Após a saga interminável de Dressrosa, One Piece presenteou-nos com uma das sagas mais pequenas da sua longa história. Depois de tanto se falar em Zou, a passagem por esta ilha movediça não durou nem 30 episódios. Mas como a qualidade de uma saga nunca deve ser avaliada pelo sua duração, eis a análise ao que de mais importante teve esta passagem dos Straw Hats pelo local.
One Piece Saga Zou – Zunisha
O momento em que ficamos a conhecer Zou é desde logo o momento que nos faz saltar à vista a primeira das suas duas grandes particularidades. Falo de Zunisha, o elefante que vive há mais de um milénio, e no qual se situa esta ilha. Como tal, e ao contrário das ilhas que conhecemos até à data, Zou não se encontra sempre nas mesmas coordenadas.
Por si só, a situação anterior levanta logo uma onda de mistério que ainda hoje padece de revelação no anime. Se Zou não é um local fixo, como é que Jack e os outros elementos dos Beast Pirates conseguiram lá chegar (duas vezes!) sem problema algum?!! Já mais para o fim, ficou também o enigma de para onde se dirige Zunisha. Sim, porque este parece ter um rumo definido. É mais uma dúvida que se junta a tantas outras.
Particularidades da Ilha Zou
Mas voltando à ligação entre Zunisha e Zou, assim surgiu mais uma grande ideia de Eiichiro Oda. Claramente que o autor tentou idealizar o que seria viver nas costas deste animal. E os resultados mais evidentes tiveram logo destaque. Veja-se o piso de Zou, com as personagens a sentirem a diferença do que é caminhar na parte lombar deste animal ou num piso mais familiar. Assim como as construções da ilha, altamente preparadas para escoarem rapidamente a água que Zunisha manda frequentemente para as suas costas, a fim de tomar banho.
One Piece Saga Zou – Tribo Mink
Depois da ilha em si, tenho obrigatoriamente que falar do povo que lá habita e que se revelou verdadeiramente especial. Os Minks! Já tínhamos visto algumas personagens desta tribo, como Beko ou Pekoms, durante a trama. Na altura, não identificáveis como pertencentes a esta espécie.
Os Minks são aquilo que podemos chamar de fusão entre uma parte humana e uma parte animal. Parte animal essa que poderá ser oriunda de qualquer espécie conhecida do nosso planeta. Já a parte dos poderes, essa toca a qualquer ser do universo One Piece, pelo que não me parece digna de grande importância neste artigo.
A meu ver, esta junção de espécies é notória tanto na parte física como na parte mental, de personalidade e de instinto da espécie. A parte da fisiologia é evidente logo à partida, mas os outros traços caraterísticos também não levam muito tempo a surgir. Aqui quero destacar os momentos divertidos provocados pelos Minks que representam a junção de um humano com o melhor amigo do homem, o cão. Para grande divertimento do espectador, estes Minks andam sempre atrás de Brook, com água a escorrer pelos cantos da boca, sempre desejosos de se agarrarem aos ossos bem visíveis desta personagem.
A Força de Espírito dos Minks
Porém, a grande revelação advém dos traços de personalidade destes seres e seus comportamentos. Creio que aqui reside o ponto de maior foco desta curta saga. Um momento memorável da história de One Piece. Um momento que já mais poderá ser esquecido! Que a meu ver, se não apanhou 100%, então foi 99,9% dos espectadores desprevenidos. Refiro-me à cena em que os Minks revelam ter o Ninja Raizo escondido na ilha Zou. Depois de todas aquelas situações com Jack e companhia? De todo aquele sofrimento e tortura? Das mortes e de várias mutilações? Incrível! Sem palavras!
Como já referi anteriormente, esta foi uma cena que interpreto como uma crítica do autor à nossa espécie. Mas alguém imagina o Ser Humano a fazer isto? Quero dizer, TODOS os indivíduos da nossa espécie, perante uma ameaça mortífera, a a protegerem um indivíduo desta maneira? Eu não! Impensável! Somos capazes de conseguir coisas maravilhosas e de ter grandes atitudes em determinadas alturas. Todavia, esta não me parece uma delas.
One Piece Saga Zou – Inuarashi & Nekomamushi
Também conhecidos pelos nomes de Duke Dogstorm (Inuarashi) e Cat Viper (Nekomamushi), esta dupla confere mais uma particularidade a Zou. Uma espécie de liderança bipartida da tribo Mink que funciona por turnos.
Tudo porque estes dois, outrora grandes amigos, nesta altura da história estão de costas voltadas. A fim de se evitar mais um confronto entre os dois, Inuarashi toma conta de Zou durante o dia e Nekomamushi à noite. Entre as muitas implicações que este sistema tem, a de maior importância vai para a batalha de Jack The Drought contra os Minks. Um confronto onde a aplicação dos turnos também se verifica. Algo inédito na trama.
