Depois do sucesso de Dragon Ball e Dragon Ball Z, e após o fracasso de Dragon Ball GT, esta franquia, mediática a nível mundial, regressou, 18 anos depois, aos ecrãs televisivos. Desta feita, com o nome “Dragon Ball Super”.
Ora, o meu currículo de obras visualizadas diz-me que uma história de sucesso nunca deve regressar ao palco, seja por pressão dos fãs, seja como estratégia para rentabilizar mais algum dinheiro. Por norma, o resultado não é nada bom, sendo Dragon Ball GT mais uma prova disso. E por mais que se diga que boa parte desse projecto (GT) não esteve sobre a alçada do excepcional Akira Toriyama, tal “pormenor” cai facilmente no esquecimento ou é omitido.
Desta forma, Dragon Ball Super acaba por ser quase uma segunda investida que, em último caso, procura limpar essa má imagem. E o que dizer disso? Que o conseguiu? Sim, de alguma maneira, tendo em conta que alcançar esse objectivo não era muito difícil. No entanto, levou tempo. Muito tempo!
Antes de entrar em detalhes, visto que esta análise vai incluir alguns spoilers, desde já partilho a minha conclusão, da forma mais sucinta possível, a pensar nos leitores que ainda tencionem espreitar esta série, transmitida entre 2015 e 2018, e não queiram tomar conhecimento do que lá se passa. Na minha sincera opinião, Dragon Ball Super justifica a sua existência, em grande medida, no último terço da sua transmissão. Em concreto, na saga conhecida, entre outros nomes, por “Torneio do Poder”. Porém, antes de lá chegarem, os fãs têm pela frente uma grande travessia no deserto, encontrando, de quando em vez, não diria um oásis, mas umas palmeiras onde faz alguma sombra e onde podem recuperar algum ânimo para continuar a ver a série.
Por outras palavras, é preciso agarrarem-se a toda a nostalgia acumulada ao longo das suas vidas para resistirem a voltar atrás nesta jornada difícil. No meu caso, e sendo eu da geração de 90, Dragon Ball foi claramente o anime mais marcante da minha vida. Depois disso, já vi séries que recomendo mais do que Dragon Ball. Aliás, hoje, reconheço que a minha pontuação final na análise de Dragon Ball Z é influenciada por uma boa dose de sentimento (sou humano, e pertenço ao Universo 7, como vocês). No entanto, enquanto parceiro de infância e da adolescência em particular, a adaptação do manga de Akira Toriyama deixou marcas profundas no meu ser, que me levaram até ao fim desta (Super) jornada, onde, sem saber o que ia acontecer, acabei recompensado, nesse arco final da história.
Posto isto, sigamos então para a análise propriamente dita onde, mesmo para aqueles que não estão preocupados com possíveis spoilers, desde já prometo que, sempre que possível, tentarei evitá-los neste texto. Ou, pelo menos, não aprofundar muito esses assuntos.
Um regresso muito fraco
Antes de mais, para quem não está situado, importa lembrar que Dragon Ball GT não faz parte do manga original e, portanto, em termos cronológicos desta história, é como se não tivesse existido. Mais a mais, Dragon Ball Super arranca com acontecimentos que antecedem essa produção filler (não canon).
Todavia, em termos de anime, e correspondente hype dos fãs, a ordem de transmissão das produções não pode, de todo, ser desconsiderada. Se nos concentrarmos apenas nas produções televisivas, a ordem é esta: Dragon Ball; Dragon Ball Z; Dragon Ball GT; Dragon Ball Super; Assim, dado o fracasso da “prequela” deste novo projecto, creio que seria do interesse dos seus responsáveis limpar, o mais rapidamente possível, a má imagem com que se despediram naquela altura. É certo que o tempo apaga e suaviza muita coisa, e foram quase 20 anos de distância até surgir esta nova série, mas, ainda assim, uma má produção não se esquece, quando para trás ficaram momentos inesquecíveis. Ora, a ideia que fica é que, de facto, não houve qualquer tipo de preocupação neste sentido. E digo isto por dois motivos.
