Título: Sengoku Musou
Adaptação: Videojogo
Produtora: NAS, Tezuka Productions
Géneros: Ação, Histórico, Samurais
Opening Sengoku Musou
Ikusa – Banda Wagakki
Sengoku Musou | Enredo
Hideyoshi Toyotomi está a um pequeno passo de unificar todas as regiões do Japão. O Castelo Odawara, protegido pelo “Leão de Sagami”, Ujiyasu Houjou, é o único local que ainda não foi subjugado. Mas tudo não passa de uma questão de tempo, como o confirma o primeiro episódio do anime. Os derradeiros minutos da estreia são os únicos até à data em que foi possível assistir a alguns momentos de ação que, diga-se, até foram agradáveis, tanto pelo arsenal de armas como no que à própria animação dos movimentos diz respeito.
Durante o tempo restante, a produção carregou fortemente nos diálogos, talvez com o intuito de preparar tudo muito bem para as batalhas dos próximos capítulos. Uma escolha que deixa muito a desejar. “Sengoku Musou” faz lembrar “Gifuu Doudou!!: Kanetsugu to Keiji”, visto que traz para o ecrã a mesma parte da história do Japão. No entanto, as complicações continuam a ser as mesmas.
Basicamente, não só é uma tarefa árdua conseguir fixar os nomes (complicadíssimos!) de todos os heróis presentes em cena, como é ainda mais difícil associá-los aos vários grupos de guerreiros existentes e perceber os seus objetivos em cada capítulo. Há que tentar outras maneiras de reproduzir estes acontecimentos que nos podem enriquecer em termos históricos. Pensar em alternativas. Agora, assim é que não.
De todos aqueles que já viram os episódios lançados até à data, aposto que só quem aprecia verdadeira ação tem esperança de aproveitar algo da série. O “bombardeamento” de personagens logo no início deve ter levado muita gente a ”arrumar para canto” este projeto.
Um outro aspeto que pode ser positivo é a preocupação das personagens em defender os valores éticos e morais a que dão mais valor, neste caso: a justiça, a honra e a integridade. Estas palavras são constantemente proferidas, e delas talvez se possam captar alguns diálogos interessantes sobre tais conteúdos.
Sengoku Musou | Ambiente
Entre o opening da série e o ending, só mesmo o primeiro é que se aproveita. A música “Ikusa”, da Banda Wagakki, dá-lhe uma outra vida. Já o vídeo funciona mais como guia. Se durante a transmissão da série é complicado perceber a organização de cada um dos clãs, o vídeo de abertura ajuda um pouco a que se compreenda este aspeto. Com ele é mais fácil perceber, por exemplo, que os irmãos Sanada deverão ser as personagens em maior destaque, até porque vão ser forçados a tomarem posições opostas quando nova guerra despoletar.
O desenho tem qualidade, apesar do estilo talvez não ser o mais adequado. Na altura e que vi “Gifuu Doudou!!: Kanetsugu to Keiji” fiquei com a sensação de que o traço era demasiado carregado, assim como as cores. Agora, com “Sengoku Musou”, tenho a perceção contrária. Ou seja, o aspeto das personagens em alguns casos é demasiado soft. A situação mais gritante é a do importante Hideyoshi Toyotomi. Não tem estilo nenhum de alguém que é responsável pela nação. Hideyoshi tem um ar demasiado amigável para alguém que é de guerra, falta-lhe “presença”, se assim se pode dizer. Para finalizar a questão do desenho, um meio-termo entre ambos os projetos seria o ideal.
Sobre a banda sonora, nada a dizer até à data. Simplesmente tem que aparecer, fazer a diferença, e isso não aconteceu até agora. As oportunidades, ou grandes momentos se assim lhes quiserem chamar, também não foram muitos.
Sengoku Musou | Potencial
A não ser pelas batalhas travadas entre o leque de heróis (bem grande!) que “Sengoku Musou” possui, poderá ser muito complicado o espectador tirar proveito deste projeto, exceção feita aos próprios nipónicos. Para uma obra com apenas 12 episódios, assimilar todas as personagens e famílias/clãs a que pertencem é praticamente impossível. “Gifuu Doudou!!: Kanetsugu to Keiji” não o conseguiu fazer em 25, como é que este projeto o conseguirá em doze quando segue as mesmas filosofias? Impossível!
Com este projeto, a NAS nunca será capaz de fazer frente aos grandes “tubarões” deste inverno 2015. Ainda que possa estar longe de ser uma das piores tramas da época. A ver vamos o que aí vem, mas os ventos não são muito favoráveis. Por mais complicado que possa ser relatar todos os acontecimentos importantes da época em questão, isso não é justificação para tudo. Muito menos o facto de ser uma adaptação originária do mundo dos videojogos. Em vez de se seguir os parâmetros tradicionais de estruturação do anime, nestes casos a melhor opção passa pela procura de alternativas que possam levar os seus responsáveis ao sucesso.
Sengoku Musou | Trailer
Análises
Sengoku Musou
Exceção feita aos próprios nipónicos, será muito difícil os ocidentais tirarem proveito desta produção, a não ser pelos momentos de ação em perspetiva.
Os Pros
- Ainda por descobrir.
Os Contras
- Enredo muito confuso e disperso para quem não conhece minimamente esta parte da história do Japão.