O prometido é devido. Sensivelmente um mês depois da análise a Bakuman 2, chega agora a vez da terceira e última temporada da franquia ser objeto de análise, no ptAnime.
Será que Bakuman 3 esteve ao nível das duas primeiras séries? Ou acabou por desiludir? Vamos descobrir.
Bakuman 3 – A História
Moritaka e Akito estão radiantes com o facto do seu novo manga, “Perfect Crime Party” ter conseguido o primeiro lugar do ranking, na semana em que foi publicado o seu capítulo inicial.
Se este acontecimento, por si só, é digno de uma grande celebração, o dito cujo tem um sabor ainda mais especial por ter levado a melhor sobre “Crow“, obra da autoria de Eiji, que não tem parado de bater recordes.
Acontece que, para além de Eiji Nizuma e de outros rivais previamente apresentados, novos mangakas estão a surgir. Alguns deles, apenas dispostos a aproveitarem-se do trabalho de outros para serem reconhecidos. Uma situação nunca antes vista em Bakuman, que vai suscitar reações de todos os tipos, entre os vários autores.
De realçar que este é apenas um dos vários casos originais, presentes em Bakuman 3, que vão obrigar a dupla Ashirogi Muto a reagir. Afinal de contas, só superando adversidades como esta é que poderão tornar realidade o grande sonho de Mashiro.
Mais do que nunca, Moritaka e Akito terão que desenvolver todas as suas potencialidades enquanto criadores de Manga. Em paralelo com isso, terão também que estar preparados para acontecimentos inesperados, constantemente a baterem-lhes à porta.
Ambiente e Enredo
Como em parte já era de esperar, Bakuman 3 apresentou a mesma estrutura ambiental das duas temporadas anteriores.
Já no que diz respeito ao enredo, a série manteve a qualidade e o nível de interesse do mesmo. Desta feita, com recurso a aspetos do manga que não foram mencionados previamente.
Mais uma vez, deu também para enriquecer um pouco mais os nossos conhecimentos sobre o ramo. Falsos mangakas e problemas editoriais são alguns dos assuntos abordados nesta sequela decisiva.
Esta mudança de tópicos teve as suas implicações. Com o principal foco a virar-se para estas novas matérias, os rankings semanais dos vários mangas passam para segundo plano, sendo apenas mencionados quando estritamente necessários.
Outro aspeto a ter em conta é o avanço das horas e dos dias. Se anteriormente já acontecia com alguma frequência, em Bakuman 3 passa a ser ainda mais comum.
Quanto à banda sonora, a mesma não sofreu grandes alterações. A dita cuja continua agradável, mas sem se destacar em relação ao que se está a passar. Ou seja, passa um pouco despercebida, por não conseguir fazer a diferença.
O único fator que sai um pouco prejudicado em Bakuman 3 é o desenvolvimento das personagens. Com poucos acréscimos ao elenco, numa altura em que os vários protagonistas já são bem conhecidos, é normal que algumas das suas atitudes e comportamentos já não nos consigam surpreender. Típico de uma obra que contém sequelas.
A terminar esta parte da análise, é de reforçar aquilo que já foi dito nas anteriores sobre a criatividade e originalidade dos criadores de Bakuman (Tsugumi Ohba e Takeshi Obata). Por intermédio dos vários mangakas ficcionais que criaram para esta história, continuam a apresentar-nos obras super interessantes que podiam perfeitamente ser mangas reais.
Está mais do que provado, esta dupla tem um talento extraordinário.
Bakuman 3 – As Personagens
Vou fazer uso desta secção para falar de quatro personagens. Embora não tenham o protagonismo de outras, estão também elas muito bem construídas, ou não seriam capazes de cativar os espectadores com o seus próprio estilo e maneira de ser.
Kaya Miyoshi é a única do quarteto, que inclui também Mashiro, Takagi e Miho, a não ter um objetivo de vida. Na verdade, esta sempre foi a sua grande dúvida, desde o início de Bakuman. Uma questão que levou Miyoshi a ficar-se pelo estúdio da dupla Ashirogi Muto, auxiliando-os naquilo que lhe fosse possível.
Contudo, em termos de relações entre pessoas, Kaya Miyoshi tem um papel fundamental. A rapariga está sempre pronta a ajudar quem quer que seja, chegando às vezes a sentir mais os problemas do que a própria pessoa que os tem.
Akira Hattori foi o primeiro editor de Moritaka e Akito, tendo desde muito cedo criado uma grande proximidade com ambos. A maior prova disso é o auxílio prestado a esta dupla, mesmo quando o assunto não é profissional. Akira Hattori é um dos mais talentosos editores presentes na série, como comprova o sucesso dos vários mangas que este editor acompanha.
A par de Eiji Nizuma, Kazuya Hiramaru é talvez a personagem mais cómica de toda a história. Este fabuloso mangaka quer ver-se livre da sua profissão. Todavia, fruto do incentivo do seu editor, que o alicia com os seus maiores desejos, Hiramaru ganha sempre motivação para o trabalho e encontra ideias soberbas para cumprir com as suas vontades. Todos estes comportamentos são apresentados de uma maneira extremamente engraçada, o que torna Kazuya uma personagem adorável.
No que diz respeito a Shinta Fukuda, este é mais um autor super talentoso que, acima de tudo, se destaca pela sua capacidade de liderança e de resolução dos seus problemas e dos daqueles que lhe são próximos. Fukuda nunca deixa nada por dizer, sendo o primeiro a manifestar-se quando algo está mal. A sua sensatez e perceção da realidade de cada uma das situações fazem dele uma personagem verdadeiramente apreciável.
Bakuman 3 – Juízo Final
As duas primeiras temporadas destacaram-se pela positiva, nos mais variados aspetos. Provavelmente pelo sucesso anterior, a NHK descartou a hipótese de fazer grandes alterações a esta derradeira série.
Em vez disso, optou por cimentar o trabalho desenvolvido até aqui, o que acabou por ser uma aposta ganha. A arte, o diálogo, a criatividade, o suspense, entre outros aspetos (apreciados até ao início de Bakuman 3), mantiveram-se, ainda que por intermédio de situações que até aqui não tinham sido exibidas. O próprio final é bastante bom, ainda que se tenha tornado previsível desde muito cedo.
Não há muito mais a dizer, naquela que é a análise final a uma grande história, muito bem adaptada para Anime. Resta-me apenas reforçar que esta é uma produção obrigatória para todos!
Certamente que aqui vão encontrar algo que vos vai cativar a ver e a continuar a ver. Sempre acompanhados por uma grande ansiedade para descobrirem o que se vai passar a seguir.
Depois de Death Note, é de dar os parabéns a Takeshi Obata e Tsugumi Obha, por nos presentearem com mais uma obra fantástica. Vejam Bakuman que, definitivamente, vale a pena.
Segue-se o primeiro opening de Bakuman 3 (“Moshimo no Hanashi“, do duo: nano.RIPE). Apreciem!
Análises
Bakuman 3
Depois do sucesso das duas temporadas anteriores, os responsáveis por Bakuman 3 optaram por não fazer grandes alterações ao anime, limitando-se às mudanças dos temas abordados na história, nesta reta final.
Os Pros
- Os mangas ficcionais apresentados na história continuam a ser de grande nível.
- A produção visual.
Os Contras
- Os temas abordados em Bakuman 3 ficam ligeiramente a perder em relação à sua antecessora.