O realizador anime Yutaka Yamamoto, ou “Yamakan” (The Melancholy of Haruhi Suzumiya, Wake Up, Girls!, Kannagi: Crazy Shrine Maidens), e o antigo presidente da Gainax, Toshio Okada, ou “the Otaking”, têm historial de criticar a indústria anime, indo tão longe ao ponto de declararem que anime está “morto”.
Numa discussão Christmas Eve, na Galeria Akihabara UDX em Tokyo, eles focaram os seus ataques num tópico muitas vezes considerado taboo: o sistema de comité de produção.
Yamakan e Otaking criticam Sistema de Comité de Produção:
Ambos consideraram o sistema, o qual foi originado como uma forma de dispersar o risco entre numerosas partes e para simplificar angariação de fundos, um “grilhão” à volta do anime.
As empresas que compõem o comité de produção têm um incentivo para manter o controlo do seu anime, o que se traduz em pelo menos 40% dos direitos de autor. Apesar da presença de firmas de comunicação Chinesas que estão dispostas a por “na mesa” valores como três biliões de yen (24.46 milhões de euros), para produzir anime, comités de produção frequentemente não aceitam quantias destas se tal significa sacrificar a sua percentagem de controlo.
Yamamoto-sensei disse que se empresas gestoras conseguem apenas investir até 40 milhões de yen (cerca de 326,000 euros), tal significa que o orçamento de produção será estipulado, apenas, no valor de 100 milhões de yen (cerca de 815,200 euros).
Okada elaborou ao dizer, que se as firmas Chinesas mesmo assim contribuíssem com grandes números como dois biliões de yen (16.3 milhões de euros), então o comité de produção dividiria o dinheiro entre 10 projetos diferentes.
Isto é um factor no aumento de quantidade de anime em produção hoje em dia, apesar disso (de acordo com Okada) chegar às custas da qualidade.
“Se tivéssemos um bilião de yen, poderíamos fazer um filme anime mesmo bom”, lamentou ele. “Mas isto chegaria com o custo do seu financiamento ser 100% Chinês. As pessoas querem o sistema de comité de produção, porque querem dinheiro.”
Okada defendeu que deviam “livrar-se destes homens de meia idade [no comité de produção] e conectar-se diretamente com os financiadores Chineses”. Yamamoto-sensei não quis ir tão longe, mas pediu uma “mudança de mentalidade” para angariar dinheiro e para valorizar mais anime individuais.
Okada previu que uma “revolta de escravos” estava a caminho.
Apesar das suas palavras críticas sobre financiamento de filmes, aqui feitas, Yamakan apresentou-se bastante efusivo com Kimi no Na wa. de Makoto Shinkai.
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Fonte: Anime News Network