Em primeiro lugar, porque Dragon Ball Super arranca com a transmissão de conteúdos repetidos. Até perto do episódio 30, são recontadas as histórias dos últimos dois filmes da franquia que, até essa altura, tinham sido lançados. Ou seja “Dragon Ball Z: Battle of Gods” e “Dragon Ball Z: Resurrection ‘F'”. Se a maioria dos espectadores for como eu, que, por norma, pouco se sente atraído por filmes associados aos grandes shounens, então isto traduz-se imediatamente numa entrada em falso. Pior ainda. Se viram e não gostaram dos filmes, então para quê ver Dragon Ball Super?
Quanto à segunda nota claramente negativa, ela diz respeito ao trabalho apresentado na área técnica do desenho e da animação. Especialmente no primeiro, onde é notório um completo desleixo em algumas cenas. Eu, que não tenho grande olho ou conhecimento para apreciar estas componentes técnicas do universo anime (confesso que é sempre uma dor de cabeça para mim escrever sobre tais assuntos), noto claramente esse descuido, e creio que qualquer indivíduo, por muito desinteressado que esteja ao olhar para o ecrã e para o que se está a passar, percebe que ali há algo de errado.
Em resumo, neste regresso ao ecrã, o essencial correu mal. Porém, se a questão dos filmes ainda pode ser encarada como uma falha estratégica (por exemplo, na altura não estava em cima da mesa a hipótese de uma nova franquia), o desleixo na parte visual da série (por mais justificações que possam existir) subentende uma despreocupação dos seus responsáveis para com a aderência a Dragon Ball Super, isto é, à reacção dos fãs ao novo projecto.
As novas sagas de Dragon Ball
Adiante. Depois da entrada péssima e redundante, temos finalmente oportunidade de assistir a conteúdo novo. Nomeadamente, a saga do “Universo 6” e a do “Trunks do Futuro”. Por fim, surge o arco do “Torneio do Poder” ou, se antes preferirem, o da “Sobrevivência do Universo”” Mas deixemos este último para daqui a pouco, e foquemo-nos nas duas primeiras.
Universo 6
Sobre esta saga, que eu considero meramente satisfatória, a dita cuja acaba por ser um pequeno alento nesta caminhada no deserto, por alguns motivos. Além de já não ser conteúdo repetido, é neste arco que ficamos a conhecer um pouco do desdobramento de universos com que se pauta Dragon Ball Super. Na verdade, este desdobramento é o pilar que suporta o conteúdo mais importante de toda a série e, apraz-me dizer, é interessante. Vou até mais longe. Dragon Ball Super podia ter esquecido todas as suas sagas, excepção feita a esta e à última, que não perderia nada com isso, pelo contrário. Creio que teria tido muito mais sucesso se esse tempo tivesse sido aproveitado para explorar o efeito espelho do Cosmos que nos é apresentado.
Aliás, permitam-me insistir nesta última ideia, mas de uma outra forma. Com a existência da saga do “Torneio do Poder”, a exploração dos universos introduzidos em Dragon Ball Super acaba por descartar algum do seu potencial estimado. E tenho esta convicção porque, em cerca de 50 episódios, conhecemos um pouco de todos os universos. Caso contrário, com este novo alargamento de horizontes a beneficiar de um maior desconhecimento e, por consequência, a funcionar como factor mistério entre o criador e os fãs, Toriyama teria muito por onde pegar para desenvolver mais conteúdos originais e apelativos no futuro. Apesar desta decisão, Dragon Ball Super ainda deixa alguns caminhos por explorar nesta temática, na eventualidade de os querer seguir mais à frente.
