Título: Occultic Nine
Adaptação: Light Novel
Produtora: A-1 Pictures
Géneros/Demografia: Mistério, Sci-Fi
Ficha Técnica: Disponível
Primeiras Impressões: Disponível
Um dos animes desta Temporada de Inverno de 2016 que realmente me surpreendeu tendo em atenção os primeiros episódios.
Occultic Nine | Opening
“Seisuu 3 no Nijou” – Kanako Itou
Occultic Nine | História
A sinopse deste anime é a seguinte: a história de “ciência paranormal” segue nove indivíduos idiossincráticos, ligados pelo blogue sobre o oculto “Chōjō Kagaku Kirikiri Basara” liderado por Yūta Gamon, um aluno de 17 anos que integra o segundo ano do 3º ciclo. Pequenas incongruências que ocorrem à volta destes nove levam, eventualmente, a um inimaginável e maior evento, que pode alterar aquilo que é considerado o senso comum neste mundo.
Depois das Primeiras Impressões que fiz de Occultic Nine o que eu merecia era uma estalada por ter dito tão mal do mesmo. A verdade é que eu não estava habituada a um anime feito daquela forma e a verdade também é que um anime assim não cabe nos gostos de qualquer um. O modo de contar a história não é convencional e lembra-me algo tipo Baccano ou Durarara!!. A premissa de “estranha mas depois entranha” pode ser aqui aplicada. Mas atenção! Eu não estou a dizer que Occultic Nine é um anime por aí além, só que não é aquilo que parece ser nos primeiros episódios.
Occultic Nine | Consistência & Falhas
A verdade é que o primeiro episódio assusta qualquer pessoa; a rapidez das falas e das cenas é de tal forma que termina-se o mesmo com dor de cabeça… ou então com vontade de dormir, já que aquilo cansa até os mais fortes. No segundo episódio o ritmo desacelera e o espetador consegue acompanhar melhor o enredo.
Porém…
Verdade também é de que mesmo abrandando o ritmo das falas, o desenvolvimento dos personagens ainda não é feito o que torna, de certa forma, inútil o mistério apresentado. Uns episódios mais à frente o desenvolvimento é realizado mas este ritmo volta de novo a espreitar e basta piscar os olhos duas vezes para “perderem o fio à meada” – aliás, muitas vezes chegava ao final de um episódio e exclamava: “What… Que raio acabou de acontecer? Alguém explica produção?!”.
Apesar de todos estes obstáculos, episódio a episódio as peças do puzzle vão-se mais ou menos encaixando, como se espera de uma obra de mistério. No final, (quase) tudo tem uma explicação ainda que as cenas demorem a ser resolvidas.
Vocês estão a perceber que eu estou com um pé num lado e com um pé no outro, certo?
Porque se por um lado: Occultic Nine vos oferece um enredo interessante e que dá vontade de acompanhar, partir à descoberta e debater com os amigos sobre o vai acontecer (e muitas suposições são feitas)…
Por outro lado, este anime apresenta um mistério que, para quem já é craque nestas andanças, não é nada por aí além – pois por volta do quinto/sexto episódio já sabem do que tudo se trata – e também personagens estereotipadas que vamos ver a seguir (avisando que esta lista foi feita após visualizar o primeiro episódio e no entanto nada mudou):
- A menina kawaii que não tem nada na cabeça;
- O rapaz de óculos que é o esperto (tem óculos, né?!) e que, ao mesmo tempo, é frio, distante e “cool“;
- O gerente do café que usa maquilhagem e é misterioso (não são todos?);
- Uma possivelmente Yundere/Tsundere;
- A gaja mamalhuda e histérica que só serve para ser o ecchi na maior parte do anime
Quanto a esta última eu tenho mesmo de mostrar mais um gif.
Depois, algo que também me chateou em Occultic Nine foi o protagonista bipolar, que tanto era badass como era um chato que só sabia chorar – e isto constantemente (até me fez lembrar a Mumei de Kabaneri). Mas como toda a série é mesmo “passada da cabeça” eu vou desculpar.
Agora, um ponto que realmente me incomoda e baixou por completo a nota do anime foi o facto de o mesmo precisar de 24 episódios para ser devidamente bem desenvolvido e não apenas dos 12 a que teve direito. Caso Occultic Nine não venha a ter uma segunda temporada, este ficará com várias pontas soltas e situações mal explicadas, para além do pobre desenvolvimento de praticamente todos os personagens (que convenhamos, conseguir aprofundar nove personagens principais é realmente algo que leva tempo).
A correria para caber tudo em míseros 12 episódios foi o derradeiro aspeto negativo deste anime.
Occultic Nine | Ambiente & Banda Sonora
O ambiente em Occultic Nine é aquilo a que posso chamar de interessante. Para além das cores brilhantes e vibrantes de uns personagens e o contraste com as tonalidades sombrias de outros, alguns dos ângulos mostrados ajudaram a compor a “maluqueira” toda que o anime tentou transmitir. Ok, entendo que muitos deles conseguiram deixar-nos tontos, mas não deixou de ser apelativo ver toda aquela desordem visual que combinava na perfeição com a desordem do enredo.
O aspeto visual é algo que se mantém constante durante todo o anime e não vemos nenhum episódio que apresente pior animação que outro. Também o design dos personagens é peculiar e facilmente identificável pelos espetadores, o que é um ponto positivo, apesar de, como escrevi em cima, os mesmos serem demasiado estereotipados. Algo que aponto no character design é o formato dos narizes… sinceramente, são bastante estranhos, não gostei do resultado.
A Banda Sonora em Occultic Nine é algo que foi porcamente mal aproveitado. A música utilizada durante os episódios é praticamente “invisível” e caso não estejamos atentos a este aspeto em especial nem sequer conseguimos notar ou dar conta da sua presença – tirando quando alguém está a explicar algo e aparecem uns sons destoantes no fundo num loop infinito. Aliás, todos os sons são isto mesmo, repetições em si.
Já a opening e a ending estão excelentemente bem empregadas e dão vontade de ouvir vezes sem conta (quando nunca se passa estas músicas à frente, é porque elas são boas!).
Occultic Nine | Juízo Final
Uma história paranormal que nos leva a questionar sobre o que é real e o que não é, o que é ou não possível e a dualidade ciência versus mundo oculto. Occultic Nine mostra-nos, assim, o mundo de nove jovens que vêm a sua vida “virada do avesso”, o seu desespero em entenderem e saírem daquela situação.
Uma opção para quem gosta de animes de mistério mas não para quem tem bom olho e consegue decifrar enigmas facilmente.
A forma como tudo foi encadeado não consegue satisfazer a curiosidade do espetador mais exigente, que necessite ver todos os dilemas resolvidos. A combinação de nove personagens principais, que precisam de foco próprio, e apenas 12 episódios faz com que o anime não desenvolva o suficiente para merecer lugar de destaque na categoria “mistério”.
Num total e analisando globalmente, Occultic Nine consegue facilmente entreter, por isso, quem não estiver à procura de uma história densa e detalhada de mistério ou sci-fi, achará aqui uma agradável surpresa.
Análises
Occultic Nine
Occultic Nine consegue facilmente entreter, por isso, quem não estiver à procura de uma história densa e detalhada de mistério ou sci-fi, achará aqui uma agradável surpresa.
Os Pros
- Produção Visual
Os Contras
- História com pontas soltas
- Personagens
- Banda Sonora