One Piece Filme 4: Dead End no Bouken | Ambiente & Som
A arte e animação estão dentro dos parâmetros que acompanhavam os episódios da trama transmitidos naquela altura (2002, 2003). Não se encontram diferenças significativas na animação. Exceção feita à cena de apresentação do filme, que nos leva numa curta viagem na primeira pessoa ao encontro dos nossos heróis. Já o desenho peculiar com que o anime One Piece nos presenteou desde cedo só poderá ser considerado uma surpresa aos olhos de alguém que nunca tenha visto esta produção.
O mesmo se pode dizer da banda sonora, que também foi aproveitada da série. Esta última merece destaque pelas decisões tomadas. Não basta só ter uma grande banda sonora, é preciso que esta encaixe da melhor forma em cada momento. Em “One Piece Filme 4: Dead End no Bouken”, este processo correu lindamente. Inclusive, creio que trouxe à memória alguns bons momentos da série, libertando assim um sentimento de nostalgia.
One Piece Filme 4: Dead End no Bouken | Juízo Final
Dos quatro primeiros filmes de One Piece, sem dúvida que este foi o que mais me custou a ver. O que não quer dizer que seja o pior. Na verdade, até considero “One Piece Filme 4: Dead End no Bouken” o melhor em termos de premissa. Mas também é um facto que é bem mais longo que os seus antecessores. Longevidade essa não justificada, uma vez que várias cenas que o compõe podiam ser descartadas.
Além do mais, tendo em conta que a série anime desta franquia se encontra num patamar elevado em termos de qualidade, obviamente que depois é difícil estas longas metragens competirem com a produção principal. Como se trata da mesma obra, é difícil separar as águas e usar expectativas diferentes para cada uma das produções.
Isto para dizer o seguinte, deixando de lado a questão da rentabilidade económica da Toei Animation com estes projetos adicionais. Ou estes filmes têm realmente um enredo bastante bem elaborado e ajustado ao tempo de transmissão, ou então, não tendo eles capacidade para competir com a obra principal nestes termos, mais vale que sejam mais curtos, diretos e intensos. Num filme com as caraterísticas de “One Piece Filme 4: Dead End no Bouken” é normal o espectador ir perdendo o interesse consoante o avançar do filme. Foi o meu caso.
One Piece Filme 4: Dead End no Bouken | Trailer
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Análises
One Piece Filme 4: Dead End no Bouken
Um filme demasiado longo para os conteúdos apresentados. Demasiados tempos mortos numa aventura com boa premissa inicial.
Os Pros
- Banda Sonora
- Produção Visual
Os Contras
- Enredo
- Personagens