Quais foram os principais descasos da Cube Entertainment com as CLC nos últimos anos?
Face aos recentes acontecimentos que envolvem a Elkie e o grupo, decidi explorar mais a fundo a história destas meninas que eu gosto tanto. O objetivo deste artigo é expor a neglicência que elas sempre sofreram na mão da empresa. Diga-se de passagem que existe muito material, mas eu escolhi apenas cinco pontos.
Observação: Não estou, em nenhum momento, a incentivar o ódio contra grupos mencionados neste artigo. Direcionem a vossa revolta unicamente para a empresa.
1. Debut num momento conturbado
A situação da Cube quando as CLC fizeram a sua estreia, não era muito promissora. Podemos até dizer que os primeiros aninhos de vida do grupo foram atribulados por várias questões relativas a outros atos da empresa.
4minute nunca foi um grupo com lançamentos constantes, e as vendas digitais dos seus singles desciam a pique desde o lançamento Mirror Mirror em 2011 – mesmo que Crazy e Hate tenham posteriormente obtido melhores resultados. Como sabemos, o grupo deu disband em Junho de 2016, com apenas a HyunA permanecendo na Cube.
Em Outubro do mesmo ano, os BEAST – atualmente conhecidos como Highlight – também abandonaram a empresa, ao fim de alguns anos com poucos lançamentos.
Em suma, CLC estreou num momento onde supostamente a Cube Entertainment não dava lançamentos aos atos já existentes, o que resultou numa chuva de hate no grupo rookie.
Além disso é importante também falar do conceito fofo de Pepe. Este não se destacou num ano onde tivemos a estreia de grupos como GFriend, Oh my Girl e TWICE. Mesmo assim, as CLC lançaram um segundo mini-álbum apenas dois meses depois do debut, vendendo ainda menos do que o primeiro.
2. O hiatus de quase um ano quando CLC ainda era um grupo rookie
Face às fracas vendas dos primeiros dois mini-álbuns First Love e Question em 2015, a Cube optou por deixar o grupo sem mais lançamentos naquele ano. A indústria do K-pop é altamente competitiva: um grupo rookie não pode ficar inativo tanto tempo.
O grupo voltou apenas em Fevereiro de 2016 com a adição de duas integrantes novas: Elkie e Eunbin. O estranho é que Eunbin estava a participar no Produce 101 naquela época. A Cube basicamente disse: nós sabemos que não vais entrar na line-up final, por isso vamos acrescentar-te ao grupo.
Escusado será dizer que o grupo acabou por promover High Heels com apenas seis integrantes e o music video original teve de ser todo picotado pois não podiam mostrar ainda a Eunbin. Eventualmente o Produce 101 terminou, e finalmente em No Oh Oh conhecemos o grupo com sete membros.
Porém, as vendas continuavam baixas e mesmo assim a Cube insistiu quatro vezes no conceito fofo, sendo que este claramente não funcionava. Mesmo com o primeiro hiatus das CLC de quase um ano, a empresa foi incapaz de encontrar uma nova estratégia.
Eventualmente, o conceito do grupo mudou e foi em Fevereiro de 2017 que fomos apresentados a Hobgoblin: uma música poderosa e disruptiva com os primeiros lançamentos do grupo.
O girl crush estava em alta depois do sucesso estrondoso de BLACKPINK em 2016. Finalmente, as CLC tinham conquistado o seu lugar ao sol e a Cube parecia ter acertado.
3. Mudança de conceito depois do primeiro “hit”
Agora vocês pensam: se a Cube insistiu no mesmo conceito quatro vezes mesmo este tendo baixo retorno, era óbvio que iam voltar a apostar no conceito forte que deu certo! Por mais simples que pareça a conta, esta empresa faz literalmente tudo ao contrário.
Os números e o impacto de Hobgoblin foram completamente ignorados. Em agosto de 2017 foi lançada Where Are You… Uma música que apesar de muito bonita, trazia uma imagem angelical e completamente contraditória para o grupo. Escusado será dizer que este lançamento foi invisível, principalmente para o público internacional que tinha gostado de Hobgoblin. As promoções desta era duraram menos de duas semanas e o número de vendas voltou a cair.
4. Os constantes hiatus do grupo
Como mencionado anteriormente, o grupo sempre foi pouco ativo quando comparado a outros rookie groups.
Eventualmente a Cube percebeu a porcaria que fez com Where Are You e as CLC abriram 2018 com o mini-álbum Black Dress. A volta a um conceito mais maduro e impactante, fez com que as vendas físicas praticamente dobrassem. Pouco tempo depois as integrantes começaram a publicar fotografias com rosas nas redes sociais.
No mesmo ano, o novo girl group da empresa estreou-se: (G)I-DLE. Este conseguiu um sucesso imediato, tornando-se o diamante da Cube. Em menos de seis meses, tiveram outro comeback.
E com isto o segundo retorno de 2018 das CLC foi sendo adiado. E o que aconteceu com as rosas? A música era La Vie en Rose e foi vendida a outro grupo: IZ*ONE. Ou seja, mais uma vez a empresa tirou o chão das integrantes. Existe até uma versão na internet cantada por elas.
Assim, o grupo voltou a entrar novamente num longo hiatus, que só terminou em 2019 com o lançamento de No. 1.
2019 foi um ano atípico para os Cheshires: tivemos três comebacks. Me e Devil foram apenas digital singles, mas para um grupo que costumava fazer um ou no máximo dois lançamento por ano, era ótimo.
No garantiu a primeira win num programa musical para as CLC e as visualizações dos music vídeos foram ótimas. Os fãs estavam confiantes que a Cube finalmente tinha aprendido.
E então chegamos ao fatídico ano de 2020. Não existiam planos para um retorno do grupo e mais uma vez, as CLC entraram num longo hiatus. Eventualmente, em Setembro foi lançado o single álbum Helicopter. Depois de quase um ano de pausa, a Cube só nos deu uma nova música…
5. Cinco anos sem um álbum completo e lightstick
Pensei em reclamar do facto das CLC terem quase seis anos de carreira e não terem um único álbum completo. Mas a verdade é que, à data em que escrevo este artigo, fazem quase dois anos que não é lançado sequer um mini-álbum.
Os fãs até tiveram alguma esperança de que a empresa lançasse um lightstick depois do re-branding que aconteceu pouco antes do lançamento de Helicopter. Mas foram só esperanças mesmo.
Abaixo podem ver um vídeo de um protótipo desenvolvido por um fã.
CLC – Os descasos da Cube Entertainment com o grupo
Já li vários comentários na Internet onde as pessoas dizem que com o sucesso das (G)I-DLE, era óbvio que a Cube ia colocar CLC mais de lado. Em parte, isso não deixa de ser verdade, mas… as CLC sempre foram negligenciadas. Mesmo quando eram o único ato feminino que a empresa tinha no catálogo.
A Cube não era uma empresa pequena à data em que as CLC se estrearam e, mesmo assim, administraram pessimamente o que tinham em mãos! Não fizeram um estudo de mercado inicial, insistiram no erro vezes sem conta, mudaram a trajetória do grupo quando este finalmente tinha encontrado o seu caminho e enfiaram-nas em hiatus indefinidas vezes.
A empresa simplesmente geriu mal CLC, desde o começo. E agora que existem grupos mais rentáveis na empresa e a possibilidade de dar debut num novo girl group, não há motivos para mantê-las vivas.
Apesar de tudo, as CLC são dos grupos mais completos que o K-pop já viu.
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