Análise ao Livro Pachinko

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Análise ao Livro Pachinko

 

2023 foi o ano de oficializar o 25 Banpo Book Club!

Para iniciar o desafio, escolhemos Pachinko de Lee Min Jin. Pachinko foi nomeado como o New York Times Top Ten Book of The Year e foi finalista do National Book Award.

Neste livro acompanhamos quatro gerações de imigrantes coreanos no Japão, onde a vida foi altamente influenciada pela invasão e ocupação japonesa na coreia e ambas as guerras mundiais.

Sunja imigra para o Japão depois de casar com Isak Baek, após descobrir que estava grávida de HanSu. Isak começa a trabalhar como minister. É este emprego que vai condenar a vida de Isak, Sunja, Noa e Mozasu. Isak acaba por falecer após ter sido detido pela polícia japonesa e torturado na cadeia.

Hansu volta à vida de Sunja e Noah quando rebenta a segunda guerra mundial. Para garantir a sobrevivência do filho, Hansu transfere toda a família para uma quinta longe do plano de guerra.

Com o fim da guerra a família regressa à “normalidade”. Noa continua a perseguir o sonho de ir para a universidade, embora o caminho não seja fácil. Ao fim de um grande esforço Noa consegue entrar na prestigiada Waseda University onde conhece Akiko. Vai ser a sua namorada que leva Noa a descobrir que Hansu é o seu pai biológico e, leva Noa a abandonar toda a sua família e a desaparecer do mapa. Mozasu que odeia estudar começa a trabalhar num Pachinko Parlor e, passa a ser o grande sustento de toda a família.

Mozasu acaba por conhecer a mulher da sua vida, Yumi. Apaixonada pelos Estados Unidos, o seu grande sonho é um dia poder viver em Nova Iorque, mas acaba por perder a vida num terrível acidente antes de concretizar o seu sonho. Foi Solomon, filho de Yumi e Mozasu, que acaba por entrar na Columbia University e viver o sonho da sua mãe.

E podem estar a perguntar-se o que aconteceu a Noa? Bom Noa acaba por se suicidar após 11 anos a viver em Nagano com a família que criou. E perguntam-se porque, não é? A vida de Noa foi muito marcada pelo estigma de ser coreano no Japão. A vida dos coreanos que imigraram para o Japão foi horrível! Não tinham direitos, eram altamente ostracizados na sociedade e, todas as gerações de coreanos que nasciam e cresciam no Japão viveram com o sentimento de ser apátrida, ou seja, não eram considerados nacionais do Japão embora ser o país de nascimento e vivência e, eram nacionais da Coreia, país no qual não nasceram e nunca viveram. A juntar a este estigma, Noa tinha um sentimento de traição ao saber a verdade sobre a sua paternidade.

Pachinko não é uma história fácil, mas é um livro que se lê muito bem porque há sempre alguma coisa a acontecer. Este livro é muito marcado pelas personagens femininas. Todas estas personagens tem uma personalidade resiliente e que se adapta a todas as circunstâncias. É impressionante o quão independentes são, embora, estarem sempre dependentes do contexto familiar, histórico e económico. Na sombra destas mulheres, ficam as masculinidades frágeis deste livro. Diria que só a partir de Mozasu é que vemos uma masculinidade menos tóxica e mais respeitadora da mulher.

Para quem é amante de história e política mundial este livro é um retrato perfeito daquilo que foi a história da Coreia. É uma história apaixonante e que nos prende desde o início.

Tem o selo de aprovação do 25 banpo!

 

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