Apesar de não dever, quero começar o artigo a pedir desculpas. Desculpas porque não serei capaz de ser imparcial em Zelda II. Deixo claro desde já, esse é o Zelda que menos gosto, digo mais, é o Zelda que eu não gosto. Esse é o Zelda que não terminei, por isso, este é um artigo de opinião e não uma análise.
Zelda II: The Adventure of Link – A ovelha negra da família
No mês passado começamos a nossa incrível jornada pelos jogos da franquia Zelda. Obviamente começamos do início, The Legend of Zelda do NES. Nada mais correto do que irmos para o segundo jogo, esse o qual eu tenho dificuldades. Os motivos logo serão explicados!!
Nota: Iremos ter como estrutura destas análises a seguinte ordem:
Informações Técnicas;
Enredo/História;
Gameplay;
Gráficos;
Banda Sonora.
Zelda II: The Adventure of Link
Zelda II fez o que qualquer jogo na sua situação faria. Como falei diversas vezes na última análise, estamos a falar do início do que hoje é o mundo dos videojogos. Tudo era muito experimental e The Adventure of Link (TAoL) não foi diferente disso. Com elementos de RPG e jogos de ação, Zelda II trouxe uma total revolução ao gameplay estipulado por seu antecessor.
Lançado em 1987 no Japão e em 1988 no resto do mundo, TAoL é uma sequência direta de TLoZ. Tendo Shigeru Miyamoto como produtor, Tadashi Sugiyama e Yoichi Yamada como diretores e Akito Nakatsuka como compositor. Uma equipa, tirando Miyamoto, totalmente diferente da responsável pelo primeiro jogo.
A Princesa e o seu Irmão
Acredito que não somente em gameplay, mas também em história, este Zelda diferencia-se dos outros. Aqui temos um personagem que nunca mais voltou a aparecer: o Príncipe, aqui irmão mais velho da Princesa Zelda. E é ele, que causa todo o problema. No jogo anterior Ganon roubou a Triforce do Poder e Link reconstruiu a Triforce da Sabedoria, mas nada foi dito sobre a da Coragem.
Após a morte do Rei de Hyrule, o Príncipe assumiu o trono e começou a procurar a terceira parte da Triforce, porém sem sucesso. O Príncipe descobriu que somente a Princesa sabia a sua localização. Ele então faz um acordo com o Mago, que o aconselhava, para tentar arrancar a verdade de Zelda. Sem sucesso o Mago lança uma maldição na princesa, fazendo com que ela entre em coma. O Príncipe, arrependido, tentou impedir o Mago, mas não conseguiu. Ele colocou a Princesa numa sala e aguardou, esperançoso que a sua irmã acordasse.
Em paralelo desses acontecimentos, Link, agora com dezasseis anos, percebe um estranho símbolo na sua mão. Quando foi questionar Impa sobre o símbolo ela contou-lhe toda a história, de como a terceira parte da Triforce estava escondida no Great Palace (Grande Palácio). Ela dá-lhe 6 cristais que servem como chaves para o Palácio. Desta forma Link sai para uma nova jornada, para abrir o Grande Palácio, recuperar a Triforce da Coragem e acordar a princesa.
Mas isso, meus amigos, não é tudo! Sabendo que Link está com os cristais e a buscar a Triforce, os seguidores de Ganon o perseguem. Os objetivos deles são: matar Link, ressuscitar Ganon e deixar a Princesa em um sono eterno.
Um jogo mais maduro
Esta é uma história bem intensa, não é mesmo? Muito mais detalhada que a do primeiro! Junto com esta ótima história somos apresentados a um novo gameplay. Não estou a falar de novos elementos, estou falando de uma total reformulação.
Enquanto Zelda I era um jogo de exploração, realmente one of a kind. Zelda II foi por um caminho já conhecido o dos Action Games/Jogos de Ação. Shigeru Miyamoto teve a ideia de criar um side-scrolling game/ jogo de câmara lateral, semelhante a Mario. Porém esse seria baseado em uma mecânica de Espada e Escudo. Somente depois tiveram a ideia de fazer esse um jogo da franquia Zelda.
O gameplay é dividido em dois tipos, um tradicional de JRPG, um mapa do mundo onde vemos o nosso personagem em forma minimalista. E as áreas de side-scrolling com ação e batalha. Toda a exploração é feita de forma JRPG, e todas as Dungeons e cidades em side-scrolling.
Os itens, elemento super importante no primeiro jogo, voltam nesse, um pouco diferentes, mas continuam importantes. Também temos o acréscimo de magias. As magias servem para várias coisas, desde recuperar a vida de Link até fazer ele ter um salto maior. Para achá-las é necessário explorar o mapa e encontrar itens e pessoas.
