Pobre Norman… | Yakusoku no Neverland – Episódio 9 Opinião

É caso para dizer que terminei o episódio desta semana a sentir-me uma energúmena. Como é que eu não pensei naquilo?! Claro que iria ter ali um penhasco, é óbvio!

 

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Pobre Norman… | Yakusoku no Neverland – Episódio 9 Opinião

Mais uma semana, mais um episódio. Faltam apenas mais 3 para o anime terminar (pelo menos a primeira temporada!) e parece que o realizador está a tentar esticar o mais que pode para colocar toda a ação importante no últimos episódios. É uma boa estratégia para as pessoas irem ler o mangá ou pedirem uma segunda temporada, no entanto nem sempre pode ser uma boa escolha.

O episódio 9 foi assim… Foi propositadamente demorado para que a fuga deles da quinta seja concretizada no episódio 12. E isto não tem mal nenhum, não fosse este capítulo podido ter sido explorado de uma outra forma apesar da boa execução em si do mesmo.

Face a isto tenho algumas coisas a dizer, que vou analisar por pontos em baixo.

 

O Penhasco e a Possibilidade de Fuga

 

Comecemos pelo fim como sempre, já que todos os episódios terminam com um plot twist que altera o curso da história.

Como referi acima, eu realmente não sei como não pensei nesta possibilidade. Senão existem guardas, nem controlo na quinta a não ser no portão, como é que eles iriam impedir que mais crianças tentassem fugir? Se fosse tão fácil assim sair dali, não haveria mais segurança?

Bem, com um penhasco não! É TÃO ÓBVIO, MEU DEUS. Eu sinto-me mesmo burra por não ter pensado nisto.

Por um momento até pensei que o Norman se ia atirar lá abaixo e isto iria virar um Made in Abyss 2. Felizmente, pensei mal. Mas seria giro na mesma.

Não podendo ir por ali, então falta saber de que forma poderiam fugir.

 

• O Muro

Fiquei intrigada se não seria possível fugir por cima do muro. Sim, por cima do muro! Não me acredito que exista um penhasco à volta de todo o complexo, até porque tem que ter uma ligação com a sociedade lá de fora. Por exemplo, na zona do portão que é onde fica o quartel-general… Estou a pensar, ok que lá é onde existem seres humanos e demónios, mas de certeza que não tem lá uma ravina, até porque se existe o portão e controlo não há maneira daquilo ser necessário. O muro é largo que chegue para caminhar sem cair, logo seria possível ir até ao fundo e ver por onde dava para saltar para o meio de alguma árvore.

 

 

• Pegar fogo à quinta

Esta parece-me uma medida extrema e de última necessidade. Mas se a casa começar a arder, e para não se estragar o produto, vai ser necessário os demónios e humanos que existem ali perto intervirem para tentarem apagar o fogo. Com o portão aberto para a entrada de ajuda, pode ser uma possível via de escape no meio de tanta confusão.

 

• A caneta e caixa da Krone

Acredito que os dois objetos deixados pela Krone serão a chave para fora da casa. Aquela caneta e caixa têm de ter um motivo, já que ela deixou na mesinha do Norman para que o trio tivesse acesso àquilo. Além do mais, ela quando saiu de casa sabia que algo de mau iria acontecer e mesmo disse no final que não iria deixar que a Mãe fizesse tudo como bem lhe apetecia. A Krone continuará a viver através dos três personagens principais e foi essa a sua intenção.

 

 

Já da primeira vez que vi a caneta (que ela descobriu no seu centro de estágio, de um humano) que fiquei a pensar se aquilo não seria uma pen com informações valiosas que os permitam fugir dali ou, por exemplo, pode ser também uma chave que abre o portão principal, uma chave que abra uma qualquer passagem secreta existente naquela quinta ou então ter mesmos informações pertinentes.

As minhas apostas estão muitos altas nestes 2 objetos e continuo bastante curiosa em continuar a ver o anime, para poder descobrir.

 

• O Phil, claro

 

E claro, o Phil. O Phil vai ser o mestre e mágico que irá construir um balão e fazê-los voar para fora dali. Não tenho mais nada a dizer. Este deve ser o personagem que mais odeio desde sempre (mais até do que aquela moça que fingiu ter sido violada em Tate no Yuusha), e ele é apenas uma criança. Até parece mal dizer que odeio crianças, mas vocês compreendem-me.

 

O episódio terminou a poucas horas do Norman ser enviado para o supermercado demoníaco, então falta mesmo saber qual destas opções eles vão escolher. Eu tenho confiança nas minhas apostas, quais são as vossas?

