Videojogos é um tipo de media que já existe há muito tempo. Sendo o Japão um dos países mais relevantes na sua produção, é completamente normal de se esperar que alguns sejam adaptações ou inspirações das nossas obras de mangá ou anime favoritos.
Pensando bem nisto, decidi falar de três jogos inspirados em mangá, dois adaptados em anime e um que gostaria que fosse adaptado futuramente.
O Mundo Sinergético dos Videojogos e dos Animes
Inspirados em Mangá
Attack on Titan
Attack on Titan (Shingeki no Kyojin) de Hajime Isayama é provavelmente uma das melhores obras de mangá dos tempos recentes, portanto como é que esta obra seria traduzida para outros tipos de media?
A WIT Studio adaptou o mangá em 3 temporadas de anime, vários OVAs originais e até filmes recap, deixando a temporada final para a MAPPA tratar.
Mas estamos aqui para falar de videojogos, não é verdade? E foi disso que a Koei Tecmo quis falar também.
AOT é uma série de três jogos: AOT Wings of Freedom (completamente ignorável, adapta a primeira temporada do anime e fez um teaser para a eventual segunda temporada), AOT 2 (adapta as duas primeiras temporadas do anime na perspetiva de uma personagem criada pelo jogador) e AOT 2 Final Battle (adapta as duas partes da terceira temporada, com cenas adicionais para adicionar mais história e um epílogo a fazer teaser à temporada final).
Como escrevi acima, o primeiro jogo pode-se saltar visto que o segundo também adapta a primeira temporada na sua totalidade.
Estes jogos não foram os primeiros desta obra, mas foram decerto os primeiros a fazerem-no numa maneira excelente.
A jogabilidade, a história, a música… Tudo está perfeitamente feito para ser uma experiência inesquecível para os fãs! Não se irão arrepender desta aquisição!
Naruto Ultimate Ninja STORM
A magnum opus de Masashi Kishimoto é decerto uma das melhores dentro do género de shounen e por boas razões.
Naruto não é uma obra que tenha poucos videojogos mas, ainda assim, é difícil recomendar algum jogo fora desta série.
Naruto Ultimate Ninja STORM é um jogo que saiu exclusivamente para a PS3 nos Estados Unidos. Sim, leram bem, a saga STORM começou de maneira a promover Naruto na América, visto que até lá, ainda era algo muito de nicho. Depois do sucesso do jogo, ele saiu na Europa e também no Japão.
Vendo que o jogo teve um sucesso explosivo, a Bandai Namco e a CyberConnect2 entraram em comunicação outra vez, para adaptarem o resto do mangá.
Os quatro jogos principais da série STORM são baseados no mangá, não no anime, daí as linhas super rabiscadas e grossas nas boss battles que me fizeram arrepiar de início ao fim.
Para quem não tem tempo para ler o mangá ou ver o anime, estes jogos dão a experiência do mangá quase como se fosse a versão fast food do mesmo, saltando toda a informação desnecessária e focando-se no canon da franquia.
A jogabilidade não fica atrás, tornando-se rapidamente num dos arena fighters mais vendidos de sempre.
DragonBall FighterZ
Considerado o melhor jogo licenciado de anime pela Metacritic, DragonBall FighterZ deu sempre muito que falar.
Desenvolvido pela magnífica Red Team da Arc System Works, FighterZ tinha um objetivo em mente: pegar no que a Red Team tinha feito bem com o Guilty Gear em termos visuais e criar uma jogabilidade digna da obra que é o DragonBall. E conseguiram!
Jogos bons de DragonBall já existiam aos montes (Budokai, Budokai Tenkaichi, Burst Limit, Xenoverse, etc..), mas este jogo tinha algo que muitos não tinham: Uma história original.
Vamos ser honestos, a história de DragonBall não é desconhecida para ninguém nos dias de hoje, portanto a Arc System Works criou uma narrativa com três pontos de vista: Goku e dos Guerreiros Z, Frieza e de outros vilões da franquia e a perspetiva da nova vilã, a Android 21.
Não se preocupem, aqui não há spoilers para ninguém, mas a história foi coescrita com o próprio Akira Toriyama, criador original de DragonBall, portanto têm o selo de qualidade do mesmo!
Adaptados em Anime
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Danganronpa
Danganronpa é uma franquia e tanto… O primeiro jogo foi adaptado para anime, mas foi o único. Antes de perguntarem, sim, existem mais animes. Deixem-me explicar.