De volta à saga do Universo 6 em concreto, de dizer que o entusiasmo suscitado pelos épicos torneios de artes marciais criam sempre um mínimo de expectativa nos fãs. De maneira que, depois do conteúdo repetido dos filmes, o regresso da plataforma quadrada, e daquele “BANG” com que se iniciam os duelos, são um bom suporte para o espectador perseverar nesta jornada de 131 capítulos.
Trunks do Futuro
E por falar em expectativa, algo do género se passou com a saga do Trunks do Futuro. Pela primeira vez, desde há muito tempo, voltou a pairar algum suspense nos episódios de Dragon Ball. Em concreto, sobre os vilões e as suas visões para o Cosmos.
Ao mesmo tempo, a relação próxima que se verifica entre Trunks e Mai, que foi uma verdadeira surpresa, volta a trazer algum sentimento à trama. Reunidas estas duas premissas, esta saga tinha um potencial significativo. O problema, a meu ver, é que se tornou demasiado redundante e difícil de entender. As viagens e, sobretudo, os anéis do tempo, são utilizados com demasiada frequência e, com facilidade, o espectador acaba por perder o sentido da história. Se é que tudo faz sentido naquelas voltas e reviravoltas, pois parece-me haver ali alguns pontos que abrem brechas na história no seu todo.
Mas não é tudo. Para lá da questão temporal, identifico uma insistência desmesurada nas lutas entre os “bons” e os “maus”. O assunto devia ter ficado fechado em um ou, na pior das hipóteses, dois confrontos. Contudo, o que acontece são vários duelos que, a partir de certa altura, pouco ou nada acrescentam aos anteriores, pairando a sensação de se estar sempre a carregar na mesma tecla.
O ressuscitar de Dragon Ball Super – O Torneio do Poder
Felizmente, no episódio 77, tem início a saga da “Sobrevivência do Universo”, que inclui o famoso torneio. Um arco de 55 capítulos onde Dragon Ball faz aquilo que sempre soube fazer muito bem: entreter o espectador! Para o conseguir, a produção reabilitou os seus pontos fracos, reuniu nostalgia do passado, explorou novidades, e manteve em alta aquela que para mim é a maior qualidade desta trama: a banda sonora. É fabulosa! Parabéns a Norihito Sumitomo pelo excelente trabalho que, excepcionalmente, mantém-se no topo desde o primeiro até ao último episódio. Ainda uma palavra para os openings (apenas 2) e endings (uma dezena) que, regra geral, são bons, quer no visual, quer nas músicas.
Continuando, não coloquei estas observações aos aspectos técnicos dentro deste tópico por acaso. Afinal de contas, o Torneio do Poder traz consigo a recuperação da componente visual e do trabalho de animação da série. Pautada por vários momentos de desleixo ao longo das várias sagas anteriores, essas “falhas” deixam de existir, se não me falha a memória, com a entrada nesta recta final de Dragon Ball Super.
Ultrapassados os aspectos visuais e sonoros, viro-me então para o enredo. Como indiciei em cima, este Torneio de Artes Marciais reúne vários ingredientes apetecíveis. Ao tratar-se de uma battle royal, chegam ao ecrã várias personagens novas, todas elas muito distintas em habilidades. Há poderes para todos os gostos, pelo que é normal nem todos agradarem ao espectador, embora muitos sejam interessantes ou, pelo menos, engraçados.
Ao mesmo tempo, a existência desta competição é o que torna possível a reabilitação de várias personagens que, com o avançar da franquia, tinham perdido espaço e significado na história, para três ou quatro personagens monopolizarem quase todo o tempo de antena relevante. Com efeito, esta junção de novas e velhas personagens, a par de uma grande diversidade de poderes, dá origem a combates de diferentes escalas. Na maioria destes confrontos, as capacidades das personagens envolvidas estão niveladas e, portanto, os duelos tornam-se cativantes aos olhos de quem assiste.
