Título: Cardcaptor Sakura/ CCS/ Cardcaptors/ Card Captor Sakura
Adaptação: Manga
Produtora: Madhouse
Géneros | Demografia: Aventura, Comédia, Drama, Romance, Fantasia, Magia, Vida Escolar | Shoujo
Ficha Técnica: Indisponível
Primeiras Impressões: Indisponível
Sailor Moon, Tokyo Mew Mew, Shugo Chara!, são alguns dos exemplos de mahou shoujo que brilharam na década de 90 e inícios da década de 2000. Cardcaptor Sakura surge nessa lista como a menina dos olhos de ouro das CLAMP.
Cardcaptor Sakura Anime – Análise | Sinopse
A premissa inicial é bastante simples, o básico do mahou shoujo: uma menina de 10 anos descobre um estranho livro na biblioteca do seu pai e, ao abri-lo, encontra nele um estranho baralho de cartas. Ao ler a primeira carta, “Windy”, uma rajada de vento abalou irremediavelmente a vida da pequena Sakura: tinha acabado de libertar as poderosas cartas de Clow e, com isso, uma cascata de acontecimentos potencialmente catastróficos tem início.
Cardcaptor Sakura | Enredo
A série é dividida em duas temporadas. Na primeira, a missão da nossa protagonista é recuperar todas as cartas de Clow que se vão manifestando ao longo da série, nas mais variadas formas. Numa segunda, o objetivo é… re-utilizar todas as cartas de Clow! Apesar de parecerem semelhantes, na realidade, são duas partes totalmente diferentes mesmo em termos narrativos.
As duas temporadas são originais na sua construção e história, ambas usam o mistério como arma mas, enquanto uma gira em torno de uma personalidade “secreta”, a outra envolve as razões por detrás das ações de uma determinada personagem. Nada é linear, conseguimos ser constantemente surpreendidos e isso reflecte-se no panorama amoroso.
Conseguimos o melhor dos dois mundos: uma história principal rica em ação, magia e mistério; com um romance adorável! E depois de rever consigo voltar a afirmar: é das melhores histórias do universo anime. Tão complexa e crescente que é difícil de acreditar que a maioria de nós era apenas uma criança quando assistiu.
Em Cardcaptor Sakura, começamos com uma protagonista infantil, sem responsabilidade, cujo maior desejo é livrar-se de toda aquela confusão; e terminamos numa Sakura mais responsável – pelo menos em termos mágicos – com uma postura mais adulta e capaz de tomar decisões. A segunda temporada é de ficar a babar com a capacidade da mesma em resolver os complexos problemas que surgem com recurso às cartas.
Imaginem isto como uma batalha em que temos em mão dezenas de cartas com funções mágicas e que temos que usá-las para resolver um problema – Sakura puxa por nós, ultrapassa a terceira dimensão e faz-nos pensar em que carta usar. Em suma, acabamos também nós por entrar naquele jogo estratégico.
O “Erro” de Cardcaptor Sakura
Quanto à primeira temporada… esta tem um “pequeno” problema: Meiling Li… A personagem que decidiram criar para “apimentar” a série. As consequências foram sucessivos momentos de irritação plena e uma vontade imensa de carregar no mute.
É triste quando reparas que foram obrigados a criar momentos – e recriar outros – para inserir esta personagem, só porque acreditaram que seria bom. Honestamente, desde que era uma criança que sempre a achei horrível e irritante!
Confesso, no entanto, que teve um grande momento na segunda temporada. Claro que tudo isto foi possível porque, mesmo com a adição de cartas que não existem na obra original e com a criação e inserção da Meilin, os produtores conseguiram desenvolver uma história de 70 episódios sem plot holes!
O que é obra!!! Pensem comigo, 70 episódios onde a história original é parcialmente re-escrita e onde o máximo que detetei de “erro” foram momentos em que esta personagem “desaparecia” do contexto. Eles conseguiram, literalmente, re-escrever para que tudo encaixa-se sem perder a essência.
E isso verificou-se no pináculo criativo das maravilhosas CLAMP: o romance!
Homossexualidade e o arquétipo do amor
Elas são deusas e senhoras do romance purista, do amor sem idade, sem sexo, sem género, sem barreiras sociais ou económicas.
Honestamente só dou graças ao facto de “ninguém” se ter apercebido, na altura em que pela primeira vez estreou em Portugal, de que Cardcaptor Sakura abordava o amor entre pessoas do mesmo sexo. Ou com certeza não teria tido o prazer de assistir, e prova disso são todas as censuras que temos assistido na atualidade em anime. Digamos que é tudo muito subtil que acaba por passar despercebido a quem não quer ver (hurray! felizmente para nós!), todo o amor é transmitido por gestos, frases, etc; são as ações das personagens que, tal como na vida real, determinam o sentimento entre elas. Sem importar quem é quem, o amor é retratado de uma forma quase que surreal, e prova disso é a Tomoyo. Depois de ter revisto umas 4 vezes ainda me arrepio com algumas das falas da melhor amiga da Sakura.