As novas mecânicas
Há um sistema de level, cada inimigo morto dá uma quantidade de experiência, quando aumenta o nível podemos escolher melhorar Vida, Magia ou Ataque. Essa escolha é gradual, inicialmente a Vida exige 100 de Exp e a Magia 200. Quando chegamos a 100 e aumentamos a Vida o contador de EXP zera, e nós temos que chegar até 200 para poder pegar a Magia.
O sistema de combate é muito bom, de verdade. Muitos inimigos atacam em cima e em baixo, nós temos que abaixar ou ficar em pé para defender desses ataques com o escudo. Da mesma forma que podemos atacar em cima ou em baixo, aí temos que prestar atenção para o escudo do inimigo. Diferente de Castlevania onde era necessário meter chicote em toda a gente, em Zelda era necessário parar, esperar, estudar o inimigo e então atacar.
Gráficos que justificam
Lembram-se quando eu disse: Zelda I não tem os melhores gráficos. Pois então, o II faz mais jus ao seu nome. Ainda não está lindo? Ainda não está lindo, mas já está bem melhor. A presença da mecânica de side-scrolling permitiu que os sprites dos personagens e monstros fossem maiores. Dessa forma foi possível dar mais detalhes as criaturas, fazendo com que estas ficassem mais parecidas com as Concept Arts/Artes Conceituais.
Com as cidades e diversas localizações tivemos mais ambientes, isso enriqueceu muito o jogo. Somente as dungeons acabaram por ser muito parecidas, havendo somente mudança de tonalidade de cor.
Vejam este comparativo entre a Arte Conceitual e o jogo:
Dá-me músicas!
Enquanto TLoZ tinha somente 4, excelentes, músicas e alguns efeitos sonoros, TAoL tem cerca de 9 músicas e diversos efeitos. Um salto em questão de quantidade, agora temos músicas para a overworld, para as cidades, templos, boss fights, entre outras.
Nakatsuka fez um ótimo trabalho e até agora enquanto escrevo estou com as músicas em minha cabeça. Ele também trabalhou em Ice Climbers e, mais recentemente, em Super Smash Bros WiiU.
Overworld:
https://youtu.be/KyMluaZDRik
Town:
https://youtu.be/lGfIaw3TuOs
Palace:
https://youtu.be/7a7Sh82Mzdc
Zelda II: The Adventure of Link – A ovelha negra da família
Afinal: O que há para se odiar aqui?
Acredito ter escrito muito e não ter falado muito mal, não é mesmo? Afinal, por que detesto tanto este jogo? Acredita, é mais uma frustração do que um ódio.
Vejo em Zelda II diversos elementos interessantes, e muitos que foram reutilizados na franquia. Mas o problema de tudo isso em TAoL é como tudo foi executado. A teoria que eu apresentei é linda, mas a prática…
O gameplay é um tanto travado, com certeza, morrerás algumas vezes até entenderes como funcionam as batalhas. Saber que temos que entrar na primeira cidade e ficar a esperar uma mulher aparecer, para então falar com ela, e daí sim encontrar o Sábio, que te dará uma magia que nem sabias que existia. É, é meio complicado. Claro que esta é a experiência de alguém que não teve o manual em mãos.
Há, espalhados pelo mapa, Link Dolls, são bonecos que aumentam o número de continues, temos somente 2 no começo. Uma vez que pegues, caso de Game Over, não podes mais pegar o mesmo Doll, ele simplesmente desaparece, é algo de uma única vez. Ou seja, és basicamente obrigado a ser bom o suficiente, para “zerar” sem dar Game Over.
A luta contra os inimigos é demasiadamente injusta, temos que encontrar o timing certo do ataque e da defesa enquanto há dois morcegos a atacar, e um boomerang atrás de nós. Chega a ser cruel. Eu tenho muita vontade de pegar no meu 3DS e jogar Zelda II agora mesmo. Mas só de lembrar o sofrimento e frustração, eu deixo-o de lado.
Para ti: A Triforce da Coragem
Zelda II: The Adventure of Link é um ótimo jogo, mas é um jogo para poucos. Como amante da série fico muito mal por não conseguir desenvolver mais dentro dele. Talvez eu venha a jogar uma HackRom que deixa as coisas mais balanceadas.
É necessário muita coragem para o jogar! Então receber a Triforce da Coragem no final do jogo é um prémio justo. E tu? O que achas de Zelda II? Partilha connosco suas experiências! E continua acompanhando-nos no próximo jogo desta linda franquia!
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Análises
The Legend of Zelda II: The Adventure of Link
The Adventure of Link é a desafiadora continuação de The Legend of Zelda. Com gameplay e estática reformulada o jogo nos trás uma nova imersão em Hyrule.