Relativamente às personagens (mais secundárias) que este arco fez regressar ao grande palco, de dizer que nem todas são bem conhecidas. Ou melhor, algumas têm agora comportamentos e mentalidades bastante distintos da altura em que partilharam o palco com os heróis do costume, pelo que, mesmo aqui, há esse efeito surpresa adicional que é igualmente agradável.
Para fechar a onda de nostalgia, uma palavra também para as estratégias utilizadas em alguns dos combates que o Torneio do Poder oferece. Algumas dessas técnicas, a que os participantes recorrem, fazem lembrar momentos marcantes de Dragon Ball e Dragon Ball Z, mesmo que agora possam ser outras personagens a protagonizar essas situações. Um efeito repetitivo bem aproveitado.
Há pouco (não) deixei escapar a existência desta battle royal. Tinha mesmo de ser, para poder prosseguir com este texto e dizer o seguinte: os combates estão todos a acontecer em simultâneo. Ou seja, a superioridade numérica pode verificar-se em alguns duelos. Tal como, por exemplo, a aparição de um elemento surpresa para virar o combate em favor de alguém que, até à altura, estava em desvantagem. Enfim, a força dos elementos de uma equipa, e a sua capacidade de actuar em grupo (multiplicidade de estratégias), tem um impacto significativo no desenrolar dos acontecimentos.
Infelizmente, nem tudo são coisas boas neste Torneio do Poder. O ponto (talvez único) que me desagradou, foi a evolução desmesurada de algumas personagens, num curto espaço de horas (no tempo da história), ou mesmo de minutos. Como resultado desta aquisição de poderes quase instantâneos (e de forma consecutiva), todo o sacrifício e esforço de alguns guerreiros para ficarem mais fortes perde, neste cenário, a sua relevância, de tão banal que isto se torna. Mal o menos, que só acontece com uma mão cheia de personagens, e não é argumento suficiente para inverter a minha opinião de que esta saga é, de facto, um excelente e singular entretenimento (desde o tempo de Dragon Ball Z) para os fãs da franquia.
As Personagens de Dragon Ball Super
Começo pelas mais novas, onde identifico apenas uma personagem que me parece digna de menção: Beerus. E, por estranho que possa parecer, apenas pela sua vertente cómica. Terminada a série, fico com a ideia que foi por via deste Deus da Destruição que a série conseguiu divertir o espectador. Outros, em escassos momentos, também o fizeram. Todavia, Beerus foi fundamental para que este género continuasse a funcionar em Dragon Ball. A sua subserviência para com Zeno, as suas disputas com Champa, as reclamações para com Whis, e até os nomes que improvisa para alguns humanos (nomeadamente: Tsururin, em vez de Kuririn, ou Sonny, em vez de Son Gohan), fazem desta personagem um bom acréscimo a Dragon Ball Super. Em relação aos restantes, enquanto uns não tiveram grande exploração, outros, mesmo não sendo muito criticáveis, também não apresentam argumentos para os destacar pela positiva.
Já no que toca a velhos conhecidos, parece-me pertinente falar sobre três personagens: Son Goku, Son Gohan, e Vegeta.
Começando por este último, nele identifico uma transformação sempre em sintonia com o desenrolar da história. Vegeta não prescindiu do seu espírito e valores característicos de um Saiyan. À excepção dos primeiros episódios onde, com a chegada de Beerus, assume algumas posturas que não lhe correspondem, daí em diante, a sua personalidade ganha consistência e naturalidade. Contudo, a pouco e pouco, o impacto da vida na terra e o casamento com Bulma originam transformações subtis (e coerentes) nesta personagem. Por esta altura, e ainda que muito reclame, Vegeta está mais disponível a cooperar com os restantes guerreiros da Terra e, mais uma vez, disposto a sacrificar-se para salvar o planeta onde vive, se assim for necessário. Até mesmo, embora de nariz torcido ou com um evidente mau-humor, a alinhar em actividades que façam dele um pai mais interveniente e impactante na vida dos filhos.