 

A Amnésia Infantil

 

Algo interessante (embora mal aproveitado) que utilizaram neste episódio foi o uso da “fórmula” da existência de memórias infantis. Apesar de ser algo que parece ser muito fantasioso, o fenómeno é real embora raro. O normal de ocorrer é a tal “Amnésia Infantil”, onde a pessoa não se recorda do que aconteceu até x período de tempo.

 

“Quando nascemos a memória está pronta, só que não está sintonizada com todo o resto das partes orgânicas do cérebro. Não havendo essa sintonia, tudo o que podia ser retido, não estando sintónico, não consegue ser retido. Pode ser pontualmente, mas não há uma memória completa.”

 

A explicação é dada ao site da RTP pelo professor auxiliar convidado do Departamento de Psicologia da Universidade de Évora Nuno Colaço.

 

“Só por volta dos dois anos é que o nosso cérebro começa a estar sintónico e consegue memorizar as coisas como um todo. Mas depois temos a questão de que só memorizamos as coisas que têm significado para nós”, acrescenta.

In RTP

 

Apesar da norma ser a amnésia, a verdade é que existem já alguns casos registados em que ocorreu o contrário, tal e qual como o Ray – mas talvez não ao ponto de se lembrar de ser um feto…

Por exemplo, o autor Ray Bradbury, conhecido pela obra “Fahrenheit 451“, declarou ao New York Times que se lembrava do dia em que havia nascido. E a autora Barbara LaSalle escreveu no livro biográfico “Finding Ben” que o seu filho autista, Benjamin Levinson, se lembrava da cor das paredes do primeiro quarto, do qual se mudou aos 11 meses de idade.

 

 

A verdade é que raro ou não, a ficção fez bastante uso deste “modelo” nas suas histórias. Viu-se isto em animes como por exemplo: Dragon Ball Z: Broly – The Legendary Super Saiyan (1993), 20th Century Boys, Medaka Box e YuYu Hakusho (se quiserem saber em que situações, perguntem-me nos comentários que eu digo). Ou, em geral, até em Harry Potter, no primeiro livro no qual o Harry se lembra de uma ofuscante luz verde quando era bebé.

A técnica utilizada pela mangaká em The Promised Neverland não é assim algo completamente fantasioso (tirando talvez a memória enquanto era um feto), mas que permite explicar a forma como ele descobriu sobre aquela casa e a informação de que o quartel-general e mais 5 complexos, que fornecem aquela quinta, se encontram ligados.

 

 

Se eu acho que seria necessário fazer uso desta fórmula? Não. No entanto, apesar de me fazer assim um pouco de comichão a sua utilização, não é nada muito grave e que não se possa engolir. No episódio em questão a realização pecou um pouco na montagem desta cena. Se eu não estou em erro, o mangá fornece vários vislumbres das memórias do Ray quando era bebé enquanto que o anime apenas se focou nas palavras dele. Realmente fez falta aqui essas imagens para complementar melhor a cena em questão, que assim ficou meia vazia e nada palpável.

 

O Ato Heróico do Norman

 

O meu personagem preferido no episódio 9 foi sem dúvida o Norman, como já ocorreu em vários outros. Apesar dele tentar ser racional e calculista, a verdade é que ele é apenas uma criança de 11 anos que sabe que irá morrer naquele dia à noite. Os sinais de desespero e de desolação foram muito bem construídos pela animação embora, uma vez mais, eu ache que poderiam ter sido umas cenas bastante superiores se as tivessem elaborado de outra maneira.

Lembremo-nos da cena em que o Norman foi buscar um copo de água para a Emma e se vê, claramente, que ele “perde as estribeiras” e que cede ao medo que está a sentir: seja pela sua expressão facial, seja pelo tremor das mãos. Mas algo faltou aqui para tornar isto uma cena à prova de falhas: os pensamentos do Norman, naquele momento.

 

 

Eu sei que a realização optou por descartar os pensamentos dos personagens, mas em alguns casos faria uma diferença absurda e este seria um deles. Teria sido tão melhor se o espetador tivesse maior noção do que se passava na cabeça do Norman naquele momento e do quão angustiado e aflito ele estava. Eu sei que o silêncio também “fala”, mas eles já usam tanto silêncio ao longo de todos os episódios… Penso que isto teria elevado o episódio a um outro nível, mas infelizmente não aconteceu.

Para além disto, o acto heróico que eu queria chamar à atenção nesta secção foi o da escalada do muro de forma não fisicamente possível.

Eu sei que sou uma analfabeta no que toca a este tipo de ciência, mas também não sou tão naba ao ponto de acreditar que num anime no qual a física se aplica, eu aceite que o Norman tenha conseguido subir o muro daquela forma. Aliás, esta cena fez-me tanta confusão que eu não descansei até ir ver se no mangá tinham feito da mesma forma e percebi a intenção por detrás.

