Recentemente descobri que tenho um sub-sub-sub-género de anime que me atrai bastante. Se pudesse resumir seria: isekais sobre reencarnações de workholics para viver vidas relaxadas e repletas de good feeling.
Penso que isto são os meus desejos a se manifestarem, dado que eu mesma trabalho bastantes horas a mais das habituais 8h diárias. Tal como os protagonistas destas séries, procuro paz e sossego quando chego a casa e ter a vida mais pacífica e pachorrenta possível.
O conforto e leveza que procuro após o stress do dia a dia requer uma especificidade dificil de encontrar em séries de anime. Quero algo bom mas não complexo, relaxante mas não aborrecido, divertido e que me relaxe ao mesmo tempo. Exigente, eu sei.
Já tive um cheirinho do feeling de puro relaxamento e coração quentinho com animes como My Roommate is a Cat mas o derradeiro sentimento de total alineação do mundo enquanto vemos um anime sobre nada em concreto aconteceu com By the Grace of the Gods. Uma série cujo o tema em comum com Slime 300 é a presença de… SLIMES!
Enquanto que em By the Grace of the Gods o protagonista tornou-se numa espécie de “treinador de slimes”, em Slime 300 a protagonista venceu na vida… matando slimes. Exatamente entre 25 e 30 slimes por dia, um número bastante modesto, durante 300 anos. Pouco todos os dias – durante muito tempo – equivale a um overpower absurdo em todos os níveis, aliado ainda à imortalidade e outras habilidades completamente convenientes para a história, que a deusa tão amavelmente lhe cedeu no momento da reencarnação.
Slime 300 Anime – Análise
Uma surpresa ternurenta
Slime 300 tem tudo o que adoro e que detesto num anime. Se me tivessem descrito a série como ela realmente é – o público-alvo mais específico – com certeza não iria ver. Todavia, venderam-me pelo feeling, e acertaram na mouche!
Confusos? Bora lá traduzir o que estou para aqui a falar.
A história começa com Azusa a ser reencarnada após falecer de overwork. Tal como todo e qualquer isekai vai ter com a deusa que, por pena da pobre coitada que perde a vida com apenas 27 anos, decide dar-lhe uma segunda oportunidade num outro mundo. Mundo este que se revela mágico, situado na época medieval… o costume, já sabem.
O que diferencia estas obras dos demais isekais shounen/seinen é que aqui não há vilões, não há nenhum malfeitor a abater. Todos aqui assumem um papel de “possíveis aliados/amigos” e nunca o oposto. Mesmo quando a personagem começa com o pé esquerdo, sabemos que é uma questão de tempo até se render à ternura da protagonista e suas comparsas.
O objetivo de Azusa é simples: viver uma vida o mais relaxada possível. E é isso que ela transmite ao longo dos 12 episódios.
Uma história com uma mensagem
Podemos encarar esta série como uma fábula. Na maioria dos episódios conseguimos ouvir frases com mensagens do tipo: “Não podes trabalhar tanto”; “Esforçares-te assim não faz bem à tua saúde”; “Não desistas dos teus sonhos, testa diferentes estratégias para o conseguir”; “Levar uma vida sossegada não é negativo nem censurável”.
Em suma, somos muitas vezes relembrados de forma subtil da razão da morte de Azusa. Ela morreu sem gozar a vida, por overwork, por achar que tinha que dar o seu melhor, sempre, a toda a hora. Por respeito, por dever, porque simplesmente era a sua razão de viver. Nesta nova vida, ela cruza-se com raparigas que, tal como ela, possuem um ou outro traço negativo associado à forma como encaram a vida e o trabalho. A solução: vencê-las e convidá-las a se juntar a ela numa vida sossegada, feliz e confortável. Sem muito mas com o suficiente para viverem.
O que não gostei em Slime 300
Já não ouvia sons ecchi do tipo “ahh“, “boing“, etc como onomatopeias de mamas a abanar, movimentos atrativos e afins, há bastante tempo. Talvez quando vi Grand Blue?
Para piorar, só há raparigas. O anime não tem uma única personagem masculina, NADA. Salvo figurantes, é como se na vida de Azusa apenas se cruzassem mulheres. Nada contra, afinal é, claramente, propositado para o efeito de atrair um nicho que gosta de “meninas fofas a fazerem coisas fofas”. Todavia, e dado que não sou propriamente fã do sub-sub-género, estas características deram-me alguma comichão.
Ponto positivo: o fanservice é aceitável. Tivemos uma ou outra piada em relação à Halkara (uma elfo com muita curiosidade no “amor”) que roçaram o exagero mas pronto, aceito xD Há as típicas cenas de meninas no banho a querer apalpar mamas das outras meninas, mas mesmo aí é tipo UMA situação e não o anime todo em torno disso.
Em suma, apesar de não ser fã destas “características” acabou por ser acessório ao relaxamento e não prejudicou a experiência de assistir à série.
Slime 300 Análise – Juízo Final
Pessoalmente, Slime 300 foi uma espécie de bálsamo para a alma com momentos WTF. É uma obra muito coesa, ela não vos engana. Está determinada a satisfazer um determinado público-alvo e não vê a meios para atingir o seu objetivo.
Isto para dizer que sim: há poderes, personagens e situações demasiado convenientes para a história a surgir do nada. Chegam a ser tão ridículas que até os personagens comentam e ridicularizam. Em suma, o autor sabia o que estava a fazer quando o escreveu.
Com tudo isto quero dizer que não, não é uma obra para todos. Não há sumo a retirar daqui, não há nenhuma história tocante, ou personagens carismáticas. São personagens a roçar o genérico trabalhadas com o propósito de relaxar e soltar umas gargalhadas. E atingem o objetivo sem ser demasiado bom nem mau.
A animação e direção técnica está de parabéns
Não era de esperar que fosse das séries mais assistidas, óbvio. Não há nada aqui que o torne um must see, todavia não pude deixar de reparar no quão bem animado e dirigido estava. Várias foram as cenas que me apeteceu tirar print do quão bonitas eram e as batalhas, bem, surpreendentemente já vi animes ditos de “ação” com animação pior que esta.
É mesmo uma série mediana mas bastante coesa em todos os departamentos. Dentro do público-alvo: pessoas que queiram assistir a algo sem comprometimento, sem história pesada, complexa ou emocionalmente forte; apenas com o objetivo de relaxarem. – este anime poderá ser uma boa aposta!
Análises
Slime 300 - I've Been Killing Slimes for 300 Years and Maxed Out My Level
A história começa com Azusa a ser reencarnada após falecer de overwork. Tal como todo e qualquer isekai vai ter com a deusa que, por pena da pobre coitada que perde a vida com apenas 27 anos, decide dar-lhe uma segunda oportunidade num outro mundo.
Os Pros
- Ritmo narrativo agradável
- Público-alvo bem definido
- Obra sabe o que é e para quem é
Os Contras
- Personagens genéricas
- Plot todo ele demasiado conveniente
- Abusam da receita, torna-se um pouco repetitivo