Por seu lado, Gohan, que tanto prometeu na saga do Cell, foi a peça sacrificada por Akira Toriyama para manter como protagonista o sujeito do costume. Dragon Ball Super mantém a senda de Goku ser o guerreiro mais forte de todos os Saiyans, em practicamente todos os momentos, o que não só compromete Vegeta, como o próprio filho. O desvio de Gohan das Artes Marciais parecia um bom escape para justificar a falta de progresso deste guerreiro cheio de potencial. No entanto, a determinada altura, esta decisão parece escassa e pouco justificada, tendo em conta a rápida evolução (supra abordada) que outras personagens (possivelmente de potencial mais limitado que Gohan) revelam, num curto espaço de horas. Sou da opinião que a história, volta e meia, podia ter um protagonista diferente, nomeadamente, um dos dois que acabei de mencionar. Estranhamente, este raro privilégio acaba por ser concedido a outra personagem, cujo contributo para o preenchimento da história e satisfação dos fãs me parece ser mais reduzido.
Por último, umas palavras para o inevitável Goku, ainda que não seja pelos melhores motivos. Ao contrário de Vegeta, encontrei no principal herói um conjunto de atitudes e características que ficam difíceis de lhe reconhecer. Entre elas, as mentiras que diz aos amigos para os convencer a fazer algo, e uma inocência, ou melhor, estupidez, que não conhece limites. Vejamos. Da mesma maneira que Vegeta já tem traços da vida na terra, Goku não pode ser diferente, pelo que, algumas vezes, irrita bastante assistir à sua incapacidade de compreender certas coisas (como o nascimento de um bebé) depois de tantos anos (muitos mais do que Vegeta) a viver no planeta. Esta estupidez exagerada não faz qualquer tipo de sentido, principalmente porque, mais à frente, mostra capacidades de ter uma conversa séria e de “negociar” sem brincadeiras com personagens inimigas. Caso para dizer: intransponível nos combates, impotente na personalidade.
Um final em aberto
Resumindo, e repetindo-me, Dragon Ball Super levou tempo, bastante tempo, a ganhar qualidade. Mas, de alguma forma, compensa bem os que sobrevivem às dificuldades impostas por esta travessia no deserto e se sentam nas suas bancadas para assistir ao Torneio do Poder.
No final de tudo, para além de um desfecho interessante e original para a história, e de esta, globalmente, preservar a ideia da unidade e força do grupo contra o individual, a série ainda deixou em aberto o regresso de Dragon Ball. Se este “adeus temporário” apontava para os filmes posteriores, então, pessoalmente, não encontro na mensagem nada de apelativo. Todavia, se tinha em mente uma nova série televisiva, aí já a encaro com outro espírito. E digo isto não apenas por aquilo que Dragon Ball Super apresentou nos seus últimos 55 episódios, mas também, como disse em cima, porque este desdobramento dos universos, e consequente invasão de novas personagens, continua a ter bom potencial.
Posto tudo isto, creio que, para os leitores, o mais importante desta análise não será (como quase sempre acontece) a pontuação atribuída, mas sim perceber se ainda têm paciência e nostalgia suficientes para um longo caminho que, ao contrário de muitos, só tem as suas recompensas muito perto da linha de chegada. Aguentem-se!
Dragon Ball Super – Trailer
The Review
Dragon Ball Super
Uma produção que exige ao espectador uma verdadeira travessia no deserto, a fim de conseguir chegar ao seu "produto" de maior e verdadeira qualidade. E como o melhor ficou para o fim, a franquia, mais uma vez, deixou saudades.
PROS
- Banda Sonora
- Saga do Torneio do Poder
CONS
- A intermitência na qualidade da arte e da animação, nos primeiros 77 episódios
- A história e o enredo deixam muito a desejar ao longo de quase toda a transmissão
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