 

 

Primeiro, como se pode ver, as árvores estão juntas ao muro no mangá enquanto que no anime elas encontram-se demasiado afastadas. No mangá também parecem ser mais altas que no anime e isso também ajuda no que tange a trepar uma parede como o homem-aranha.

Depois, o Norman sobe a parede na perpendicular no mangá, aplicando o que se chama de força centrífuga, enquanto que no anime ele sobe na vertical, algo completamente impossível quando existe uma coisa chamada gravidade.

Por fim, o muro não é completamente liso como no anime, mas sim curvado/”côncavo”, o que faz todo o sentido!

Quiseram fazer do Norman um atleta com super poderes, quando precisavam de apenas terem simplesmente aplicado as leis da física, que já se viu estarem presentes naquele mundo.

 

 

No entanto, não fosse só esta a questão, ficaria sempre outra. O muro parece ter uns 5 metros de altura, COMO É QUE O NORMAN DESCEU DALI? A sério, como é que o Norman desceu dali? Atirou-se cá para baixo, voou, saltou para a árvore, chamou o Phil?

Como podem reparar na imagem abaixo, o Norman quando se agarrou no cima do muro largou a corda… Sem corda como é que ele desceu? Se virem na imagem do mangá acima, a corda está em cima do muro, logo está explicado o descer por ali. Não percebi este erro, não parece do Norman falhar assim (tal como não falhou no mangá).

 

 

Parece-me que a realização falhou nesta cena e que apesar de ser um anime de fantasia, já se percebeu que no mundo de Yakusoku no Neverland aplicam-se as leis do nosso mundo.

 

A Evolução dos Personagens

 

Algo que tenho visto ao longo de todos os episódios, e que tem sido muito bom de ver, é a evolução dos três protagonistas. E isso viu-se bastante acentuado no episódio 9, principalmente com o Norman e o Ray.

A Emma passou de ser menos ingénua para ser mais perspicaz e menos emocional. Até o facto de partir um braço ao Ray passou a ser uma ideia (dada por ela!) bem aceite em vez de algo que poderia ser contra, como se poderia esperar no início.

O Ray ligou-se mais aos seus amigos e mostrou um lado não tão frio e calculista. Foi possível vê-lo a “passar-se” várias vezes e a ficar irritado e frustrado por ver um plano de 6 anos falhar assim à sua frente.

 

 

O Norman, pela situação em que se encontrava, deixou-nos ver um lado mais emocional e menos racional de si. Ele também consegue ir-se abaixo apesar de não o mostrar em frente aos seus amigos e de fingir bem em frente a todas as outras crianças daquela casa.

No fundo, a evolução e crescimento deles é muito bom de acompanhar, sentimo-nos a ver seres humanos (embora extremamente inteligentes) que poderiam existir e ser nossos amigos. Que choram, riem, frustram-se e desesperam-se. Espero que continue assim!

 

Pensamentos Finais

• Preciso de falar destes 2 estarolas aqui. A reação deles foi tão estranha que eu tenho a certeza que eles sabem de alguma coisa. Eles sabem o que se está a passar, certeza!

 

• Já que estamos a usar esta imagem (acima), vamos olhar com atenção para o ser humano todo bugado ali atrás do lado esquerdo. Ele não se parece com o Norman? Tal como a miúda (que era bebé) abaixo se parece com a Emma? Eu dei a ideia que esta poderia ser a irmã da Emma, mas o meu colega redator Pedro Costa mandou a posta se poderia ser clones deles os dois, por serem tão parecidos.. Bem, não sei. O que vos parece?

 

• Esta cena mostra claramente a dualidade entre o poder da Mãe e do Norman, pelo facto de ela tapar toda a luz e o deixar na escuridão.

 

• Quando bates com o mindinho do pé na esquina da mesa…

 

• A cara que fazes quando descobres que afinal tens 45 anos e o exame de próstata é amanhã

 

• Ah, então tudo bem!

 

• A tua cara antes de tomares o primeiro café da manhã

 

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Esta foi a minha visão do episódio 9 de Yakusoku no Neverland: bem executado e interessante, mas lento e com algumas falhas no enredo.

Estou curiosa para saber se as minhas teorias se tornam de novo realidade. Estou ainda a contar que o regresso do Norman tenha a ver com a caneta que a Krone deixou. De certeza que este miúdo voltou porque já tem um plano contra a Mãe. Eu acredito em ti Norman, não me desiludas!

Vejo-vos aqui no episódio 10 também? Digam-me alguma coisa nos comentários para eu ficar feliz!

 

Podem ler a opinião ao episódio anterior aqui: Yakusoku no Neverland – Episódio 8