One Piece Saga Zou – Sanji Vinsmoke
Deixando agora os Minks de lado, Oda voltou a fazer das suas em relação aos nossos heróis! Ou melhor, prepara-se para fazer! Depois de Nami em Arlong Park, de Robin e o caso CP9, de Luffy no pós MarineFord, creio estar em marcha mais uma viagem inesquecível pelo passado de outra personagem da tripulação.
Estou confiante desde o primeiro momento em que esta situação surgiu. Os Vinsmokes! A Imperadora Big Mom! O Supernova Capone “Gang” Bege! Mais as surpresas que vão certamente existir. Por aqui já se pode dizer que estão reunidas todas as condições para mais uma grande aventura, desta vez por conta do cozinheiro dos Straw Hats.
Alguém tinha percebido a subtileza do “Apenas Vivo” (Only Alive) no poster Wanted de Sanji? Eu não!
A partir de Zou, rumo ao One Piece!
A segunda parte desta saga fica marcada por revelações sobre um tema que há muito estava ausente. É certo e sabido que One Piece ainda tem muito para dar. Os quase 800 episódios do anime não preocupam ninguém, seja para bem ou mal da série. Porém, com todos os acontecimentos que envolvem os grupos de piratas a despertarem quase toda a nossa atenção, muitas vezes passa ao lado o grande objetivo de Luffy. O One Piece!
Acontece que Zou deixou a sua marca na história também por isto. Oda fez uso desta viagem à “Ilha Fantasma” para, pela primeira vez em muito tempo, dar um andamento significativo a este assunto e levantar o véu sobre como descobrir o caminho para Raftel, local onde se diz estar o One Piece.
Mais ainda, depois de Silvers Rayleigh, surgem agora outras personagens que estiveram na embarcação de Gold Roger. Um daqueles assuntos típicos de passar completamente ao lado do espectador até se falar nele. Roger foi condenado à guilhotina, mas então e os outros membros que o acompanharam? Agora sim, já conhecemos mais alguns.
[mc4wp_form id=”61529″]
O Clã Kozuki
Era certo e sabido que a aparição de Kin’emon e dos seus amigos, com início na saga de Punk Hazard, tinha alguma intenção por trás. Demorou bastante, muito por culpa da saga de Dressrosa, mas finalmente Eiichiro Oda atou este nó. E que grande nó! O resgate de Sanji promete dar muito que falar. Contudo, a deslocação de Zoro e dos que o acompanham ao Wano Kingdom promete não ficar atrás.
Continuando, ficou-se a saber que os poneglyphs podem ser de vários tipos e que foram construídos por membros do Clã Kozuki. Um povo que agora está a pagar bem caro por esta sua especificidade que interessa a tantos grupos de piratas, dispostos a tudo para chegarem ao famoso tesouro da história, e não só!
Até à data, uma das maiores vítimas desta perseguição descontrolada foi Momonosuke. A criança perdeu o seu pai, que era o líder do Clã Kozuki. Futuramente, um dos grupos a necessitar de cuidados redobrados serão os Straw Hats. Robin tem a rara capacidade de ler estes blocos gigantes da história, tornando-se um alvo potencial de vários grupos.
One Piece Saga Zou – Juízo Final
Qual saga de Fishman Island! Qual Punk Hazard! Se na altura em que escrevi sobre estas sagas referi estarem longe do melhor que One Piece já mostrou, mas que isso se aceitava por se tratarem de arcos de transição, agora sou obrigado a engolir um pouco as minhas palavras dessa altura.
Zou também é uma saga curta e de transição. No entanto, não é por isso que vou deixar de a colocar num patamar elevado de qualidade. Os acontecimentos em causa assim o justificam. Na ausência de um combate marcante, a cobertura dos Minks a Raizo e o tema dos poneglyphs asseguraram a conquista do espectador. Desta forma, One Piece demonstrou mais uma vez toda a sua versatilidade em termos de enredo. Isto é, o não precisar de nenhum ponto em particular para exibir todo o seu potencial e valor.
Por fim, e de olhos postos no futuro, Zou pode também ser considerada uma excelente rampa de lançamento para todos os acontecimentos fantásticos que estão em perspetiva. No entanto, esses temas serão assunto num outro artigo que chegará nos próximos dias.
One Piece Saga Zou – Trailer
[youtube width=”560″ height=”315″ video_id=”PBueG8cYebk”]
Análises
One Piece Zou
Na ausência de um combate marcante, a cobertura dos Minks a Raizo e o tema dos poneglyphs asseguraram a conquista do espectador.
Os Pros
- Progressão Narrativa
- Personagens
- Produção Visual
- Banda Sonora
- Consistência Geral
Os Contras
- Ausência de sequências de ação marcantes