Uma Casa à Deriva – Ame wo Tsugeru Hyouryuu Danchi – Análise

Reconheço que este filme não foi a minha primeira escolha para escrever neste meu artigo de Novembro. Esta recente estreia da Netflix não me cativou de imediato, como aconteceu com os restantes filmes que usei para os meus artigos anteriores. Talvez pela animação ser demasiado comum e por não ter achado o trailer chamativo.

No entanto, contrariando tudo aquilo que eu poderia esperar de um filme com o título “Uma Casa à Deriva”, foi extremamente surpreendente e emotivo!

Continuem a leitura e tirem as vossas próprias conclusões: valerá a pena assistir a “Uma Casa à Deriva”?

Aqui vamos nós!

 

Uma Casa à Deriva – Ame wo Tsugeru Hyouryuu Danchi – Análise

 

Uma Casa à Deriva – Ame wo Tsugeru Hyouryuu Danchi – A origem

A direção deste filme pertence a Hiroyasu Ishida, um estudante da Universidade “Seika”, em Kyoto. Ishida coloca online várias curta-metragens que cria de forma independente. Uma dessas curtas, “Fumiko no Kakuhaku”, teve particular destaque a nível mundial e garantiu-lhe o prémio Japanese Video Award em 2009, quando tinha apenas 21 anos.

Ishida pretende tornar-se animador profissional e, apesar do seu reportório ser ainda bastante diminuto, destaco a obra “Penguin Highway” (um filme também ele recente, presente no catálogo da Netflix), penso que Ishida está num ótimo caminho!

Neste que foi o 5º filme de Hiroyasu Ishida, exploramos um pouco o mundo da perspetiva das crianças e de como elas podem sofrer em silêncio.

Curiosos para saber mais um pouquinho? 🙂

 

 

Drifting Home – O enredo

Natsume e Kosuke são duas crianças que cresceram no mesmo prédio e é graças ao avô de Kosuke, Yasuko (muitas vezes chamado de Yasuji, diminutivo de Yasuko ojiisan) que ambos têm uma relação muito próxima durante a infância.

Porém, um triste acontecimento faz com que ambos se afastem e, para piorar tudo, Natsume e Kosuke mudam de casa e afastam-se ainda mais.

É então que, num dia chuvoso, ao explorarem o seu prédio antigo com alguns colegas de escola, Natsume, Kosuke e os restantes são arrastados para algo assustador, desafiante e inacreditável: o prédio fica, repentinamente, rodeado de água e os amigos terão de enfrentar algumas provações para conseguir voltar a casa.

 

 

Podemos ver que, apesar de banal, a animação é boa (os personagens são muito “kawaii”) e a escolha de cores vivas, mesmo nas ocasiões em que algo corre mal, foi bastante bem conseguida para manter a história mais suave.

A banda sonora não tem destaque especial, é apropriada a cada momento, mas nada mais.

Penso que a história e as emoções que esta passa será o principal destaque neste filme.

 

 

 

Uma Casa à Deriva – Ame wo Tsugeru Hyouryuu Danchi

Natsume e Kosuke

Estes dois personagens principais são inseparáveis. A relação de ambos assemelha-se à de dois irmãos, com as suas disputas e picardias mas, ao mesmo tempo, uma amizade e um amor incondicional um pelo outro.

Conhecemos Kosuke como um menino normal, um pouco inconformado e revoltado com o afastamento da sua melhor amiga.

Já Natsume, vamos percebendo, ao longo do filme, que passou por algumas provações familiares antes de conhecer Yasuji e Kosuke e, como tal, tem uma maior dificuldade em largar o sítio onde foi feliz: o tal prédio que fica à deriva.

 

 

Juízo Final

Eu devo ter chorado umas três vezes durante o filme, simplesmente porque acho que o autor fez um excelente trabalho ao colocar uma perspetiva que muitas vezes é deixada de lado: a perspetiva do lugar. O autor conseguiu dar ênfase à saudade que temos, não apenas de pessoas, momentos e memórias, mas também dos sítios onde fomos felizes, criando uma história caricata à volta dos personagens principais e, também, dos seus amigos.

Resumidamente, “Uma Casa à Deriva” é um filme que retrata emoções, seja para com amigos, família ou lugares.

Confesso que não estava à espera de chorar tanto num filme pelo qual não tinha curiosidade. Gostei bastante e recomendo vivamente! Seja para adultos ou crianças ^^

E vocês? Querem chorar um bocadinho? 🙂

 

 

FIM