Shoukoku no Altair – Primeiras Impressões
Título: Shoukoku no Altair (Altair: A Record of Battles)
Adaptação: Manga
Produtora: MAPPA
Géneros: Aventura, Histórico, Drama, Fantasia
Shoukoku no Altair | Opening
“Rasen no Yume (螺旋のユメ)” – SID
https://www.youtube.com/watch?v=lZY0CTXc1N0
Shoukoku no Altair | “Uma Sinopse Despida”
Parem-me se já ouviram esta: um jovem, marcado pelos terrores da guerra, cresce removido de uma infância/adolescência normal e, precocemente, desenvolve atributos de inteligência e combate sem rival para alguém da sua idade.
É nomeado para uma alta patente como o mais jovem membro, revelando-se um brilhante rapaz com uma altruísta motivação e sonhos de um mundo melhor.
Contudo, a guerra que o marcou pode reescrever um novo capítulo. Mas, desta vez, o nosso protagonista está em posição de fazer algo para impedir que horrores do passado se repitam.
Shoukoku no Altair | “As Vestes Originais”
O que torna então diferente, uma premissa já várias vezes revisitada?
Eu sou um ávido fã de história mundial e tudo o que roçar na “mitologia” das antigas civilizações, ou fizer referência a locais icónicos consegue, pelo menos, despertar o meu interesse. Posto isto:
- A inspiração no Império Otomano e no Sacro Império Romano–Germânico para estabelecer o setting de rivalidade entre dois reinos;
- A clara inspiração em locais reais, como Constantinopla ou o famoso Mont Saint-Michel;
- O easter egg da Primeira Guerra Mundial (espero ter visto bem) que ajuda a dar corpo ao enredo do primeiro episódio do anime;
- Outro ponto de interesse é o evidente foco no carácter diplomático, político e estratégico que rodeia o ambiente bélico.
Como apenas vi o primeiro episódio, não posso diferenciar muito a série em termos de enredo ou personagens, mas, pareceu-me, que há indicadores satisfatórios que apontam para personagens com alguma riqueza. Mas dado que se tratam das primeiras impressões, vou-me focar no protagonista, Mahmut Tuğrul, mais jovem Pasha do Divan.
- À primeira vista seria fácil nomear Mahmut como um clone de Arslan, contudo, Mahmut num episódio mostrou mais força, mental e física, que o frágil príncipe de Arslan Senki.
- Em Altair, temos um protagonista igualmente jovem mas com uma forte motivação e ideais sólidos, levando-o a atingir um posto social que lhe permite fazer a diferença e ajudar o seu povo.
Ficarei atento se a caracterização de Mahmut é estática, ou se é mutável, o que tornaria o seu pathos um ponto de interesse na história, sem ter que me focar exclusivamente nos paralelismos com a história mundial real.
P.S.: Mahmut tem como parceiro uma feroz e ‘cool’ águia dourada…Iskander!
E não me venham dizer que o Arslan também tem! Azrael é um falcão, que nem sequer pertence a Arslan e apenas se afeiçoou a ele. Além de que, não está preparada para ser seu companheiro na luta, uma vez que nem o próprio protagonista tem capacidades polidas para tal.
Por outro lado, Iskander é uma ave de rapina treinada para combate por Mahmut, que domina a arte da falcoaria.
Shoukoku no Altair | Aspectos Técnicos e Tal…
O estúdio MAPPA raramente desaponta, a animação pode nem sempre ser arrebatadora mas é, no mínimo, polida e consistente.
Este é o caso em Shoukoku no Altair. Julgando pelo primeiro episódio, sinto-me capaz de afirmar que a animação, apesar de não revelar logo um truque na manga, mostrou beleza na sua consistência:
- Sou fã dos designs de personagens, e adoro a forma como os animadores deram o seu spin aos designs originais;
- Uso inteligente do CGI que fica, até ver, reservado para animação de edifícios ou para momentos de animação com luz, como o caso dos foguetes (nada de cavalos CGI que parecem saídos de um carrossel);
- Bonito design dos backgrounds e profundidade de campo.
Quanto ao som, gosto imenso das vozes escolhidas descobrindo algumas já conhecidas de obras anteriores, o que me fez esboçar um sorriso.
A banda sonora, do que me recordo, pareceu-me competente, mas não o suficiente para deixar uma impressão ou ficar já na memória.
Shoukoku no Altair | Ver ou Não Ver, eis a Questão
Acho que é fácil de entender que fiz uma análise conservativa do primeiro episódio.
Preferi não entrar em detalhes do enredo ou das personagens e tentar dar-vos motivos suficientes para pelo menos verem o primeiro, ou primeiros, episódio/os.
Tenho a dizer que, sem me fazer arrancar os cabelos à espera do segundo episódio, Shoukoku no Altair mostrou-se capaz de me despertar a curiosidade de continuar a ver.
Tenciono, a cada episódio decidir o seu destino, que está umbilicalmente ligado ao arc de cada personagem e à forma como executarem o enredo, o qual, como referi, já foi repisado algumas vezes.
Ver ou não ver Altair?
Eu diria que a série enverga de forma bem visível as suas cores, e por isso pessoas que não gostem particularmente dos temas retratados, conseguem manter-se facilmente afastados.
Penso que, a sua honestidade de género e pontos positivos que sublinhei, levarão os curiosos destes temas a passar um bom bocado na companhia de Mahmut. E, a esses, recomendo pelo menos iniciarem esta jornada.
Shoukoku no Altair | Trailer