Danganronpa é uma franquia com quatro jogos (um adaptado para anime e V3 fazendo parte de outra timeline), várias light novels, um mangá (ambos as light novels e o mangá são perfeitamente ignoráveis), dois OVAs e vários animes. Isto parece confuso, mas ainda está longe de estar a níveis Fate de confusão.
O primeiro jogo, Trigger Happy Havoc, foi adaptado para anime. O jogo ficou bastante popular pela sua mistura de elementos de vários géneros: visual novel, mystery solving, rhythm, RPG, etc…
A seguir deste jogo/anime vêm a light novel Danganronpa Zero e os jogos Super Danganronpa 2 e o Ultra Despair Girls.
Aqui, Kazutaka Kodaka, criador original da franquia, não queria acabar a história com um jogo, devido a sua narrativa complexa. Daí nasceu o anime Danganronpa 3: The End of Kibougamine Gakuen que se divide em quatro partes: Os animes Mirai-hen e Zetsubou-hen e as OVAs finais Kibou-hen e Nagito Komaeda and the Destroyer of Worlds.
Toda a franquia baseia-se em vários alunos presos numa escola forçados a matarem-se uns aos outros. O jogador é forçado a investigar as mortes dos amigos enquanto tenta desmascarar o vilão.
É… uma montanha-russa que eu amo de coração e que convido a todos os amantes de mistério a experienciar!
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Persona
Persona é uma série de JRPGs desenvolvida pela ATLUS. A este ponto toda a gente já ouviu falar de Persona devido ao sucesso enorme do sexto título principal da franquia.
“Mas Rúben,” perguntam vocês, “o último que saiu foi o Persona 5. Como assim sexto?”
Bem, a resposta é bastante simples e até se liga ao tema de como esta série foi adaptada para os pequenos ecrãs… ou não.
Persona 2 foi uma história tão massiva que foi dividida em dois jogos: Innocent Sin e Eternal Punishment. Ambos estes jogos iriam ser adaptados para anime com o título Persona: Another Self, mas por razões desconhecidas, o anime acabou por ser cancelado, o que é uma pena visto que teríamos a voz de DIO (Takehito Koyasu) como protagonista a falar sobre amizade e amor (que imagem!).
A primeira adaptação animada desta franquia veio com o sucesso mundial de Persona 3, adaptando-o em quatro filmes, cada um a representar cada estação do ano.
Entretanto Persona 4 e Persona 5 também já tiveram as suas adaptações merecidas com dobragens em inglês também (os filmes previamente mencionados, nunca foram dobrados em qualquer língua).
Persona é uma série de JRPGs que fala sobre criaturas chamadas de Personas, ou por outras palavras, as manifestações dos nossos “verdadeiros eus”, e de como os protagonistas (geralmente alunos da secundária) usam esses poderes para salvar o mundo.
Desejo de uma Futura Adaptação
Existem vários mangás, light novels e jogos que provavelmente mereciam uma adaptação para o pequeno ecrã, mas estou cá para falar de um só jogo!
UNDER NIGHT IN-BIRTH é uma série de jogos pela French-Bread que são mais conhecidos pela série de jogos Melty Blood (que teve co-produção de Type-Moon, criadores de Fate).
UNDER NIGHT apesar de ter quatro jogos, não passam sempre de versões atualizadas do anterior, mas foi a terceira versão (IN-BIRTH Exe:Late[st]) que introduziu o modo de jogo, Chronicles.
Nas duas primeiras versões do jogo, a única história que havia para explorar era a encontrada nos arcades dos personagens. O problema disto é que as arcades continham terminologia desconhecida sem explicações dos seus significados. Introduzindo as Chronicles.
As Chronicles são um set de 22 capítulos servindo de prólogo para as arcades, explicando toda a backstory e motivações das personagens, com a ocasional luta.
Isto, na minha opinião, seria excelente para um anime. Uma adaptação das Chronicles e até talvez da arcade do protagonista? Animação da Ufotable? Isto pede para ser um anime excelente! Até já temos um nome para o anime: UNDER NIGHT IN-BIRTH Exe:Chronicles! Já vos fiz a papinha toda, podem anunciar o anime, vá lá.
Mas fora de piadas, este é provavelmente o único jogo de luta que eu adoraria ver nos pequenos ecrãs.
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Conclusão
Como podemos ver, os mundos da media japonesa estão em constante sinergia, o que é um golpe de marketing muito inteligente!
Jogos, ao contrário de animes e mangás, têm o input do jogador para serem experienciados, daí terem uma maior afinidade com as memórias dos mesmos.
Seria excelente vermos mais animes de videojogos e também mais videojogos de animes, mas só o futuro o dirá.