Se isto fosse um vídeo, agora estaria a tocar a música tema de Zelda I, consegues imaginar? The Legend of Zelda logo no seu primeiro jogo tornou-se num dos carros chefes da Nintendo, as expectativas para o segundo jogo eram altas e mesmo este sendo bem diferente, provou-se extremamente competente no NES.
Zelda: A Link to the Past – A definição da Lenda
O ano agora é 1991, apesar de ainda vivo o NES deu espaço para uma das maiores consolas da história. Uma consola que teve aproximadamente 784 jogos lançados de forma oficial. O Super Nintendo (ou SNES) foi, com toda certeza, a consolidação do mercado de videojogos caseiros. Ele e o Sega Genesis vieram para revolucionar o mercado como era conhecido.
Para uma consola tão poderosa a Nintendo tinha a obrigação de entregar somente o melhor, claro que conseguiram. The Legend of Zelda: A Link to the Past, ou A Lenda de Zelda: Uma Ligação com o Passado é considerado até hoje um dos melhores da franquia. Prontos para embarcar em mais uma aventura?
Nota: Iremos ter como estrutura destas análises a seguinte ordem: Informações Técnicas – Enredo/História – Gameplay – Gráfico – Banda Sonora.
Geração 16 Bits
Para facilitar iremos chamar A Link to the Past como ALttP, ele foi lançado em 12 de novembro de 1991 no Japão e em 1992 no resto do mundo. Lançado para o Super Nintendo ele tinha a responsabilidade de converter a experiência de seus antecessores para os 16 Bits do SNES.
Aqui a Nintendo tomou algumas decisões para definir como funcionaria este jogo da franquia Zelda. Iremos ver com mais detalhe nos próximos pontos, mas já deixemos claro, eles optaram por seguir o estilo do Zelda I, e por abandonar os elementos novos de Zelda II.
O jogo teve novamente Shigeru Miyamoto como produtor, Takeshi Tezuko como diretor e Koji Kondo como compositor. Exatamente, temos o trio original de volta à produção de Zelda! O que obviamente ocorreu muito bem.
O Mundo das Trevas e as 7 Damas
Em ALttP somos apresentados pela primeira vez a uma história de fundo bem trabalhada. Com os anos essa história foi criando mais e mais corpo, para se encaixar com a linha de tempo da franquia. Irei contar uma versão reduzida:
Há muito tempo um bando de ladrões abriu a passagem para o Reino Sagrado. Lá encontrava-se a Triforce. O líder dos ladrões pegou o poder da Triforce para si, e tornou-se no Rei das Trevas. O Rei de Hyrule enviou os Sete Sábios para trancar o Reino Sagrado e o Rei das Trevas dentro dele. Após uma grande guerra, e muitos sacrifícios, eles conseguiram prender o Rei das Trevas no Reino Sagrado.
Séculos passaram-se e Hyrule estava em paz, até que um mago chamado Agahnim engana o Rei para se tornar seu conselheiro. Uma vez nessa posição ele enfeitiçou os soldados para que estes capturassem as 7 Damas. É aqui que tudo começa, Link estava a dormir na casa do seu Tio quando foi acordado por um pedido de socorro. Esse pedido veio de Zelda, a Princesa do Reino, que havia sido raptada e estava no calabouço do castelo.
Agahnim quer usar as 7 Damas para abrir o portal para o Reino Sagrado e libertar o Rei das Trevas. Já Link recebe a missão de buscar a Espada Mestra, a única que pode enfrentar o Rei das Trevas.
Diferente de Zelda II que era uma continuação direta de Zelda I, ALttP traz uma história totalmente nova. Nomes como Link, Zelda e Ganon, estão a repetir-se, mas não são os mesmos! Eles são como “reencarnações dos espíritos heróicos dessas personas”. Esta é uma das características da franquia, sempre haverá um Herói (Link), uma Princesa (Zelda, Styla) e um Inimigo (Ganon, Ganondorf, Vaati).
“It’s dangerous to go alone! Take this.”
Agora vamos voltar um pouco na nossa análise de Zelda I, todo o esqueleto daquele gameplay, está aqui! Temos uma visão “de cima”, a passar de sala em sala. Voltamos a ter corações ao invés de barra de vida, e não há mais o sistema de exp e level de Zelda II.
Um detalhe que veio de Zelda II para ALttP foi a mana, ou magia. Aqui temos uma barra verde que representa a nossa magia, usamos-la dependendo do item. Novamente temos diversas dungeons para explorar, elas são do estilo de Zelda I, porém temos que enfrentá-las numa sequência certa.
