Há uns tempos descobri o manga Yofukashi no Uta também conhecido como Call of the Night. Romance entre humanos e vampiros é algo que a minha fan girl interior sempre adorou pelo que, obviamente, comecei a ler…
E dei o valente DROP!
Tão drop que até fui explorando a obra mais para a frente para entender o rumo que iria tomar, porque não me conseguiu cativar nadinha. Achei aborrecida, a Nazuna super irritante e o protagonista, Kou, um tédio… O pacing era tão lento e sem ligação que foi difícil ligar-me à obra.
Yofukashi no Uta – Análise
Qual a minha surpresa quando vejo que seria adaptada na Temporada de Verão de 2022 e até era das obras mais aguardadas – não que fosse difícil tendo em conta o cardápio de opções. Dei uma vez mais uma oportunidade à obra e…
ADOREI!
Todo o primeiro episódio é uma curta-metragem digna de ser apreciada.
E se achava eu que ficariam por ali, com a MAGNÍFICA qualidade de animação e banda-sonora, os meus medos não se revelaram verdadeiros. A produção/direção não só manteve a qualidade, como existiram momentos que pareciam que melhoravam. Não percebo de onde raio veio o financiamento, se é uma obra assim muito conhecida no Japão mas, digo-vos, estas imagens e gifs são uma mera amostra de tudo o que podem ver neste anime.
Call of the Night – História
Kou, um jovem de 14 anos, perde o interesse pela escola e pelas pessoas no geral. A insónia passa a ser uma constante e sem vontade de ir para a escola no dia seguinte – e sem sono durante a noite – decide explorar o fruto proíbido: a noite.
O nosso protagonista vê-se então apaixonado pela noite e tudo o que ela representa. O “dia” passou a ser objeto de ansiedade e deixou de ter significado para o mesmo. Todavia, como usufruir da noite sendo ele menor? E mesmo em adulto, como poderá ele viver naquele ambiente, longe das interações tóxicas humanas e toda a obrigação inerente à vida na sociedade? Eis que surge a nossa co-protagonista Nazuna, uma vampira que lhe mostra o encanto da noite. Nazuna vive na noite, Kou quer viver também ele na noite…
A solução? Tornar-se um vampiro.
Todavia, para isso não basta Nazuna beber do sangue do Kou. Existe mais uma condição a ser cumprida: Kou terá que se apaixonar por Nazuna.
Como irá Kou apaixonar-se pela invulgar vampira – mesmo dentro dos standards da espécie – Nazuna, e ao mesmo tempo deixá-la beber do seu sangue? Segunda condição impecável, a primeira não está tão fácil assim.
Ao longo dos episódios Kou conhece e reencontra pessoas na noite que acabam por mudar a sua perspetiva sobre a vida… e sobre a morte. Não há um grande comprometimento do autor em nos fornecer algo muito denso, a ideia é que essas pessoas, situações sejam parte da noite, personagens secundárias que completam a protagonista: a noite!
Mas, não sendo nada desenvolvido a fundo, será Yofukashi no Uta aborrecido?
Não, não é… tudo tem o seu ritmo e o seu lugar na noite. Quando começamos o anime somos “sintonizados” com a frequência de ação dos intervenientes. Sejam os close ups, zoom in, zoom out e todos os planos da noite com a MARAVILHOSA banda sonora, sejam os diálogos cheios de duplos significados, a verdade é que acabamos curiosos em como a história vai terminar. Além disso, atrevo-me a dizer que como é tudo tão bonito na dúvida o nosso cérebro está a contemplar um frame qualquer e nem aponta os defeitos xD
Seja o que for, a verdade é que adorei o anime. O mood que me transmitiu relaxou-me imenso e tornou-se no meu preferido na temporada e dos que mais recomendo estreados em 2022.
O que me levou a questionar o porquê das minhas primeiras impressões à obra original: se calhar comecei a manga num dia mau, ou os diretores por detrás da adaptação foram verdadeiramente incríveis…
Alguns dos nomes por detrás da adaptação de Yofukashi no Uta
Estou a recair para a segunda opção, eis o porquê:
- Tomoyuki Itamura, conceituado diretor por detrás de grande parte da adaptação da obra de NisiOisiN, Monogatari Series, foi o escolhido como diretor da adaptação anime.
- Eriko Kimura como diretora de som – como se um grande nome da indústria não fosse suficiente, decidiram adicionar um outro para completar o mood – e que faz todo o sentido.
Não conhecem este nome? Eu também não, até ouvir de novo a OST, desta vez à parte e ficar estarrecida pela qualidade. Afinal não foi impressão minha.
Estamos a falar da diretora de com de alguns icónico filmes da Ghibli como Ponyo e Arrietty, bem como séries como Devilman: Crybaby e Ping Pong the Animation. Desafio-vos a visitar o perfil da mesma assim só para se babarem um bocado.
Yofukashi no Uta é um estado de espiríto!
Se existisse nomeações para “nome mais perfeito para descrever um anime”, Call of the Night estava nomeado. Todo ele é um chamamento para a noite, uma apresentação da beleza e fascínio sobre tudo o que essa particular hora do dia nos pode fornecer.
Não só a beleza das luzes da cidade e do céu estrelado são uma fonte de atração, também as pessoas, as profissões e as atividades. Todo um novo mundo, uma nova visão, valores e preocupações. E é por tudo isso que Kou é cativado.
Várias foram as razões que me fizeram adorar o anime. Esta série é a prova viva que uma boa direção faz magia na adaptação, recriando todo um conceito. A história é a mesma, as personagens também, mas todo o ambiente, banda sonora, direção dos acontecimentos transformaram Call of the Night em toda uma experiência. A maioria dos momentos contemplativos e diálogos que achara vazios ganharam cor… brilho.
Se é um anime para todos? Não, precisas de entrar no mood mais slice of life, contemplativo e de pacing mais lento. Não há grandes momentos de ação, as batalhas são boas mas curtas e os conflitos são construídos por diálogo… Curiosos? Vejam o primeiro episódio e comentem aqui o que acharam!
Análises
Yofukashi no Uta Anime
Kou, um jovem de 14 anos, perde o interesse pela escola e pelas pessoas no geral. A insónia leva-o a explorar o fruto proíbido: a noite.
Os Pros
- Direção
- Animação
Os Contras
- História sem profundidade
- Precisamos de entrar no mood