Correção, as CLAMP enganaram-se numa coisa – na idade das personagens! A Tomoyo é um exemplo gritante: com 10-12 anos possui uma maturidade e capacidade de observação de um adulto. Para não falar da Rika, que é o estereótipo de mulher perfeita japonesa.
E como não podia deixar de ser, isso refletiu-se na parte do “amor entre idades diferentes” onde eles abusaram da coisa.
No entanto podemos alegar que, pela filosofia da série, as personagens iriam esperar até atingir a maioridade para algo mais físico acontecer entre eles.
Cardcaptor Sakura | Ambiente
Para ajudar na criação deste universo magnífico: uma animação de fazer inveja à maioria das obras atuais. A gestão de cores, os padrões, a fluidez com que tudo foi feito… tudo fantástico! Com uma harmonia e personalidade difícil de igual.
Podemos afirmar que Cardcaptor Sakura criou a sua “marca” através da animação e, mesmo passados mais de 15 anos, continua a ser de excelência e, prova disso, são as frequentes comparações com o novo OVA.
Independentemente de gostarem mais ou menos da premissa, a série é boa o suficiente para se alimentar a ela própria. E tenho a certeza que, se passasse neste momento na televisão, continuaria a ser bastante bem recebida.
Claro que a banda sonora tem o seu peso neste aspeto… Mais uma vez: TOMOYO!!! A atriz/cantora que interpretou esta personagem merecia um aval de todos: as músicas são lindas! E o diretor soube usar esse trunfo muito bem ao longo da história.
Podemos dizer que Cardcaptor Sakura é uma obra bastante musical. Alguns dos protagonistas tocam piano, é frequente encontrarmos melodias protagonizadas pela Tomoyo, e as diferentes temporadas possuem adições bastante interessantes de sonoridades e melodias orquestradas originais. É uma banda sonora que vale a pena ouvir inclusive em separado da série. É muito boa, muito completa, e confesso que, atualmente, não conheço muitas obras com um repertório tão completo e personalizado quanto Cardcaptor Sakura.
Design, arte, CLAMP, Wallpapers everywhere!
Para quem conhece a manga original, a indumentária variada da Sakura não é surpresa, muito menos o realçar da mesma. Faz parte da essência. Ao contrário das “transformações” das mais famosas heroínas do Mahou Shoujo, Sakura tem a melhor amiga como costureira e câmara-woman =D
E escusado será dizer que são criações deslumbrantes. De um nível e pormenor a cair para a excelência. Na maioria adaptados à situação, dão uma lufada de ar fresco a cada novo episódio.
Cardcaptor Sakura | Juízo Final
Em suma, acredito que seja um clássico a adicionar ao reportório de todos os grandes fãs de anime. Mesmo sendo mahou shoujo, o que delimita por si só o público-alvo, é muito mais do que uma “simples” luta do bem contra o mal. É uma história em torno de um conjunto de jovens com poderes mágicos cujas relações são potenciadas pelos acontecimentos que surgem em torno dos mesmos.
Em termos de romance, é realmente muito bom. É completo, lógico – dentro do universo – e repleto de grandes momentos muito bem construídos. Claro que é pouco “realista”, peca por ser demasiado “perfeito”. E aí sim, entram os gostos e preferências pessoais de cada um, pelo que poderá não ser uma obra para todos.
Para quem leu a manga, há diferenças sim, substanciais, e que, sobretudo na primeira parte (até ao episódio 46, inclusive), podem causar bastante “comichão”. Uma delas, como referi, é a inserção de Meiling e a outra a adição de alguns fillers que, para os mais puristas, poderá fazer “torcer o nariz”. Ainda assim, a série funciona bastante bem sozinha servindo como um extra para a manga original, uma espécie de prenda das autoras para os fãs.
https://www.youtube.com/watch?v=dgLWvXzNRJg
Sabe mais sobre a franquia:
Cardcaptor Sakura Clear Card-hen – Primeiras Impressões
Cardcaptor Sakura Clear Card-hen – Análise
Cardcaptor Sakura Movie 1 – Análise
Cardcaptor Sakura Movie 2 – Análise
Análises
Cardcaptor Sakura Anime
Cardcaptor Sakura é um dos animes mais populares e adorados de sempre! Magia e um universo único são algumas características desta franquia.
Os Pros
- Universo
- Construção dos episódios
- Romance
Os Contras
- Meiling Li