Outro elemento que regressou foi os Pedaços de Coração, eles não desapareceram, mas eram poucos em Zelda II. Aqui funcionam igual no I, todo boss deixa um Heart Container, ou Recipiente de Coração, que aumenta em 1 os corações de Link.
Um “elemento novo” de ALttP é a quantidade e como os itens funcionam. ALttP tem uma quantidade bem maior de itens, e uma variedade maior de utilidade. Não há somente aqueles que são usados em batalha, como Arco e Flecha ou as Bombas, mas há as Zora’s Flippers, que fazem Link capaz de nadar, ou a Luva que deixa-o forte.
Esse itens são essenciais para explorar o novo e vasto mundo de Hyrule! Esse é outro ponto a definir a franquia, sempre haverão “áreas” como: Floresta, Deserto, Mares, Montanhas, e em cada uma terá um dungeon com base nessa característica. O jogo conta com 11 dungeons, cada uma com sua própria mecânica e item. Os itens encontrados dentro das dungeons quase sempre servem para vencer o boss ou um puzzle.
Lindo e Potente
Quero ignorar a existência da atual geração de videojogos, só existe SNES para nós agora. Como o jogo é bonito!!! Fazer um comparativo cru com Zelda I é até ofensivo. Muitas mais cores, texturas e possibilidades, a potencia do SNES foi muito bem aproveitada.
Em Zelda II tínhamos diversas cidades, em ALttP temos somente uma, Kakariko Village, mas esta é grande e funciona muito bem. Temos animais, pessoas, diversos modelos de casas e até uma venda ao ar livre. Tudo está mais bonito e detalhado, conseguimos facilmente criar um mapa mental, usando a peculiaridade de cada local como ponto de referência.
As dungeons também são belíssimas! Cada uma tem a sua própria arquitetura, e apesar das limitações podemos sentir a personalidade posta nelas. Mas acredito que ALttP realmente se supera no Dark World, onde tudo é feito para ser o contrário do mundo normal, o Ligth World. A vila é pacífica e feliz, no DW ela é assustadora e triste.
Último detalhe para os chefes, todos bem melhor trabalhados que os antecessores. Mais detalhes e personalidade, fizeram deles tão bons vilões que muitos são usados até hoje.
Playlist para guardar no bolso
Acredito que está é uma das grandes bandas sonoras da história. Zelda tem a péssima mania de viver do passado, o detalhe é que: O passado de Zelda é bom. A banda sonora de ALttP será reutilizada, rearranjada, homenageada e reaproveitada em toda a franquia, simplesmente por ser boa assim.
A tela inicial do jogo já entrega todo o potencial gráfico e sonoro que o jogo tem. E apesar dessa ser uma senhora banda sonora não quero me limitar a ela, quero falar dos efeitos sonoros.
A geração 8 bits, tanto de consolas quanto de portáteis, tem péssimos efeitos sonoros. Sons irritantes e chatos que repetem-se constantemente. Já no 16 bits esse problema começou a ser corrigido e Zelda tem uma grande quantidade de efeitos sonoros que não incomodam em nada!
https://youtu.be/r4MhlyFwmrA
https://youtu.be/BStjuHfP238
https://youtu.be/_uR7doemZD0
https://youtu.be/zi0APizJuRU
https://youtu.be/c3dZZsarAKk
Julgamento final
Certo, falei muito, muito mesmo. E só falei bem… Não posso fazer nada quanto a isso, este é um dos jogos mais importantes da minha vida e eu não sou capaz de encontrar defeitos nele.
Para não passar por um fanboy perdido direi que talvez o jogo pudesse ter os gráficos melhor terminados. De verdade, o jogo é ótimo! Quando penso que ele tem basicamente a minha idade, ele envelheceu bem melhor do que eu!
Desta vez o texto ficou bem grande, mas dentro dele está a análise a quase todos os jogos da franquia! O que mais muda de um para o outro é a mecânica chefe e a história.
Já jogaste A Link to the Past? Gostaste? Partilhem a vossa opinião nos comentários! Vemos-nos na próxima análise.
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Análises
The Legend of Zelda: A Link to the Past - A definição da Lenda
The Legend of Zelda: A Link to the Past definiu Zelda como uma das maiores franquias da Nintendo, assim como definiu a fórmula de quase todos os jogos da franquia.
Os Pros
- História mais complexa
- Diversidade de itens
- Gameplay
- Bosses
Os Contras
- Não há! (Estou a brincar!)
- Acabamento gráfico